Pessoas passam pelo logotipo do Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos, Suíça, no dia 14 de janeiro de 2024. (Xinhua/Lian Yi)

Enquanto inovações tecnológicas como inteligência artificial (IA) estão remodelando o cenário global, riscos tradicionais em crises geopolíticas, fragmentação econômica e mudanças climáticas também trazem grandes incertezas.

Enfrentando esses desafios, a reunião anual do FEM 2025 promoverá um espírito de cooperação e otimismo construtivo, disse Klaus Schwab, fundador e presidente do Conselho de Administração do FEM.

Por Chen Binjie

Davos, Suíça, 20 jan (Xinhua) -- Na esperança de encontrar soluções viáveis ​​para os desafios globais na era inteligente, quase 3.000 participantes de mais de 130 países se reuniram na segunda-feira na cidade alpina suíça de Davos para a reunião anual do Fórum Econômico Mundial (FEM).

Enquanto inovações tecnológicas como inteligência artificial (IA) estão remodelando o cenário global, riscos tradicionais em crises geopolíticas, fragmentação econômica e mudanças climáticas também trazem grandes incertezas.

Enfrentando esses desafios, a reunião anual do FEM 2025 promoverá um espírito de cooperação e otimismo construtivo, disse Klaus Schwab, fundador e presidente do Conselho de Administração do FEM.

Mulher passa por braços robóticos fazendo pintura no Centro de Congressos para a Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial (FEM) 2025 em Davos, Suíça, no dia 19 de janeiro de 2025. (Xinhua/Lian Yi)

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NA ERA INTELIGENTE

Avanços rápidos em IA, computação quântica e blockchain impulsionaram o mundo para a era inteligente, disse Schwab.

O avanço das tecnologias emergentes, juntamente com riscos de longa data, cria uma convergência que apresenta desafios cada vez mais complexos para o desenvolvimento global.

Conflitos armados baseados em estados, clima extremo, confronto geoeconômico, desinformação e informações enganosas, e polarização social são os cinco principais riscos que o mundo enfrentará em 2025, alertou o FEM no Relatório de Riscos Globais de 2025.

A diretora-gerente do FEM, Saadia Zahidi, disse que, devido à situação na Ucrânia, no Oriente Médio e no Sudão, crises geopolíticas e conflitos armados saltaram para o topo dos riscos globais em 2025, trazendo incerteza ao desenvolvimento global.

A edição de janeiro de 2025 das Perspectivas dos Economistas-chefes do FEM destacou desafios significativos para a economia global em 2025. Mais da metade dos economistas pesquisados ​​antecipam uma perspectiva econômica enfraquecida. O relatório alertou que a fragmentação econômica global aumentará, o protecionismo prejudicará o comércio internacional e os problemas contínuos com dívida e inflação sufocarão o crescimento. Além disso, espera-se que a recuperação econômica nas principais regiões seja desigual.

Em entrevista recente à Xinhua, o presidente e CEO do FEM, Borge Brende, disse que a cadeia de suprimentos global mudou significativamente na era pós-pandemia, e padrões como nearshoring começaram a surgir.

Brende enfatizou que o desacoplamento terá um enorme impacto negativo na economia global. O Fundo Monetário Internacional acredita que o desacoplamento severo e as tarifas altas podem encolher a economia global em 7%.

Em outro assunto, a IA está remodelando o padrão de crescimento econômico global e trazendo novo impulso de crescimento. "Se você usar a IA de uma boa maneira, ela pode aumentar a produtividade em 10% na próxima década", disse Brende.

Liang Guoyong, economista sênior da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês), observou que, na última década, a digitalização virou um importante impulsionador do crescimento econômico global. Hoje, a inteligência artificial surgiu como motor tecnológico que impulsiona a economia digital.

Funcionário passa por parede com pintura "Colaboração" no Centro de Congressos para a Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial (FEM) 2025 em Davos, Suíça, no dia 19 de janeiro de 2025. (Xinhua/Lian Yi)

COLABORAÇÃO É O CAMINHO A SEGUIR

Na visão de Brende, a competição global está se intensificando, muitos países estão se voltando para dentro e a cooperação internacional está em baixa. Segundo ele, muitos riscos importantes são transnacionais e a colaboração é o único caminho viável para enfrentar desafios comuns.

Brende pediu à comunidade internacional que trabalhasse em conjunto. "Para problemas globais, é necessário encontrar soluções globais", disse ele.

De acordo com a pesquisa do FEM, a ordem global geralmente estável de cooperação estabelecida na era pós-Guerra Fria está sendo desafiada. "De conflitos a mudanças climáticas, estamos enfrentando crises interconectadas que exigem ação coordenada e coletiva", disse Mark Elsner, chefe da Iniciativa de Riscos Globais do FEM.

"Esforços renovados para reconstruir a confiança e promover a cooperação são urgentemente necessários. As consequências da falta de ação serão sentidas pelas próximas gerações", disse ele.

Como um dos tópicos mais proeminentes para a cooperação internacional nos últimos anos, a governança global da IA ​​será o centro das atenções na reunião anual deste ano. Liang, economista da UNCTAD, enfatiza que a governança eficaz da IA ​​requer cooperação multilateral e bilateral.

Instituições multilaterais como as Nações Unidas têm sido fundamentais na formação da economia digital global e da governança da IA, incluindo a promoção do Pacto Digital Global. Em um nível bilateral, promover uma cooperação mais forte entre os principais países é essencial para o desenvolvimento sustentável da IA ​​e sua governança no cenário internacional, disse Liang.

Ilustração da restauração de relíquias culturais usando tecnologia de IA em exibição no estande da AMD na 7ª edição da Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) em Shanghai, leste da China, no dia 5 de novembro de 2024. (Xinhua/Wang Yiliang)

CONTRIBUIÇÃO DA CHINA CHAMA ATENÇÃO GLOBAL

Muitos especialistas concordam que a China fez contribuições importantes para promover a cooperação global e responder a desafios comuns.

Brende disse que a China acredita na cooperação mutuamente benéfica e desempenha um papel importante na cooperação Sul-Sul. Como a segunda maior economia do mundo, a China manteve uma cooperação estreita com outras economias emergentes e impulsionou o crescimento econômico de muitos outros países em desenvolvimento.

Em meio aos desafios do desacoplamento e do protecionismo comercial, o comércio exterior da China mostrou resiliência. Brende está otimista sobre as perspectivas de médio e longo prazo da economia chinesa, acreditando que os fundamentos da economia positiva de longo prazo do país não mudaram e continuarão impulsionando o crescimento global.

O presidente do FEM notou que a China tomou várias medidas para estimular o consumo doméstico e efetivamente impulsionou a economia. Ele acredita que com mais de 10 milhões de graduados universitários anualmente, incluindo um grande número de engenheiros, a China tem uma vantagem de capital humano "extremamente importante" para abraçar a era inteligente.

Chen Liming, presidente do FEM da Grande China, disse que, além de conquistas significativas em tecnologia e indústria de IA, a China fez contribuições positivas para a governança global da IA.

A China apresentou a Iniciativa Global de Governança de IA, que fornece uma solução chinesa para a governança global de IA, enfatizando o princípio de dar igual importância ao desenvolvimento e à segurança da IA. "Essa iniciativa não é só uma resposta positiva aos desafios globais, mas também fornece uma referência importante para a comunidade internacional sobre a questão da governança de IA", disse Chen.