Rio de Janeiro, 28 set (Xinhua) -- Nessa quarta-feira, o intercâmbio cultural entre a China e o Brasil teve um avanço significativo com a primeira celebração do Dia do Idioma Mandarim da cidade do Rio de Janeiro, data instituída e incluída no calendário municipal pela Câmara de Vereadores através do projeto de lei Nº 749.
A cerimônia de celebração ocorreu na sede da Associação Cultural Chinesa do Rio de Janeiro, localizada no bairro Tijuca, e contou com a presença de representantes governamentais, de instituições empresariais do Brasil e da China, de lideranças da sociedade carioca, fluminense e da comunidade chinesa no Rio de Janeiro, além de diplomatas de outros países.
Conforme a cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min, com a intensificação das interações entre chineses e brasileiros no estado do Rio de Janeiro, o idioma chinês está mais perto dos alunos brasileiros. "A comunidade chinesa está estabelecida há mais de 200 anos no Rio de Janeiro, terra que também chama de lar, e convive em harmonia com os cariocas. A China e o Brasil são economias emergentes com uma Parceria Estratégica Global. A amizade sino-brasileira pautada no respeito e na cooperação é um patrimônio comum dos dois povos. Tanto a China quanto o Brasil encontram-se num período crítico para seu desenvolvimento nacional. Os dois países devem unir forças para aprofundar e expandir a cooperação pragmática em todos os campos e trazer mais bem-estar aos dois povos, ampliando os empenhos para a paz, a estabilidade e a prosperidade regionais e mundiais", enfatizou a cônsul-geral.
Segundo o vereador Reimont Luiz Otoni Santa Bárbara, um dos autores do projeto de lei, iniciativas como esta concretizam uma relação cultural sólida: "Esta conquista é mérito também da comunidade chinesa da cidade do Rio de Janeiro, que sempre buscou ter um diálogo conosco. Os chineses historicamente realizaram diversas contribuições nas mais diversas áreas ao Rio de Janeiro. O idioma e a palavra existem para unir, para fazer com que os povos se encontrem", relatou o vereador.
Para ele, esta data abre uma janela para que mais brasileiros possam aprender o idioma chinês nas escolas. "Precisamos agora estabelecer um diálogo com o poder executivo, em conjunto com o Consulado-Geral da China (no Rio de Janeiro), para avançar no objetivo de possibilitar às escolas brasileiras absorver o estudo do mandarim e colocá-lo como parte do processo educacional de nossas crianças", disse Reimont.
Representando o Instituto Confúcio da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a diretora Sun Yanping lembrou em seu discurso que o idioma chinês é a língua mais falada no mundo, e que os caracteres chineses têm sido usados para registrar o idioma por cerca de 6.000 anos. "Melhorar a compreensão entre a China e o Brasil pode contribuir para o benefício mútuo. Aprender um idioma e escrevê-lo é a melhor maneira alcançar este objetivo. Embora o idioma chinês e o português não sejam idiomas que possam ser facilmente dominados, fico satisfeita em ver que muitos estudantes perseveram e, no caso da língua chinesa, passam em exames como o HSK e recebem bolsas de estudo para continuar seus estudos na China.".
Conforme o vice-decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio Luiz Camillo Osorio, o Instituto Confúcio da PUC-Rio tem promovido o ensino da língua e da cultura chinesa, além do intercâmbio de educadores, estudantes e pesquisadores do idioma, em uma parceria da instituição universitária brasileira com a Universidade de Hebei na China . "Temos quatro turmas de graduação e pós-graduação. São 11 anos de trabalho do Instituto e uma data comemorativa como esta é um incentivo para dar destaque a importância da língua chinesa e do mandarim no mundo contemporâneo em uma realidade cultural bastante globalizada e multipolar como a que vivemos hoje", lembra Osorio.
A professora brasileira Lívia Santos da Silva, do Colégio Intercultural Brasil-China (Ciep 097 - Carlos Chagas), localizado em Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, que há 12 anos estuda o idioma chinês, também salientou a importância desta data: "O Dia do Mandarim abre portas para que mais pessoas possam ter interesse na língua, mas também que possam ter oportunidades de emprego e promovam novas iniciativas para a divulgação do idioma e da cultura chinesa".
Durante o evento, foi lançado o Centro de Experiência da Cultura Chinesa. Aos presentes foi possível ter contato com a medicina tradicional, caligrafia, gastronomia e a arte marcial chinesa, o Tai Chi. Ainda ocorreram uma mostra de produtos criativos culturais, a performances das orquestras Maré do Amanhã e Violões do Forte de Copacabana, entre outros. Os alunos da Escola Internacional Chinesa e do OiChina estiveram presentes para uma apresentação especial, cantando e declamando músicas e poemas clássicos chineses.
