Um contêiner é levantado no Porto de Chancay, no Peru, em 14 de novembro de 2024. (Xinhua/Li Mengxin)
Durante a última década, a China e seus parceiros da América Latina e do Caribe (ALC) alcançaram um progresso notável na construção de confiança política mútua, no fortalecimento da cooperação econômica, no aumento dos intercâmbios culturais e na melhor coordenação dos assuntos internacionais dentro da estrutura do mecanismo do fórum.
Beijing, 13 jan (Xinhua) -- Este ano marca o 10º aniversário do lançamento do Fórum China-Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
"O Fórum China-CELAC, uma jovem muda aos nossos olhos, precisa da dedicação e do cultivo de ambos os lados para crescer maior e mais forte", disse o presidente chinês Xi Jinping em 2015 na primeira reunião ministerial do Fórum China-CELAC.
Durante a última década, a China e seus parceiros da América Latina e do Caribe (ALC) alcançaram um progresso notável na construção de confiança política mútua, no fortalecimento da cooperação econômica, no aumento dos intercâmbios culturais e na melhor coordenação dos assuntos internacionais dentro da estrutura do mecanismo do fórum.
MAIOR CONFIANÇA POLÍTICA
O fórum tem desempenhado um papel importante para que a China e os países da América Latina e do Caribe (ALC) comparem suas observações sobre a melhoria da governança e o alinhamento de suas respectivas estratégias de desenvolvimento nos últimos dez anos.
Desde 2015, foram realizadas três reuniões ministeriais, bem como oito rodadas de diálogo entre os ministros das Relações Exteriores da China e o Quarteto da CELAC, que é composto pela Presidência Pro Tempore (PPT) anterior, atual e futura do grupo e da Comunidade do Caribe.
Além disso, foram criados 43 subfóruns temáticos que abrangem áreas importantes como agricultura, inovação científica e tecnológica, redução da pobreza, desenvolvimento verde, gerenciamento de desastres, cooperação em defesa, intercâmbios entre think tanks e aplicação da lei anticorrupção.
Em seus intercâmbios aprofundados, os dois lados também exploraram o caminho da modernização que se adapta às suas respectivas condições nacionais.
Uma série de atividades intensificou e expandiu os intercâmbios e o diálogo entre a China e a ALC, incluindo o IV Fórum de Partidos Políticos China-CELAC, que reuniu representantes de quase 100 partidos políticos nacionais e regionais de 30 países da ALC.
Em uma década, o Fórum China-CELAC evoluiu de uma visão para um mecanismo de cooperação prática, disse Sun Yanfeng, pesquisador do Instituto de Estudos Latino-Americanos, sob a égide do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China (CICIR, na sigla em inglês).
Clientes selecionam cerejas chilenas recém-chegadas em um supermercado em Tianjin, norte da China, em 26 de dezembro de 2024. (Xinhua/Sun Fanyue)
COOPERAÇÃO ECONÔMICA FLORESCENTE
Desde dezembro do ano passado, navios carregados com cerejas chilenas cruzaram o Pacífico em direção aos portos chineses de Guangzhou, Shanghai e Tianjin. Com a chegada do feriado do Ano Novo Lunar, os consumidores chineses podem desfrutar dessas cerejas doces e suculentas no momento feliz da reunião familiar.
As exportações chilenas ultrapassaram US$ 100 bilhões em 2024, com um aumento de 51,4% nos embarques de cerejas, cujo principal destino é a China, de acordo com o Banco Central do Chile. Outros produtos agrícolas da região, como as bananas equatorianas, o mel nicaraguense e o camarão branco hondurenho, também gozam de crescente popularidade no mercado chinês.
A China é o segundo maior parceiro comercial da América Latina e do Caribe e o maior parceiro comercial de países como Chile, Brasil e Peru. Cinco países da região têm um tratado de livre comércio (TLC) com a China. Além disso, em 2024 houve um progresso significativo, como a quinta rodada de negociações para um TLC China-Honduras e a atualização do TLC China-Peru.
Há uma década, a China estabeleceu a meta de que o comércio bilateral entre a China e os países da ALC atingisse US$ 500 bilhões por ano e que o investimento cumulativo chegasse a US$ 250 bilhões na região da ALC em 10 anos.
De acordo com dados oficiais, entre janeiro e setembro de 2024, o comércio bilateral atingiu US$ 427,4 bilhões, com um aumento de 7,7% em relação ao ano anterior, e espera-se que ultrapasse a meta anual. O investimento direto chinês na região atingiu US$ 600,8 bilhões em 2023, consolidando a ALC como o segundo maior destino de investimentos da China.
A Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) se tornou uma plataforma importante para ambos os lados promoverem o comércio e a cooperação econômica. Até o momento, a China assinou documentos de cooperação do Cinturão e Rota com 22 países da ALC. Projetos emblemáticos construídos em conjunto no âmbito da ICR, incluindo uma rodovia de quatro pistas na Jamaica, o primeiro parque industrial inteligente em Trinidad e Tobago e o recém-inaugurado Porto de Chancay, no Peru, deram frutos.
O economista brasileiro Ronnie Lins, diretor do Centro de Pesquisa e Negócios China-Brasil, disse que a evolução das relações entre a ALC e a China oferece cada vez mais oportunidades para que os países da América Latina e do Caribe alcancem a modernização econômica e promovam o desenvolvimento sustentável com autonomia.
Membros de uma delegação de enviados diplomáticos, representantes de agências e jornalistas de países da América Latina e do Caribe visitam uma cidade antiga em Xiangyang, Província de Hubei, no centro da China, em 22 de abril de 2024. (Xinhua/Du Zixuan)
INTERCÂMBIOS CULTURAIS DIVERSIFICADOS
Na última década, o Fórum China-CELAC estabeleceu uma rede abrangente e multinível de diálogo e cooperação que enriqueceu o intercâmbio cultural entre a China e a ALC, fortalecendo os laços entre seus povos.
O Ano de Intercâmbio Cultural China-ALC e o programa "Ponte para o Futuro" promoveram experiências únicas, como visitas de jovens latino-americanos a Dunhuang para aprender sobre a antiga Rota da Seda.
O aprendizado do idioma e da cultura chineses ganhou popularidade na região, com 57 Institutos e Salas de Aula Confúcio estabelecidos em 26 países. Intercâmbios culturais, como exposições de relíquias culturais sobre civilizações antigas na China e no México, promoveram o entendimento mútuo.
A abertura de rotas aéreas diretas entre a China e o Brasil, o México e Cuba facilitou o turismo e o intercâmbio comercial, além de impulsionar os laços comerciais e o intercâmbio turístico.
Especialistas e acadêmicos acreditam que o Fórum China-CELAC continuará a fortalecer o entendimento mútuo, expandir a cooperação mutuamente benéfica e promover o desenvolvimento sustentável.
Daniel Grimaldi, diretor executivo da fundação Chile 21, disse que, por meio do diálogo aberto e do respeito mútuo, a China e a América Latina podem continuar a construir pontes que fortaleçam suas relações e promovam o desenvolvimento verde e a modernização compartilhada.
Luís Antônio Paulino, diretor do Instituto Confúcio da Universidade Estadual de São Paulo, disse que as relações entre a China e a América Latina tiveram um progresso impressionante nas últimas décadas, mas ainda há um grande potencial a ser explorado no futuro.
Por meio de esforços conjuntos, a China e a América Latina podem construir uma parceria mais estreita e, ao mesmo tempo, fazer uma contribuição maior para a prosperidade e a estabilidade globais, acrescentou.