China e Brasil debatem papel do setor financeiro para agricultura sustentável-Xinhua

China e Brasil debatem papel do setor financeiro para agricultura sustentável

2022-08-04 12:28:00丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 3 ago (Xinhua) -- A China e o Brasil devem adotar critérios comuns para a classificação de projetos de agropecuária de baixo carbono que podem receber financiamentos vinculados ao combate dos efeitos da mudança climática, defenderam participantes do 2º Diálogo Brasil-China sobre Agricultura Sustentável, realizado nesta quarta-feira.

Organizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) junto com o think tank chinês Instituto de Finança e Sustentabilidade (IFS), o evento teve o propósito de promover um debate em torno dos critérios comuns que a China e o Brasil podem estabelecer e adotar no financiamento da agropecuária de baixo carbono, no intuito de combater as mudanças climáticas.

Segundo Ma Jun, o presidente do IFS e economista chinês, "estamos enfrentando grandes desafios com a perda da biodiversidade, aumentando o risco para a agricultura. Se não for possível frear estas mudanças elas serão destrutivas para a vida mundial. A China tem uma série de documentações com orientações e medidas para desenvolver a agricultura sustentável".

Sean Kidney, CEO da Climate Bonds Initiative, salientou que o Brasil tem a oportunidade de estar no topo da lista para o fornecimento de comodities de alto valor agregado. "O Brasil pode diversificar a sua pauta exportadora de maneira sustentável e verde, como também diversificar o acesso de capital. É preciso aproveitar os momentos de booms de commodities para investir em mercados e impulsionar a promoção de produtos de maior valor agregado. O nosso papel é fazer os negócios acontecerem, facilitando o ambiente para que eles possam ocorrer. Na China, o Banco de Desenvolvimento Agrícola é um líder no desenvolvimento de financiamento."

Anna Lucia Horta, diretora de finanças e investimentos sustentáveis da ONG The Nature Conservancy (TNC), explicou em mais detalhes a Inovação Financeira para Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC), uma iniciativa da TNC, em conjunto com a Tropical Forest Alliance (TFA) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Segundo ela, a IFACC busca um comprometimento de uma parcela da carteira dos investidores para acelerar empréstimos e investimentos para produção sustentável de carne bovina e soja na Amazônia, Cerrado e Chaco.

Já Shao Danqing, pesquisadora da Escola Nacional de Desenvolvimento da Universidade de Pequim, afirmou que a China já apresentou as suas metas de pico de carbono e de neutralidade ambiental e lançou uma diretriz em que cada ministério é responsável por elaborar um plano de ação para cada setor. "Atualmente é preciso fazer readaptações para atingir a meta de redução de emissão de gases de efeito estufa. A China lançou um sistema de finanças verdes, onde é preciso trabalhar nos seguintes aspectos: boa divulgação de informações, promover incentivos políticos e institucionais, realizar uma transição mais justa e adaptável ao contexto da China e os instrumentos financeiros precisam seguir critérios em que seja possível avaliar os impactos para o meio ambiente", disse.

Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Banco da China no Brasil, defendeu a harmonização dos padrões de sustentabilidade entre a China e o Brasil, "porque assim não será necessário trabalhar com padrões diferentes. Isso facilitaria muito a concessão de empréstimos e mais investidores e bancos internacionais participariam dessa iniciativa". 

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