Foguete transportador Longa Marcha-2C é lançado do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China, em 21 de maio de 2023. Neste domingo, a China enviou com sucesso novos satélites de ciência espacial à órbita desde o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, incluindo o primeiro projeto de satélites de exploração espacial Macau Science 1. Trata-se do primeiro programa de satélites de ciência espacial desenvolvido conjuntamente pela parte continental chinesa e por Macau. (Foto de Wang Jiangbo/Xinhua)
Jiuquan, 22 mai (Xinhua) -- A China enviou ao espaço com sucesso dois satélites do "Macau Science 1", um programa de exploração espacial, neste domingo.
A Administração Espacial Nacional da China (AENC) informou que os satélites foram lançados às 16h (horário de Beijing) por um foguete transportador Longa Marcha-2C do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China, e entraram nas órbitas predefinidas com sucesso.
Esta foi a 474ª missão de voo da série de foguetes transportadores Longa Marcha. O lançamento também enviou um satélite de experimentos científicos chamado Luojia-2 ao espaço.
O Macau Science 1 tem uma abordagem de satélite duplo. O satélite A carrega cargas úteis como magnetômetros de alta precisão para detectar o campo magnético da Terra. O satélite B é equipado com cargas úteis como detectores de partículas de alta energia e instrumentos de raios X solares para obter dados do ambiente espacial.
O Macau Science 1 tem a capacidade de complementar as observações feitas pelos satélites Swarm da Europa e pelo primeiro satélite sismo-electromagnético da China, Zhangheng 1. Este esforço colaborativo permite uma compreensão mais abrangente do campo magnético de baixa latitude da Terra e das mudanças no ambiente espacial, bem como facilita o monitoramento da Anomalia do Atlântico Sul (AAS).
De acordo com a AENC, o Macau Science 1 é o primeiro programa de satélites de ciência espacial desenvolvido em conjunto pela China continental e Macau. O projeto também é o primeiro satélite de exploração científica colocado em uma órbita quase equatorial para monitorar o campo geomagnético e o ambiente espacial da SAA próxima ao equador.
A AAS é uma região gigante de menor intensidade magnética nos céus acima do planeta, estendendo-se sobre o Atlântico Sul. O enfraquecimento da proteção do campo magnético da Terra sobre essa área permite que mais radiação do espaço sideral penetre e se aproxime da superfície da Terra, o que interfere facilmente na comunicação de satélites, aeronaves e espaçonaves que passam por essa área. Os cientistas acreditam que o estudo da AAS pode ajudá-los a encontrar a razão para o enfraquecimento do campo magnético da Terra.
O Macau Science 1 tem a maior precisão de detecção de campos geomagnéticos na China e irá melhorar significativamente o levantamento magnético espacial do país, disse a AENC.