Pessoas em frente ao prédio do Capitólio dos EUA ao fundo envolto em neblina em Washington, D.C., Estados Unidos, no dia 29 de junho de 2023. (Foto por Aaron Schwartz/Xinhua)
A coexistência pacífica das duas maiores economias do mundo é essencial para o futuro e o destino da humanidade. A China sempre mostrou sinceridade na busca do diálogo para melhorar as relações com os Estados Unidos, que se encontram em uma encruzilhada.
Beijing, 15 jul (Xinhua) -- As frequentes interações de alto nível são as últimas etapas para uma distensão entre a China e os Estados Unidos.
O diretor do Gabinete da Comissão Central das Relações Exteriores, Wang Yi, reuniu-se na quinta-feira com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Jacarta, a segunda reunião em apenas um mês. No início deste mês, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, também visitou Beijing.
No ano passado, em Bali, os chefes de estado dos dois países chegaram a um consenso que definiu a direção para as relações entre China EUA. No entanto, as relações bilaterais saíram do rumo devido a, em grande parte, várias palavras e ações equivocadas de Washington contra a China.
Para que o mundo melhore, o relacionamento entre a China e os EUA não toleram mais retrocesso. Ao receber Blinken e Yellen, a China espera que Washington trabalhe juntamente com Beijing para traduzir verdadeiramente os entendimentos comuns alcançados pelos dois presidentes em ações concretas, para colocar as relações China-EUA de volta aos trilhos.
Para isso, os dois países precisam administrar adequadamente as diferenças e permanecer imperturbáveis por todo tipo de distrações, de modo que crie condições favoráveis para a estabilização das relações. Ambos precisam se proteger contra eventos inevitáveis, que podem ter um impacto perturbador nas relações bilaterais, e lidar adequadamente com os eventos imprevisíveis para garantir que não virem novos desafios.
O lado dos EUA deve respeitar plenamente os interesses centrais da China, não interferir de injustificada nos assuntos internos do país e não violar a soberania e integridade territorial da China, desistir de tentativas de oprimir e conter a China no comércio e tecnologia e suspender sanções injustificadas e irracionais impostas a ela.
O mais importante é buscar e estabelecer em conjunto princípios orientadores ou estruturas estratégicas para as relações China-EUA. Beijing sempre esperou por um relacionamento entre a China e os EUA que fosse sólido e estável, acreditando que os dois lados podem superar os obstáculos e encontrar o caminho certo para uma compreensão com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação mútua.
Para estabilizar e melhorar as relações China-EUA, a América precisa refletir sobre o que levou as relações a uma espiral descendente, transformar o consenso de Bali em ações concretas e implementar os compromissos assumidos pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Policiais montam guarda fora da Suprema Corte dos EUA em Washington, D.C., Estados Unidos, no dia 29 de junho de 2023. (Xinhua/Liu Jie)
Biden fez várias promessas de que os Estados Unidos não buscam uma nova Guerra Fria com a China, que não pretendem mudar o sistema chinês, que a revitalização de sua aliança não visa a China, que os Estados Unidos não apoiam a "independência de Taiwan" e que não tem intenção de buscar um conflito com a China. Falta saber se Washington cumprirá esses compromissos.
Yawei Liu, diretor do Programa China no The Carter Center, argumentou que cabe aos Estados Unidos melhorar as relações bilaterais.
As recentes interações de alto nível indicam que ambos os lados aspiram a uma distensão. Esse ímpeto precisa ser mantido, e a sinceridade é um pré-requisito para uma comunicação construtiva. O Wall Street Journal informou que a viagem de Yellen ajudou nos esforços frágeis dos dois lados para continuar conversando, mas alertou que "ir mais longe provavelmente testará a capacidade de Washington e Beijing de resistir a medidas recíprocas".
A coexistência pacífica das duas maiores economias do mundo é essencial para o futuro e o destino da humanidade. A China sempre mostrou sinceridade na busca do diálogo para melhorar as relações com os Estados Unidos, que se encontram em uma encruzilhada.
Ainda há esperanças, principalmente com a próxima visita do enviado climático dos EUA, John Kerry, e uma possível viagem da secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, de que as relações bilaterais possam voltar ao caminho certo. Mas se Washington continuar fazendo negociações duplas, ou ficar tentando conter ainda mais a China, as chances são de que as relações China-EUA entrem em confrontos e conflitos sem fim.