Beijing, 2 jan (Xinhua) -- O Sul Global está em ascensão. No panorama da economia mundial, o grupo está desempenhando papel cada vez mais importante para o desenvolvimento mundial, fornecendo força positiva para a globalização econômica.
IMPORTANTE MOTOR DE CRESCIMENTO
O Sul Global continua sendo um importante motor de crescimento da economia mundial, com um peso de mais de 40%. Segundo um artigo publicado na Revista Fórum, do Brasil, as projeções do PIB mostram que o avanço do desenvolvimento global é liderado pelo grupo do Sul Global. A matéria indicou que as potências do BRICS dominam crescimento do PIB para 2024 e superam os países desenvolvidos.
De acordo com um relatório da Acorn Macro Consulting, uma empresa britânica de pesquisa macroeconômica, em termos de paridade do poder de compra, o PIB total dos países do BRICS antes da expansão ultrapassou o do G7. Após a expansão, os países do BRICS representam quase metade da população mundial e um quinto do comércio global, tornando-se uma força importante na promoção da economia mundial.
O Sul Global não só desempenha um papel importante na economia global, mas também lidera significativamente a taxa de crescimento. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou o último Relatório de Perspectivas Econômicas Mundiais (World Economic Outlook) em outubro, prevendo que a economia global crescerá 3,2% em 2024, dos quais o crescimento econômico das economias desenvolvidas deverá ser de 1,8%, e o crescimento econômico dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento deverá ser de 4,2%.
Além de velocidade, os países do Sul Global também concentram-se cada vez mais na melhoria da qualidade do desenvolvimento econômico. Os países do Sul Global mostraram um enorme potencial de desenvolvimento nos domínios de transformação verde e de baixo carbono.
Nos últimos anos, países incluindo Brasil, África do Sul e Indonésia têm atraído ativamente investimentos em setores de veículos elétricos e energia limpa, a fim de construir um ecossistema industrial e integrar-se na cadeia de suprimento global e promover um fornecimento de energia limpa, econômica e confiável.
Em junho de 2024, a China State Power Investment Corporation (SPIC) inaugurou o Complexo Solar de Panati, Ceará, no Brasil, com uma potência total instalada de 292 MWp e capacidade para abastecer 350 mil famílias anualmente com energia limpa. Em agosto de 2024, a CPFL Energia, da State Grid, da China, anunciou uma parceria com a Mizu Cimentos do Brasil para a implantação de uma planta de hidrogênio verde no Rio Grande do Norte. O projeto prevê a implantação de uma planta-piloto de produção de hidrogênio verde utilizando energia renovável. O hidrogênio produzido será aplicado no processo produtivo da Fábrica Mizu Cimentos.
Amin Nasser, presidente e CEO da Companhia Nacional de Petróleo da Arábia Saudita (Saudi Aramco), indicou que a futura narrativa da transição energética global "será cada vez mais escrita pelos países do Sul".
NOVO IMPULSO À GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA
Os países do Sul Global estão injetando um novo impulso à globalização econômica, realizando ativamente a cooperação multilateral e promovendo a globalização com ações práticas.
Em dezembro de 2024, os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia anunciaram um acordo de livre comércio, que deverá criar enormes oportunidades de integração de mercado para 700 milhões de pessoas. Por outro lado, no continente africano, os países estão acelerando a construção de zona continental de livre comércio, promovendo a integração econômica africana. Quanto à China, a construção conjunta do Cinturão e Rota produziu resultados frutíferos, incluindo ferrovias, portos, projetos de eletricidade e telecomunicações.
Como membro do Sul Global, a China defende uma globalização econômica universal e inclusiva, com uma mente aberta e ações práticas para o crescimento do Sul Global. A partir de 1º de dezembro de 2024, a China começou a conceder a todos os países menos desenvolvidos que mantêm relações diplomáticas com a China, incluindo 33 países africanos, o tratamento de taxas alfandegárias zero sobre 100% dos produtos deles.
Como entidades de mercado, as empresas chinesas continuam a participar na cooperação no Sul Global e a promover a globalização econômica e a industrialização através de práticas concretas. Dennis Depp, copresidente do Comitê de Gestão Global da empresa alemã de consultoria de gestão Roland Berger, disse que as empresas chinesas estão cada vez mais envolvidas no processo de industrialização em diferentes regiões do mundo, especialmente nos países do Sul Global, fornecendo apoio a regiões com necessidades urgentes de industrialização, como o Oriente Médio, o Sudeste Asiático, o Sul da Ásia, a Ásia Central e a África.
MELHORIA DA GOVERNANÇA GLOBAL
Em 2024, o Sul Global foi amplamente mencionado e atraiu atenção nas reportagens da mídia de todo o mundo.
Foi iniciada a cooperação mais ampla do BRICS, atraindo cada vez mais países para participarem ativamente. Foi realizada a Cúpula do Grupo dos Vinte (G20) no Brasil, com o tema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável" e com "Combate à Fome e à Pobreza" como um dos focos, refletindo o compromisso do Sul Global de alcançar o desenvolvimento, a prosperidade e a modernização. Durante o debate geral da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU, representantes dos países do Sul fizeram fortes apelos à igualdade, ao desenvolvimento e à melhoria da governança global.
No último dia de 2024, uma porta-voz da chancelaria chinesa assinalou mais uma vez o compromisso chinês com a cooperação do Sul Global e a melhoria da governança global. "Como o Sul Global fez novas contribuições para a transformação da globalização econômica e melhoria da governança global em 2024, a China continuará a trabalhar em solidariedade com o Sul Global para o desenvolvimento e a causa do progresso humano", disse a porta-voz.
A porta-voz observou que o surgimento do Sul Global é uma característica evidente do mundo em transformação, assinalando que "a China sempre foi um país importante do Sul Global e permanece comprometida em promover a solidariedade e a revitalização entre essas nações".
No primeiro dia de 2025, o Brasil assumiu a presidência do BRICS. Segundo informou o comunicado da presidência brasileira, sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", a presidência brasileira vai focar em dois eixos principais: Cooperação do Sul Global e Reforma da Governança global.
Julio Ríos, especialista espanhol em questões da China, disse que os países do BRICS representam a intersecção mais ampla de interesses dos países do Sul Global e se espera que o BRICS promova a reforma da governança global. Desde sua criação, os países do BRICS estão empenhados em salvaguardar o multilateralismo e tornaram-se uma força positiva com influência estável nos assuntos internacionais, atraindo a participação e a atenção de cada vez mais países.
O Sul Global está participando ativamente do desenvolvimento mundial, com influência crescente no sistema político e econômico global. Olhando para o futuro, mesmo que o mundo tenha entrado num novo período de turbulência e mudança e o caminho a percorrer para avançar na reforma da governança global seja longo e difícil, os países do Sul Global poderão trabalhar juntos, unir-se e se fortalecer e certamente trarão nova força para a reforma e a melhoria da governança global.