(Multimídia) Brasil vive dia histórico com posse de Lula para um terceiro mandato-Xinhua

(Multimídia) Brasil vive dia histórico com posse de Lula para um terceiro mandato

2023-01-02 16:28:30丨portuguese.xinhuanet.com

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acena para apoiadores após receber a faixa presidencial no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, em 1º de janeiro de 2023. (Xinhua/Lúcio Távora)

   Rio de Janeiro, 1º jan (Xinhua) -- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se converteu neste domingo no primeiro mandatário do Brasil a receber a simbólica faixa presidencial literalmente das mãos do povo, representado por criança, indígena, negros, mulheres, trabalhadores e uma pessoa com deficiência, que simbolizaram as diversidades do país.

   Os brasileiros que participaram do episódio são o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, conhecido internacionalmente pela luta em defesa dos povos originários e da Amazônia, o menino Francisco, de 10 anos, a catadora de resíduos recicláveis, Aline Sousa, o metalúrgico Weslley Rodrigues, o professor Murilo de Quadros Jesus, a cozinheira Jucimara Fausto dos Santos, o artesão Flávio Pereira e o jovem com paralisia cerebral Ivan Baron.

   O momento histórico começou quando o grupo acompanhou Lula, já empossado pelo Congresso, na tradicional "subida da rampa" do Palácio Presidencial do Planalto, sede do governo brasileiro.

   Eles foram escolhidos para representar o povo brasileiro na entrega da faixa presidencial, um ato simbólico que ocorre a cada troca de presidente no qual o mandatário que está saindo passa a faixa para o que está entrando, ato que não aconteceu desta vez, já que o agora ex-presidente Jair Bolsonaro abandonou o país e viajou para os Estados Unidos para não ter de participar da posse de seu adversário.

   Em cerimônia no topo da rampa, a faixa passou pela mão de todos até ser entregue a Lula pela catadora, ao som da música brasileira "Amanhã", que fala de um novo dia, uma nova esperança.

   Já com a faixa no peito, Lula se dirigiu ao parlatório do palácio para falar à multidão de 40 mil pessoas que o aguardava na Praça dos Três Poderes. Em discurso de meia hora, com forte tom emotivo, o presidente afirmou que "é hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras", em alusão ao governo de Jair Bolsonaro, e asseverou que vai governar "para todos".

   Após o pronunciamento, Lula recebeu os cumprimentos de chefes de estado e representantes de governos que vieram ao país para prestigiá-lo, além de dar posse a seus 37 ministros. No início da noite, o presidente e a primeira-dama foram ao Palácio do Itamaraty, sede da chancelaria brasileira, para uma recepção aos convidados estrangeiros.

POSSE NO CONGRESSO

   Único presidente brasileiro a ser eleito para um terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), assumiu o cargo às 15h00 (18h00 GMT) deste domingo em um ato realizado no Congresso Nacional, assistido por telões por uma multidão de 300 mil pessoas, vindas de todo o país, que lotaram a Esplanada dos Ministérios em Brasilia.

    A investidura de Lula e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, foi realizada no plenário da Câmara dos Deputados, em uma cerimônia conduzida pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira.

   O retorno de Lula ao poder representa uma espetacular recuperação de sua liderança, depois de ter passado 580 dias preso entre 2018 e 2019, devido a uma polêmica condenação que seria anulada em abril de 2021 pelo Supremo Tribunal Federal, o que lhe permitiu voltar a candidatar-se.

   Em seu discurso de investidura, Lula enfatizou que sua eleição teve como "grande vitória" a sobrevivência da democracia e disse que este momento é de união e de reconstrução.

   "Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, soberania e desenvolvimento que esta nação construiu desde 1988 foi sistematicamente demolido nos últimos anos. É para reconstruir este edifício de direitos e valores nacionais que dirigiremos todos os nossos esforços", afirmou.

   "Renovo meu juramento de fidelidade à Constituição, junto com o vice-presidente e os ministros que trabalharão conosco. Se estamos aqui hoje, é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos ao longo desta campanha histórica", acrescentou.

   O presidente recordou seu primeiro discurso de posse, quando pôs a luta contra a fome como uma das prioridades de seu primeiro governo e lamentou: "ter que repetir hoje este compromisso diante do avanço da miséria e da volta da fome que tínhamos superado é o sintoma mais grave da devastação imposta ao país nos últimos anos".

   Apesar de afirmar que não adotaria uma "postura revanchista", contra "aqueles que tentaram submeter à nação a seus desígnios pessoais e ideológicos'', afirmou que essas pessoas "responderão por seus erros, com amplo direito de defesa, dentro do devido processo legal". 

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