
Wang Xuemin (1º, esquerda), especialista na Green Agriculture West Africa Ltd., mostra variedade de super arroz verde GAWAL R1 para estagiários africanos em fazenda em Abuja, capital da Nigéria, no dia 25 de abril de 2022. (Instituto de Ciências Agrícolas da CAAS/Divulgação via Xinhua)
Beijing, 3 mai (Xinhua) -- Em um laboratório da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS, na sigla em inglês), no norte de Beijing, os pesquisadores trabalham marcando e editando genes do arroz, um dos principais componentes do complexo processo para aprimoramento do super arroz verde (GSR, na sigla em inglês).
Como o próprio nome sugere, esta variedade de arroz tem altos rendimentos, e é ecologicamente correta.
"Usamos o método de triagem genética para colocar a qualidade ou as características de que precisamos no arroz", disse o professor do Laboratório de Aprimoramento Molecular de Arroz do Instituto de Ciências Agrícolas da CAAS, Xu Jianlong.
Desde 2008, com o apoio do governo chinês e da Fundação Bill & Melinda Gates, o laboratório começou a desenvolver variedades de GSR para melhorar o desenvolvimento agrícola em áreas carentes de recursos na África e na Ásia.
"Estamos criando diferentes variedades de GSR que conseguem se adaptar a ambientes ecológicos em diferentes países. Na África, por exemplo, criamos variedades mais resistentes à seca e às altas temperaturas, enquanto no sudeste da Ásia, onde os tufões são recorrentes, produzimos arroz resistente à destruição e doenças como a ferrugem bacteriana", explicou Xu.
Segundo o especialista, quando o super tufão Haiyan atingiu as Filipinas em 2013, todas as plantações de variedades locais de arroz na ilha de Leyte foram destruídas. "Mas a variedade de GSR8 que plantamos lá para testes mostrou mais tolerância a inundações, secas e salinidade, com uma colheita de 1,2 toneladas por hectare".
O governo filipino decidiu então promover o uso de sementes de GSR8, resultando na rápida expansão da variedade de GSR para cobrir 430.000 hectares em 2014. A partir de 2018, as variedades de GSR foram promovidas nas Filipinas em 1,09 milhões de hectares, representando 22,64% da área de arroz do país. Até 2021, a área cumulativa de variedades de GSR atingiu 10,8 milhões de hectares nas Filipinas.
Casos de sucesso também aconteceram em outros países asiáticos. O NIBGE-GSR1, que foi promovido no Paquistão, tem um rendimento médio de cerca de 9,5 toneladas por hectare, em comparação com 7 toneladas da variedade local. Atualmente, seis variedades de GSR, incluindo NIBGE-GSR1, 2, 3, 7, 8 e NIAB GSR39, foram certificadas pelas autoridades paquistanesas, de acordo com a CAAS.

Xu Jianlong (2º, direita), professor do Instituto de Ciências Agrícolas e da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, explica como selecionar sementes de super arroz verde em fazenda em Abuja, capital da Nigéria, no dia 13 de novembro de 2022. (Instituto de Ciências Agrícolas da CAAS/Divulgação via Xinhua)
Para os especialistas da CAAS, a implantação de GSR na África tem sido um grande desafio, já que a infraestrutura agrícola é relativamente insuficiente.
Com o apoio técnico da CAAS, a Green Agriculture West Africa Ltd., ligada à construtora chinesa CGCOC Group, desenvolveu a variedade de GSR GAWAL R1 para ajudar a aumentar a produção de arroz. Validado na Nigéria em 2017, o GAWAL R1 rendeu cerca de 30% a mais que a variedade local Faro 44. Com sua popularização, o rendimento médio de arroz na Nigéria aumentou de 1,98 toneladas por hectare em 2019 para 2,5 toneladas por hectare em 2022.
"Faremos mais esforços para ajudar os países da África Ocidental a estabelecer sistemas industriais de sementes de arroz e melhorar as demandas por alimentos", disse Xu.
Segundo a CAAS, na última década, 78 variedades de GSR desenvolvidas pelo grupo do projeto GSR foram testadas, certificadas e promovidas em 18 países e regiões da África e da Ásia, com uma área de plantio cumulativa de mais de 6 milhões de hectares, beneficiando mais de 1,6 milhões de agricultores.
A experiência da China no cultivo e produção de arroz contribuiu de forma significativa para a segurança alimentar dos países asiáticos e africanos ao longo da Iniciativa do Cinturão e Rota, lançada há quase 10 anos, disse Xu.
Quanto aos planos para o futuro, o especialista acredita que é muito importante "ensiná-los a plantar em vez de simplesmente dar o arroz".
Atualmente, 58 estudantes de pós-graduação de 15 países estão cursando mestrado ou doutorado em institutos de pesquisa chineses.
"Além disso, damos treinamento avançado em técnicas de criação de GSR para cerca de 943 cientistas e técnicos de 15 países, e haverá mais treinamentos em breve", disse Xu.
O especialista acredita que o uso da tecnologia chinesa para garantir a segurança alimentar dos países em desenvolvimento é muito importante para a construção da Iniciativa do Cinturão e Rota e de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.
"Nosso objetivo é ajudar os agricultores desses países a se tornarem autossuficientes na produção de arroz", acrescentou Xu.







