Mirriam Wambui, vencedora da competição Ponte Chinesa no Quênia, é fotografada com certificados da premiação na cidade de Tianjin, China, em outubro de 2024. (Fornecida por Charity Atunga, Chrispinus Omar/Divulgação via Xinhua)
A jornada de Mirriam Wambui, 13 anos, de uma iniciante a uma campeã da língua chinesa mostra o crescente entusiasmo pela língua e cultura chinesas no Quênia, o que inspirou mais jovens a participar ativamente dos intercâmbios culturais China-África.
Nairóbi, 30 dez (Xinhua) -- Mirriam Wambui, uma estudante de 13 anos, fala chinês com a confiança de uma linguista experiente, apesar de ter apenas dois anos de exposição ao idioma.
O talento de Wambui é evidente. Ela ganhou o título nacional na competição Ponte Chinesa no Quênia, ficou em sexto lugar na África e ficou entre os 30 melhores do mundo na 17ª Competição de Proficiência em Chinês "Ponte Chinesa" para Estudantes Estrangeiros do Ensino Médio, realizada em Tianjin, China, no dia 28 de outubro.
"Foi emocionante ser anunciada vencedora da competição da edição queniana da Ponte Chinesa, principalmente porque só tive duas semanas para me preparar depois de me inscrever tardiamente na competição", disse Wambui à Xinhua em entrevista recente.
A jornada de Wambui com a língua chinesa começou por meio de seu irmão mais velho, que fez mestrado em chinês na China em 2015. Quando ele voltou para visitar a família em Kahawa Sukari, nordeste de Nairóbi, em 2019, Wambui ficou cativada pela fluência dele em chinês e intrigada pela proeza de fabricação da China.
"Meu irmão voltou com um modelo de celular que eu nunca tinha visto, e tudo o que ele trouxe, incluindo eletrônicos, era feito na China. Fiquei curiosa sobre este país que parecia produzir tanto", disse ela sorrindo.
Inspirada, Wambui se matriculou em aulas de chinês na Escola de Ensino Médio Presbiteriana Sukari há dois anos. Em maio de 2024, ela fez um pedido ousado à professora de chinês: queria entrar na equipe que representava sua escola na competição Ponte Chinesa.
"Minha professora ficou chocada porque só faltavam duas semanas para a competição. Fiquei esperando para ser escolhida, mas quando vi que não seria, decidi pedir a oportunidade porque acreditava em mim mesma", lembrou ela.
Concorrente se apresenta nas finais quenianas da competição Ponte Chinesa na Universidade de Nairóbi, em Nairóbi, Quênia, no dia 14 de maio de 2024. (Xinhua/Wang Guansen)
A fé de Wambui em si mesma valeu a pena. Ela impressionou os juízes com seu discurso, redação e performance na competição realizada na Universidade Kenyatta, a segunda universidade mais antiga do Quênia.
"Ganhei um notebook, um troféu e uma viagem de duas semanas totalmente patrocinada para a China. Foi emocionante", disse ela.
Em outubro, Wambui viajou para a China com sua professora, uma experiência que ela descreve com alegria. "Adorei! As pessoas foram muito acolhedoras e legais", disse ela.
Seu sucesso inspirou outros estudantes em sua escola a aprender chinês. De acordo com sua professora, Charity Atunga, o chinês é agora o mais popular dos três idiomas opcionais oferecidos, com 90 de 200 estudantes escolhendo aprendê-lo.
Atunga, que tem quatro anos de experiência ensinando chinês, disse que a popularidade do idioma está crescendo rapidamente nas escolas quenianas.
"Há muito apoio dos pais e da administração da escola, o que torna a experiência de aprendizado positiva. Os estudantes também veem os benefícios, como bolsas de estudo", disse Atunga, que acompanhou dois de seus estudantes à China.
A própria Atunga é beneficiária de bolsas de estudo de língua chinesa. Depois de estudar na China, ela trabalhou para várias empresas e instituições educacionais chinesas antes de virar professora.
Salome Nyambura, diretora do Instituto Confúcio da Universidade Kenyatta, chamou a conquista de Wambui de um momento de orgulho para o Quênia.
Estudantes quenianos fazem caligrafia chinesa em evento que celebra o próximo Dia da Língua Chinesa da ONU no Instituto Confúcio da Universidade de Nairóbi, em Nairóbi, Quênia, no dia 18 de abril de 2023. (Xinhua/Han Xu)
"É uma prova do crescente interesse pela cultura e língua chinesas no Quênia", disse Nyambura, destacando um novo programa intensivo na universidade para professores que querem aprender chinês. "As aulas estão lotadas, mostrando muito interesse por introduzir programas chineses nas escolas".
A Universidade Kenyatta, em parceria com a Universidade Normal de Shandong, sedia a competição Ponte Chinesa para estudantes do ensino médio em todo o país. Por meio dessa parceria, mais de 300 estudantes quenianos viajaram para a China.
"Quero virar uma embaixadora e aprender mais sobre a língua e a cultura chinesas", disse Wambui, que recebeu uma bolsa de estudos de seis meses na China.