Bali, Indonésia, 8 jul (Xinhua) -- O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, explicou nesta sexta-feira a posição da China sobre a segurança alimentar e energética, e propôs uma iniciativa de cooperação sobre a segurança alimentar global.
Ao discursar na reunião dos ministros das Relações Exteriores do Grupo dos 20 (G20), Wang disse que alimentos e energia são fundamentais para o desempenho saudável da economia mundial e para a implementação efetiva da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
Sob a situação atual, o G20 deve assumir sua devida responsabilidade e estabelecer uma parceria na cooperação de commodities. Para alcançar o objetivo, Wang fez oito propostas:
Em primeiro lugar, apoiar as Nações Unidas a desempenhar um papel-chave na coordenação. O papel das Nações Unidas deve ser fortalecido em vez de enfraquecido, e o trabalho da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola e do Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas deve ser apoiado, disse Wang.
Em segundo lugar, não impor restrições à exportação sobre a compra de alimentos humanitários pelo PMA.
Em terceiro lugar, oferecer conveniência à entrada sem obstáculos de produtos agrícolas russos, ucranianos e bielorrussos no mercado internacional.
Em quarto lugar, os principais países produtores de alimentos e exportadores líquidos devem liberar seu próprio potencial de exportação, reduzir as barreiras comerciais e técnicas e controlar a utilização de alimentos para fins energéticos, de modo a aliviar a oferta apertada de alimentos no mercado.
Em quinto lugar, as medidas emergenciais tomadas pelos países para o comércio de alimentos devem ser de curto prazo, transparentes, direcionadas e apropriadas, e estar em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio.
Em sexto lugar, apoiar o Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional e a inovação e cooperação em ciência e tecnologia agrícola entre os países, e reduzir as restrições sobre intercâmbios de alta tecnologia.
Sétimo, reduzir a perda e o desperdício de alimentos. A China sediou a Conferência Internacional sobre Perda e Desperdício de Alimentos e está pronta para implementar conjuntamente o consenso alcançado na conferência.
Em oitavo lugar, ajudar os países em desenvolvimento a melhorar sua capacidade de produção, armazenamento e redução de perdas de alimentos em termos de capital, tecnologia e mercado.
A China é um parceiro cooperativo confiável das Nações Unidas e dos países em desenvolvimento no campo da segurança alimentar, disse Wang, acrescentando que a China apoia o PMA na criação de um armazém e hub de emergência humanitária global na China, estabeleceu o Fundo Fiduciário da Cooperação Sul-Sul com a FAO e forneceu apoio financeiro para isso.
Sob o fundo fiduciário, a China realizou mais de 40 projetos de cooperação Sul-Sul em cooperação com a FAO e o PMA, disse Wang.
A China estabeleceu zonas de cooperação agrícola com alguns países em desenvolvimento e realizou intercâmbios em ciência e tecnologia agrícola com mais de 140 países e regiões, lembrou Wang.
Desde o início deste ano, a China forneceu mais de 15 mil toneladas de ajuda alimentar humanitária de emergência aos países em desenvolvimento necessitados, e continuará a fazer novos esforços para promover a segurança alimentar. Fim