Departamento de Justiça dos EUA conclui revisão de documentos apreendidos na operação de Trump-Xinhua

Departamento de Justiça dos EUA conclui revisão de documentos apreendidos na operação de Trump

2022-09-01 11:36:39丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada no dia 11 de agosto de 2022 mostra o prédio do Departamento de Justiça dos EUA em Washington, D.C., Estados Unidos. (Xinhua/Liu Jie)

O membro-sênior da Brookings Institution, Darrell West, disse à Xinhua que o DOJ "fez vários esforços para garantir a devolução de documentos confidenciais, mas foi necessária uma invasão do FBI para obter documentos importantes".

Por Matthew Rusling

Washington, 30 ago (Xinhua) -- O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) terminou na segunda-feira a análise dos documentos apreendidos na invasão à residência do ex-presidente, Donald Trump, em Mar-a-Lago, Flórida.

A conclusão da revisão pode minar os esforços da equipe jurídica de Trump para impedir essa avaliação dos documentos até que um terceiro seja nomeado para revisá-los.

Isso ocorre poucos dias depois que um juiz federal da Flórida sinalizou no sábado que poderia nomear um "mestre especial" para revisar alguns dos documentos conseguidos na operação.

A juíza distrital dos EUA, Aileen Cannon, que havia sido nomeada pelo próprio Trump, não ordenou uma revisão, mas disse que tinha uma "intenção preliminar" de fazer isso.

Isso aconteceu depois que a juíza ouviu argumentos em seu tribunal na quinta-feira.

A equipe jurídica de Trump apresentou um pedido na semana passada para que um terceiro examinasse os documentos que os agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI) obtiveram durante a operação de 8 de agosto na residência do ex-presidente em Mar-a-Lago.

A operação do FBI na casa de um ex-presidente provocou indignação de legisladores republicanos e da mídia conservadora.

O FBI alegou que tinha "causa provável" que justificava uma operação, pois o departamento acreditava que encontraria "evidências de obstrução" na residência de Trump, um crime nos Estados Unidos.

A equipe jurídica de Trump disse que a busca foi muito ampla e observou que os agentes levaram os passaportes do ex-presidente.

Foto tirada no dia 26 de agosto de 2022 mostra a declaração do mandado de busca redigida que supostamente descrevia como os agentes em maio descobriram quase 200 documentos que foram marcados de acordo com o quão secretos eram. (Xinhua)

Na sexta-feira, Bruce Reinhart, outro juiz federal, ordenou a liberação de uma cópia da declaração do mandado de busca que supostamente descrevia como os agentes em maio descobriram cerca de 200 documentos que foram marcados de acordo com o quão secretos eram. Esses documentos estavam em caixas no endereço de Trump na Flórida.

Mas a declaração foi tão firmemente redigida que páginas inteiras foram apagadas, de acordo com a mídia dos EUA.

A declaração afirmou que 25 desses documentos foram rotulados como "ultrasecretos", outros 77 foram marcados como "confidenciais" e 92 rotulados como "secretos".

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, destacou na segunda-feira que o FBI está conduzindo uma investigação independente e que "não estamos envolvidos".

Isso ocorreu após acusações de críticos de que a Casa Branca está usando o DOJ, cujo chefe foi nomeado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, para impedir Trump de concorrer à reeleição contra Biden em 2024.

Enquanto isso, Trump foi ao Truth Social no domingo, plataforma de mídia social que ele fundou, para alegar que o FBI e o DOJ estavam envolvidos em interferência eleitoral "no maior e mais desonesto nível que nosso país já teve, tanto no meio do mandato quanto na eleição presidencial de 2024".

Isso seguiu-se a uma publicação de Trump no sábado de que o ataque do FBI foi uma "desgraça para nossa agora nação de terceiro mundo!".

O presidente dos EUA, Donald Trump (direita), participa de um evento na Casa Branca em Washington, D.C., Estados Unidos, no dia 2 de outubro de 2017. (Xinhua/Yin Bogu)

Trump chamou o ataque de "invasão sem precedentes, desnecessária e não anunciada do FBI/DOJ (invasão!) à minha casa, Mar-a-Lago. Esse ataque foi feito para fins políticos pouco antes das eleições de meio de mandato (e 2024, claro). É uma vergonha para a nossa nação agora de terceiro mundo!", Trump postou.

A operação do FBI causou alvoroço no Partido Republicano, com legisladores republicanos alegando que a ação transformou o líder do Ocidente em uma "república das bananas".

O governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, classificou a busca como "outra escalada no armamento de agências federais contra os oponentes políticos do regime".

A estrela GOP em ascensão e governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem, disse que o ataque era "anti-americano".

Em nítido contraste, a presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, disse que o caso levanta novas questões.

"É importante para nós sabermos em algum momento como nossa segurança nacional estava em risco", disse Pelosi, conforme relatado na afiliada local da NBC na área da baía de São Francisco.

O membro-sênior da Brookings Institution, Darrell West, disse à Xinhua que o DOJ "fez vários esforços para garantir a devolução de documentos confidenciais, mas foi necessária uma invasão do FBI para obter documentos importantes".

Clay Ramsay, pesquisador do Centro de Estudos Internacionais e de Segurança da Universidade de Maryland, disse à Xinhua que o que Trump ganhou foi um "retorno aos holofotes e uma oportunidade de arrecadação de fundos".

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