Rio de Janeiro, 20 mar (Xinhua) -- O Brasil, maior produtor e exportador mundial de carne animal, estabeleceu um recorde de abate de bovinos, frangos e suínos em 2024, com um aumento de 15,2% em relação a 2023, enquanto a produção de ovos também quebrou uma nova marca, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Em 2024, foram abatidas 39,27 milhões de cabeças de gado, 5,17 milhões a mais que em 2023. A última vez que o Brasil atingiu um número tão alto foi em 2013, com um total de 34,41 milhões de cabeças.
Segundo o IBGE, o recorde de 2024 se deve ao alto abate de fêmeas bovinas, que chegou a 16,9 milhões de cabeças, 19% a mais que em 2023, impulsionado pela fase baixa do ciclo da pecuária iniciada em 2022.
A gerente da pesquisa, Angela Lordão, destacou que a demanda interna por carne se deve "ao fortalecimento da economia, à melhora das condições de emprego e renda e à queda da taxa de desemprego", fatores que aumentam o poder de compra da população. Internacionalmente, a demanda também cresceu significativamente, disse a pesquisadora.
"O Brasil ocupa as primeiras posições no ranking de países produtores e exportadores de carne devido aos seus rigorosos padrões sanitários", explicou Lordão.
Em 2024, o Brasil exportou 2,55 milhões de toneladas de carne bovina, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O principal comprador foi a China, que adquiriu 52% do volume total, um aumento de 10,6%. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 7,4% das exportações, registrando um aumento de 93,8% nas compras.
O abate de frangos atingiu 6,46 bilhões de unidades em 2024, um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. Do total de carne de frango produzida, 65% foi destinada ao consumo interno e 35% à exportação, consolidando o Brasil como o maior produtor mundial. Os principais destinos foram China, Emirados Árabes Unidos, Japão e Arábia Saudita.
O abate de suínos também bateu recordes, com 57,86 milhões de cabeças, um aumento de 1,2% em relação a 2023.
A pesquisadora Angela Lordão destacou que 2024 foi favorável para a produção de carne suína devido ao aumento dos preços da carne e à redução dos custos da ração. China e Filipinas foram os principais compradores de carne suína brasileira, respondendo por mais de 18% das exportações.
Apesar dos recordes anuais, o abate de bovinos, frangos e suínos diminuiu no quarto trimestre de 2024 em comparação ao trimestre anterior. O abate de gado caiu 7,9%, o de frangos 1,1% e o de suínos 4,6%.
A produção de ovos de galinha também atingiu um recorde em 2024, com 4,67 bilhões de dúzias de ovos, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. No quarto trimestre, foram produzidas 1,2 bilhão de dúzias, 0,2% a mais que no trimestre anterior, o maior volume trimestral registrado desde o início da série histórica do IBGE, em 1987.
Segundo o IBGE, o setor avícola foi impulsionado pelo aumento dos preços de outras fontes de proteína e pela forte demanda interna e externa. Do total de ovos produzidos, 82,1% foram utilizados para consumo e 17,9% para incubação.