Rio de Janeiro, 4 dez (Xinhua) -- A empresa biofarmacêutica chinesa SINOVAC reforçou sua presença no Brasil nesta quinta-feira, avançando em acordos com o Governo Federal para a produção local de vacinas estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A iniciativa foi o tema central de uma reunião em Brasília entre o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Saúde Alexandre Padilha e o vice-presidente global de negócios da SINOVAC, Weining Meng.
As discussões detalharam os próximos passos para duas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) assinados em 24 de novembro, que permitirão a transferência de tecnologia para a fabricação nacional de vacinas contra raiva humana e varicela. Segundo Meng, o investimento na produção local "fortalece a capacidade de prevenir doenças e salvar vidas" e marca uma nova fase na presença da SINOVAC no país.
Alckmin enfatizou que a cooperação com a empresa chinesa está alinhada à estratégia industrial brasileira Nova Indústria Brasil (NIB), que visa reduzir a dependência externa de medicamentos e tecnologias de saúde. Ele observou que a aliança é um resultado concreto do encontro bilateral realizado durante a COSBAN em Beijing, em 2024.
As PDPs permitirão que a vacina contra a raiva seja produzida pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), substituindo um produto atualmente totalmente importado, enquanto a vacina contra a varicela será desenvolvida em conjunto pelo Tecpar, SINOVAC e a multinacional Eurofarma. Para Dimas Covas, cientista-chefe de P&D e Inovação da SINOVAC, os acordos representam "estruturas fundamentais para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde".
Desde 2024, a SINOVAC expandiu rapidamente suas operações no Brasil, com a aprovação de novas PDPs, investimentos para a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento, a criação de sua subsidiária SINOVAC Brasil e uma plataforma conjunta Brasil-China com a Eurofarma para produzir e exportar vacinas para o Sul Global.
A reunião também contou com autoridades técnicas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), reforçando o caráter estratégico da cooperação bilateral.
A SINOVAC considera o Brasil um polo fundamental na América Latina e planeja investir US$ 100 milhões no país para expandir a produção local de vacinas e avançar em terapias celulares. "Estamos comprometidos com o futuro da saúde pública brasileira e com o fortalecimento da capacidade produtiva nacional", afirmou Meng.

