Decodificando a recuperação econômica da China nas "duas sessões"-Xinhua

Decodificando a recuperação econômica da China nas "duas sessões"

2023-03-06 21:38:15丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 6 mar (Xinhua) -- Embora um risco de recessão ainda paire sobre a economia global, as "duas sessões" em curso na China tranquilizaram investidores e empresas de que a segunda maior economia do mundo está se recuperando dos choques da COVID-19 e continuará a servir como um forte impulsionador de crescimento para o mundo.

No domingo, uma série de metas econômicas muito esperadas para 2023 foi revelada em um relatório de trabalho do governo, que é deliberado e discutido por legisladores nacionais e conselheiros políticos que estão se reunindo para suas reuniões anuais, também conhecidas como as "duas sessões".

De acordo com o relatório, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá se expandir em cerca de 5% ano a ano. Outras metas incluem cerca de 12 milhões de novos empregos urbanos e um aumento do preço ao consumidor de cerca de 3%.

Após o crescimento econômico mais lento de 3% registrado no ano passado, a recuperação prevista no relatório, juntamente com uma série de medidas a favor do crescimento, desde a expansão da demanda doméstica até a modernização do sistema industrial e a atração de investimentos estrangeiros, ofereceu um novo impulso de confiança na resiliência e nas perspectivas da economia chinesa.

A China tem a capacidade de atingir sua meta de crescimento, disse o economista Yu Miaojie, presidente da Universidade de Liaoning e legislador nacional, observando que as atividades comerciais e a vida das pessoas estão voltando à normalidade rapidamente e que o ímpeto de crescimento doméstico está ganhando força desde o início do ano.

"Para um grande país em desenvolvimento como a China, um desenvolvimento de alta qualidade requer uma taxa de crescimento adequada e precisamos promover uma recuperação econômica completa o mais rápido possível", disse Liu Shangxi, chefe da Academia Chinesa de Ciências Fiscais e conselheiro político nacional.

De fato, tem havido sinais crescentes de que a economia está se recuperando, como provam as máquinas zumbindo nas fábricas e a agitação reaparecendo nas atrações turísticas.

O índice de gerentes de compras para o setor manufatureiro da China chegou a 52,6 em fevereiro, aumentando por dois meses consecutivos e marcando o nível mais forte desde abril de 2012. Como evidência da melhoria do sentimento do consumidor, as receitas do turismo aumentaram 30% anualmente, e os cinemas de todo o país registraram a segunda maior bilheteria durante o feriado de uma semana da Festa da Primavera, em janeiro. Mais cidades testemunharam aumentos mês a mês nos preços das casas em janeiro, indicando um mercado imobiliário em estabilização.

Na reportagem da CNN o chefe de economia da China na Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, disse que os últimos dados "excepcionalmente fortes" da China confirmaram uma "recuperação muito rápida" na atividade econômica. Dada a rápida recuperação, o especialista acredita que a previsão de crescimento de 5,5% de sua empresa para a China neste ano pode ser muito conservadora.

Atingir estes objetivos não é tarefa fácil. Apesar da tendência ascendente, o relatório de trabalho do governo de domingo alertou sobre os desafios externos decorrentes da inflação elevada e do enfraquecimento do crescimento econômico e comercial global, e disse que a base para o crescimento doméstico estável também precisa ser consolidada.

Enfrentando corajosamente os desafios, foi anunciada no relatório uma série de políticas pró-crescimento, incluindo uma relação déficit/PIB de 3%, uma prioridade à recuperação e expansão do consumo, 3,8 trilhões de yuans (US$ 550 bilhões) de títulos do governo local para fins especiais, e cortes contínuos de impostos e taxas para aliviar os encargos das empresas.

As novas medidas impressionaram os legisladores e conselheiros políticos que participaram das "duas sessões".

Manter a intensidade necessária dos gastos do governo ajudará a promover a recuperação econômica completa, disse Zhang Lianqi, vice-presidente do Instituto Tributário Chinês e conselheiro político nacional. Wang Changlin, presidente da Academia de Pesquisa Macroeconômica e conselheiro político nacional, enfatizou a necessidade de deixar o consumo se recuperar e ressurgir como o motor econômico mais importante.

Li Xiehua, presidente da Chinalco Advanced Manufacturing Co., Ltd. e legislador nacional, disse que seu negócio se beneficiou muito de políticas favoráveis nos últimos anos e, depois de ler as novas, ele está tranquilizado e mais confiante.

Com metas estabelecidas e ações sólidas em andamento, o quadro promissor da economia chinesa pintado durante as "duas sessões" ecoou em todo o mundo.

Comentando sobre a meta principal do PIB, Kevin Kang, economista-chefe da KPMG China, disse que o país é muito mais forte do que a maioria das principais economias do mundo e acredita que a China ultrapassará a meta registrando uma taxa de crescimento de 5,7%.

A China continuará a ser um dos principais países com o crescimento mais forte este ano, e sua contribuição para o crescimento econômico global será de 30%, disse Steven Barnett, representante sênior residente do FMI na China.

Mais recentemente, a agência de classificação de risco Moody's elevou sua previsão para o crescimento da China de 4% para 5% para este ano e 2024.

A China é a única grande economia do mundo a caminho de ter um crescimento decente nos lucros corporativos e no PIB em 2023, de acordo com um relatório da revista Barron's. "Dado a demanda da China por energia, automóveis e muito mais, isso é uma boa notícia para a economia global, e aumenta a probabilidade de que o mundo possa evitar uma recessão, mesmo com os Estados Unidos e a Europa desacelerando." 

 

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