Beijing, 18 set (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, concluiu sua viagem a duas nações no final da sexta-feira, após encerrar a participação na 22ª reunião do Conselho de Chefes de Estado da Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) e as visitas de Estado ao Cazaquistão e ao Uzbequistão.
Em uma agenda lotada de três dias, Xi participou intensamente de quase 30 eventos, apresentando agendas multilaterais e bilaterais, e cobrindo questões de segurança e desenvolvimento. Há muitos destaques e resultados frutíferos, que impulsionaram fortemente a expansão da OCS mais para frente e levaram as relações da China com países relevantes a um novo nível.
Especialistas, acadêmicos e funcionários globais falaram muito do pedido de Xi por uma comunidade da OSC mais próxima com um futuro compartilhado, bem como as iniciativas da China e seu papel na comunidade da OSC e além, esperando que a organização impulsione a estabilidade e o desenvolvimento em todo o continente eurasiático.
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Desde sua fundação, em 2001, a OCS, agora com oito membros plenos, quatro países observadores e múltiplos parceiros de diálogo, tornou-se não apenas um forte pilar da paz e desenvolvimento global, mas também uma grande força para a equidade e justiça internacionais.
Em seu discurso na cúpula da OCS na sexta-feira, Xi resumiu a experiência bem-sucedida da organização, ou seja, adesão à confiança política, cooperação de ganho mútuo, igualdade entre as nações, abertura e inclusão, bem como equidade e justiça.
Estes cinco pontos incorporam plenamente o Espírito de Shanghai -- confiança mútua, benefício mútuo, igualdade, consulta, respeito pela diversidade das civilizações e busca de um desenvolvimento comum, disse ele.
"Devemos o notável sucesso da OCS ao Espírito de Shanghai. E continuaremos a seguir sua orientação à medida que formos avançando", disse Xi.
Gulru Gezer, conselheiro turco de política externa e ex-diplomata, vê o Espírito de Shanghai como "um exemplo para uma nova forma de cooperação", o que é especialmente importante quando "o mundo precisa de novos padrões de relacionamento" em uma era multilateral.
Como o globo está passando por mudanças aceleradas,não vistas em um século e por uma nova fase de incerteza e transformação, o Espírito de Shanghai pode ser "fundamental na construção de pontes entre os países e continentes, promovendo a integração econômica das regiões e mitigando muitos desafios regionais e globais", disse B. R. Deepak, presidente do Centro de Estudos da China e do Sudeste Asiático da Universidade Jawaharlal Nehru, com sede em Nova Deli.
Sob os esforços conjuntos de Xi e outros líderes, a cúpula adotou mais de 40 documentos cobrindo áreas como economia, finanças, ciência e tecnologia, cultura e intercâmbio pessoal, desenvolvimento institucional e interações externas. Ela também divulgou uma série de declarações e documentos sobre a salvaguarda da segurança alimentar global, segurança energética internacional, abordagem da mudança climática e manutenção de uma cadeia de fornecimento segura, estável e diversificada.
Destaca-se especialmente que um número crescente de países se candidatou para se juntar à família da OCS. Na cúpula, o Irã se tornou oficialmente um membro pleno da OCS. A China e outros membros da OCS também iniciaram o procedimento de adesão de Belarus, concederam ao Egito, Arábia Saudita e Qatar o status de parceiros de diálogo da OCS, e chegaram a um acordo para admitir Bahrein, as Maldivas, os Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Mianmar como novos parceiros de diálogo.
Mehmood Ul Hassan Khan, diretor do Centro de Estudos Internacionais e do Sul da Ásia em Islamabad, acredita que o princípio da OCS de não aliança, não confrontação e não direcionado a terceiros conquistou o coração de muitos países; e que suas modernas visões sobre política, segurança, economia e sociedade humana são bastante atraentes para os países da região e além.
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Em 2013, durante sua viagem pela Ásia Central, Xi apresentou pela primeira vez o Cinturão Econômico da Rota da Seda, um componente da Iniciativa do Cinturão e Rota, no Cazaquistão, e fez uma visita especial a Samarkand, do Uzbequistão. Desde então, o Cinturão Econômico da Rota da Seda conectou estreitamente a China com os dois países da Ásia Central.
Desta vez, Xi fez visitas ao Cazaquistão e ao Uzbequistão em sua primeira viagem ao exterior desde o início da pandemia da COVID-19, o que reflete claramente o alto nível e a originalidade das relações da China com os dois países, bem como a estreita amizade e a profunda confiança entre os chefes de Estado.
Durante as conversas formais com o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, Xi disse que a China está pronta para trabalhar com o Cazaquistão no apoio firme ao desenvolvimento e rejuvenescimento um do outro, e que a amizade inquebrável entre a China e o Cazaquistão contribuirá para o crescimento de forças positivas e progressistas no mundo e para a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
Ao conversar com o presidente uzbeque, Shavkat Mirziyoyev, Xi salientou que a China e o Uzbequistão sempre se respeitaram, desfrutaram de boa vizinhança e trabalharam em parceria para benefícios mútuos. A China está pronta para trabalhar com o Uzbequistão para implementar a visão de uma comunidade China-Uzbequistão com um futuro compartilhado, e aprofundar a cooperação em benefício mútuo, disse ele.
Xi recebeu a Ordem da Águia de Ouro concedida por Tokayev, e a primeira Ordem de Amizade conferida por Mirziyoyev, e assinou e emitiu declarações conjuntas respectivamente com os dois colegas, resumindo de forma abrangente as realizações e experiências acumuladas durante os últimos 30 anos de relações diplomáticas e desenhando um plano para o desenvolvimento futuro.
A visita de Xi demonstra "o importante papel que o Cazaquistão desempenha na política externa da China", disse Gulnar Shaimergenova, diretor do Centro de Estudos da China do Cazaquistão, que espera que o "evento diplomático muito significativo" dê um forte impulso para o aprofundamento das relações bilaterais.
"Acredito que a visita do líder da China será produtiva para o desenvolvimento futuro das relações bilaterais em todas as áreas", disse o ex-secretário-geral da OCS Bolat Nurgaliyev.
Azamat Seitov, professor da Universidade Nacional do Uzbequistão, observou que a cooperação entre o Uzbequistão e a China em investimentos e tecnologia está em expansão, o que acelerará a modernização tecnológica e a diversificação da economia uzbeque, e aumentará o potencial de exportação do país.
INJETAR POSITIVIDADE NA EURÁSIA DE PAZ E DESENVOLVIMENTO
Em Samarkand, Xi participou de reuniões bilaterais com 10 líderes que participaram da cúpula da OCS e da reunião de Chefes de Estado da China, Rússia e Mongólia. Os eventos têm um papel importante na orientação do desenvolvimento das relações bilaterais e na promoção da paz e estabilidade regionais.
Estes esforços diplomáticos têm mostrado que "a China está disposta a trabalhar com a comunidade da OCS para aprofundar a cooperação na aplicação da lei, segurança e defesa, e no combate ao tráfico de drogas, crime organizado transnacional e terrorismo", entre outros campos, disse Joseph Matthews, professor sênior da Universidade Internacional BELTEI em Phnom Penh.
Como uma força positiva na OCS, as iniciativas propostas pela China "como a Iniciativa do Cinturão e Rota, a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global são essenciais para reforçar o multilateralismo, a cooperação internacional e a solidariedade para enfrentar os desafios e preocupações globais por interesses comuns", acrescentou ele.
Nos últimos anos, a OCS tem dado enormes oportunidades de desenvolvimento para a região e para o mundo em geral, ao criar conectividade sob a estrutura do Cinturão e Rota, promovendo a sinergia entre a iniciativa e os planos de desenvolvimento dos países regionais. Desde 2001, o tamanho econômico combinado dos países da OCS aumentou cerca de 13 vezes.
Nestes anos, a China e outros Estados membros têm usado a OCS como uma plataforma para promover a sinergia entre o Cinturão e Rota proposto pela China e estratégias de desenvolvimento de outros países, disse Selcuk Colakoglu, diretor do Centro Turco de Estudos da Ásia-Pacífico. "Hoje, graças aos esforços da OCS, as fronteiras dos países membros são mais seguras e protegidas, e suas economias estão mais integradas."
Chamando a OCS de "um modelo para outras organizações regionais", disse Colakoglu: "como um dos membros fundadores da OCS, a China sempre agiu como responsável, cooperativa e inclusiva dentro da organização para facilitar uma maior integração".
Em um mundo altamente interconectado onde as ameaças não tradicionais são mais desafiadoras, os países podem promover a paz e preservar os ganhos do desenvolvimento somente através do desenvolvimento e cooperação comuns, disse Pramod Jaiswal, diretor de pesquisa do Instituto para Cooperação e Engajamento Internacional do Nepal.
Portanto, a visão da China de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade é peculiarmente digna de apreciação, observou Jaiswal, acrescentando que ele acredita que a China tem desempenhado um papel crucial e incentivará uma maior participação na causa.