Brasil se torna o maior produtor mundial de carne bovina-Xinhua

Brasil se torna o maior produtor mundial de carne bovina

2025-12-17 12:54:45丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 16 dez (Xinhua) -- O Brasil se tornou o maior produtor mundial de carne bovina, ultrapassando pela primeira vez os Estados Unidos. Esse marco reforça a importância do país sul-americano no mercado global de alimentos e consolida seu papel estratégico como fornecedor-chave para grandes consumidores como a China.

Segundo dados divulgados recentemente pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês), a produção brasileira de carne bovina atingiu 12,35 milhões de toneladas neste ano, representando um crescimento de cerca de 4% em comparação com 2024 e um volume quase 5% superior ao dos Estados Unidos, cuja produção foi estimada em 11,81 milhões de toneladas.

Com esse resultado, o Brasil não só mantém sua posição como o maior exportador mundial de carne bovina, como também assume a liderança em produção, uma combinação que fortalece sua competitividade em um contexto de desaceleração projetada no comércio internacional da proteína.

Em declarações à Xinhua, a analista Mónica Lourenço, da consultoria especializada Trendagro, observou que o desempenho do Brasil surpreendeu o mercado. "No início de 2025, muitos analistas previam uma queda na produção, mas o setor conseguiu expandir a oferta graças a melhorias na produtividade, principalmente devido ao aumento do peso médio da carcaça", afirmou.

Segundo dados do setor, o desempenho animal atingiu níveis recordes em setembro, quando o peso médio dos machos abatidos chegou a 303 quilos, impulsionado pelo maior uso de tecnologia na alimentação e no manejo do gado. Esse fator permitiu que a produção mensal ultrapassasse a marca de um milhão de toneladas pela primeira vez.

Enquanto o Brasil progredia, a indústria pecuária dos EUA enfrentava dificuldades estruturais. O USDA atribui o declínio na produção americana ao menor tamanho dos rebanhos, que está no nível mais baixo desde a década de 1970, além dos impactos das mudanças climáticas e do aumento dos custos de produção.

Para 2026, a agência americana projeta um cenário de empate, com uma produção estimada em 11,7 milhões de toneladas para o Brasil e os Estados Unidos. No entanto, Lourenço disse à Xinhua que essa previsão pode subestimar o potencial do Brasil.

"Mesmo com volumes estáveis, o Brasil teria potencial para retomar a liderança, porque ainda há espaço para melhorar o desempenho animal e os preços têm apresentado uma tendência positiva", explicou.

O progresso do Brasil é especialmente relevante para a China, o maior importador mundial de carne bovina. Nos últimos anos, o mercado chinês tem sido o principal destino das exportações brasileiras, e a maior capacidade produtiva do país sul-americano ajuda a garantir o abastecimento em um contexto de volatilidade global e ajustes na oferta de outros grandes produtores.

Segundo a analista Lourenço, "a estabilidade sanitária, a escala de produção e a competitividade de custos colocam o Brasil em uma posição privilegiada para atender à demanda chinesa, mesmo em um cenário de possível redução das exportações globais em 2026". De acordo com o USDA, a produção global de carne bovina atingirá um recorde de 61,9 milhões de toneladas em 2025, mas a expectativa é de que caia para 61 milhões de toneladas em 2026, enquanto as exportações globais devem diminuir 1%. Nesse contexto, a capacidade do Brasil de manter sua produção reforça seu papel como fornecedor confiável.

Além disso, o país se beneficia de um ambiente sanitário favorável, estando livre de doenças como a gripe aviária, a peste suína africana e a língua azul, fatores que aumentam seu apelo para mercados exigentes como o da China.

Para especialistas, a liderança do Brasil na produção de carne bovina confirma a consolidação do país como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, com capacidade para desempenhar um papel fundamental na segurança alimentar global e, em particular, no abastecimento da China nos próximos anos. 

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