América Latina se esforça para ter estabilidade e crescimento à medida que cooperação China-ALC é fortalecida-Xinhua

América Latina se esforça para ter estabilidade e crescimento à medida que cooperação China-ALC é fortalecida

2025-01-02 12:53:52丨portuguese.xinhuanet.com

Foto mostra logotipo da APEC 2024 em Lima, Peru, no dia 13 de novembro de 2024. (Xinhua/Mariana Bazo)

O ano de 2024 foi de compromisso mútuo entre a China e a América Latina, destacando compromissos diplomáticos de alto nível que reforçaram a cooperação.

Cidade do México, 31 dez (Xinhua) -- Da primeira presidente mulher do México à volatilidade política na Bolívia e ao rompimento dos laços do México com o Equador, a América Latina passou por desafios, progresso e mudanças em 2024.

Em meio à turbulência global e à intervenção externa, a região aproveitou momentos como a Reunião de Líderes Econômicos da APEC no Peru e a Cúpula do G20 no Brasil para abraçar o Sul Global. Ela tem trabalhado com a China para fortalecer a cooperação e amplificar a voz coletiva do Sul Global na governança global.

CENÁRIO POLÍTICO: ESQUERDA E DIREITA EM COMPETIÇÃO ACIRRADA

No ano passado, o cenário político da América Latina continuou amplamente estável, mas a disputa entre esquerda e direita da região persistiu, influenciando a governança e a cooperação regional. O ano de 2024 teve divisões ideológicas intensificadas na região.

Seis nações, sendo El Salvador, Panamá, República Dominicana, México, Venezuela e Uruguai, tiveram eleições. Os partidos governantes venceram em quatro países, enquanto Panamá e Uruguai viram mudanças de poder. México e Venezuela continuaram sob governo de esquerda, enquanto governos de direita mantiveram o poder em El Salvador e na República Dominicana.

Nações proeminentes como México e Brasil mantiveram o domínio esquerdista, enquanto Argentina e Equador viram um ressurgimento da influência de direita.

Essa divisão ideológica gerou atrito entre as nações. O presidente argentino, Javier Milei, um direitista vocal, frequentemente criticava líderes esquerdistas do México, do Brasil e da Colômbia.

As disputas sobre as eleições presidenciais aumentaram as divisões, levando o presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou a alertar que um "clube ideológico de amigos" poderia prejudicar a cooperação regional.

RESILIÊNCIA ECONÔMICA EM MEIO A DESAFIOS

Apesar das incertezas econômicas globais, a América Latina mostrou resiliência em 2024, embora os desafios de recuperação pós-pandemia persistiram, como o crescimento lento e a alta taxa de desemprego.

De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, a economia da região deve ter crescido 1,8% em 2024. Questões estruturais, incluindo baixo investimento, produtividade estagnada e expansão limitada do mercado de trabalho, continuam sendo obstáculos ao crescimento sustentável.

O Brasil, sob gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, focou em iniciativas de economia verde e investimento industrial, alcançando recuperação gradual apesar da demanda global enfraquecida. O México se beneficiou das tendências da prática de negócios nearshoring e de um setor manufatureiro em expansão, embora a alta inflação e as preocupações com a segurança tenham imposto restrições.

Na Argentina, a "terapia de choque" impulsionada pela austeridade do presidente Milei reduziu os subsídios de energia e transporte, desencadeando altos preços e custos de vida, mas alcançando um raro superávit fiscal e estabilizando as reservas estrangeiras. No entanto, o país viveu uma onda de protestos e tumultos, refletindo as realidades duplas de otimismo de mercado e descontentamento público.

INTERFERÊNCIA EXTERNA E TURBULÊNCIA INTERNA

As políticas dos EUA, incluindo sanções e medidas de imigração enraizadas no "América Primeiro", continuaram desestabilizando partes da América Latina. Antes de assumir o cargo, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou tarifas de 25% sobre produtos do México.

Em outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou por maioria esmagadora uma resolução instando os Estados Unidos a suspenderem seu embargo a Cuba. O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez Parrilla, denunciou o embargo, dizendo que as perdas econômicas acumuladas ultrapassaram 164 bilhões de dólares americanos.

O ex-ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Fernando Huanacuni, criticou a interferência dos EUA por trazer sofrimento e turbulência à região.

Internamente, o Equador enfrentou violência desenfreada de gangues, secas severas e crises de energia, levando ao racionamento nacional de eletricidade. A Bolívia, enquanto isso, sofreu uma tentativa de golpe em junho, quando forças militares invadiram o palácio presidencial. O Haiti continuou envolto em violência, com gangues armadas controlando regiões-chave e ataques em dezembro no Porto Príncipe deixando mais de 100 mortos.

Jornalistas trabalham no Centro Internacional de Mídia para a 19ª edição da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, Brasil, no dia 18 de novembro de 2024. (Xinhua/Wang Tiancong)

FORTALECENDO AS RELAÇÕES CHINA-ALC

O ano de 2024 foi de compromisso mútuo entre a China e a América Latina, destacando compromissos diplomáticos de alto nível que reforçaram a cooperação.

Em novembro, o presidente chinês Xi Jinping visitou a América Latina pela primeira vez desde o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, reforçando o compromisso do país com a região. Líderes de países como Antígua e Barbuda, República Dominicana, Suriname e Peru também visitaram a China, inaugurando uma era de cooperação mútua.

Os principais marcos incluíram o fortalecimento das parcerias China-Peru e China-Brasil.

Xi e a presidente peruana, Dina Boluarte, presenciaram a assinatura de acordos sob a Iniciativa Cinturão e Rota e de um protocolo sobre a melhoria do acordo bilateral de livre comércio.

Durante a visita de estado de Xi ao Brasil, os dois países elevaram seus laços bilaterais a uma comunidade com futuro compartilhado para um mundo mais justo e um planeta mais sustentável, além de assinarem mais de 30 acordos de cooperação.

Durante sua viagem à América Latina, Xi também se encontrou com líderes do México, do Chile, da Bolívia e da Argentina, enfatizando a prontidão da China em alinhar estratégias de desenvolvimento e enriquecer ainda mais a comunidade China-ALC (América Latina e Caribe) com futuro compartilhado.

Participantes comparecem ao Fórum Global South Media and Think Tank em São Paulo, Brasil, no dia 11 de novembro de 2024. (Xinhua/Wang Tiancong)

INFLUÊNCIA CRESCENTE DO SUL GLOBAL

Em sua mensagem de felicitações ao Fórum Global South Media and Think Tank realizado em novembro em São Paulo, Brasil, Xi observou que, atualmente, o Sul Global está crescendo com forte impulso e desempenhando um papel cada vez mais importante na causa do progresso humano.

Na Cúpula do G20, a China apoiou a iniciativa do Brasil de formar a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e lançou conjuntamente uma Iniciativa sobre Cooperação Internacional em Ciência Aberta com o Brasil, a África do Sul e a União Africana.

Conforme o "superciclo eleitoral" da região continua, as próximas eleições no Equador, em Suriname, na Bolívia, em Honduras e no Chile devem sustentar a competição entre esquerda e direita.

A América Latina, frequentemente descrita como "muito longe do céu, muito perto dos Estados Unidos", continuará fortemente impactada pelas políticas da nova administração dos EUA. No entanto, a busca da região por independência e os apelos por justiça continuam ganhando força.

Com o 10º aniversário do Fórum China-CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) chegando, as relações China-ALC continuarão prosperando, trazendo benefícios para ambos os lados e contribuindo para o desenvolvimento global.

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