Cúpula do G77 mais China termina com ênfase no empoderamento do Sul Global-Xinhua

Cúpula do G77 mais China termina com ênfase no empoderamento do Sul Global

2023-09-19 12:21:10丨portuguese.xinhuanet.com

* A cúpula de dois dias do Grupo dos 77 (G77) mais China foi concluída no sábado com um apelo a uma maior participação e voz do Sul Global no sistema de governança global.

* Classificando o grupo como "um defensor do multilateralismo", Guterres apelou ao G77 e à China para "defenderem um sistema enraizado na igualdade; defenderem um sistema pronto para reverter a injustiça e a negligência de séculos; e defenderem um sistema que atenda a toda a humanidade e não para os privilegiados."

* "A China tem sido muito ativa na promoção de uma ordem econômica e política mais justa, de acordo com os interesses dos países em desenvolvimento. Tem mantido uma política sistemática e consistente de apoio ao bloco multilateral", disse um pesquisador sênior de Cuba.

Havana, 17 set (Xinhua) -- A cúpula de dois dias do Grupo dos 77 (G77) mais China foi concluída no sábado com um apelo por mais participação e voz do Sul Global no sistema de governança global.

O evento contou com a presença de delegações de mais de 100 países, incluindo mais de 30 chefes de estado e de governo.

Estabelecido pela primeira vez em 1964, o G77 tem agora mais de 130 membros, com a sua presidência rotativa entre os países membros da Ásia, África e América Latina com base em princípios regionais.

Sendo a maior organização de coordenação multilateral entre os países em desenvolvimento, os estados membros do G77 representam mais de 80% da população mundial e mais de dois terços dos países membros das Nações Unidas.

A China não é membro, mas tem apoiado e cooperado com o grupo no âmbito do "G77 mais China".

 

VOZ MAIS FORTE PARA O SUL GLOBAL

Destacando os desafios enfrentados pelos países do Sul Global, a cúpula destacou a necessidade de uma ordem internacional mais equilibrada, com maior atenção às nações do Sul Global.

Falando na cerimônia de abertura da cúpula, o secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse que a voz do Grupo dos 77 e da China será sempre essencial para o sistema da ONU.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Cúpula do Grupo dos 77 (G77) mais China em Havana, Cuba, no dia 15 de setembro de 2023. (Foto por Joaquín Hernandez/Xinhua)

Guterres classificou o grupo como "um defensor do multilateralismo" e apelou ao G77 e à China para “defenderem um sistema enraizado na igualdade; defenderem um sistema pronto para reverter a injustiça e a negligência de séculos; e defenderem um sistema que atenda a toda a humanidade e não os privilegiados."

O especialista cubano Ramón Pichs disse que a Cúpula do G77 mais China em Havana desempenhou um papel importante no avanço da agenda global, incluindo a abordagem da ameaça das alterações climáticas.

"Para os países em desenvolvimento, para o G77, para a China e para Cuba, o momento de agir em relação às alterações climáticas é agora”, disse o especialista, acrescentando que este é um enorme desafio para o desenvolvimento de todas as nações.

Na declaração final da reunião, os delegados instaram as instituições internacionais a fazerem esforços adicionais para apoiar as nações do Sul Global em áreas como ciência, tecnologia e inovação.

A cúpula ajudará a impulsionar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, observou Francisco Pichon, coordenador residente da ONU em Havana.

"Uma reforma do sistema financeiro internacional, as alterações climáticas e o seu financiamento, bem como a agenda do multilateralismo são prioridades fundamentais para as Nações Unidas", disse ele, em resposta aos apelos por mais representação e uma voz mais forte do Sul Global na governança internacional.

"A unidade e o ativismo do G77 mais China nos fóruns e debates internacionais são fundamentais para fazer avançar as aspirações legítimas de nossos povos", afirmou o jornal cubano Granma.

 

CONTRIBUIÇÃO DA CHINA

Desde a década de 1990, com o maior envolvimento chinês no âmbito do "G77 mais China", a organização tem desempenhado um papel mais relevante na arena internacional.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o líder revolucionário cubano Raúl Castro e o presidente cubano Miguel Díaz-Canel (da esquerda para a direita, frente) posam para uma foto de grupo na Cúpula do Grupo dos 77 (G77) e da China em Havana, Cuba, em setembro. 15 de outubro de 2023. (Foto por Joaquín Hernandez/Xinhua)

Durante o seu discurso de boas-vindas à cúpula, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel destacou os esforços da China para promover a cooperação internacional.

"A Iniciativa de Desenvolvimento Global promovida pelo presidente chinês Xi Jinping é uma proposta inclusiva e coerente para manter uma nova ordem internacional justa e equitativa", disse ele.

Citando como exemplo a Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, o presidente da União das Comores e presidente da União Africana, Azali Assoumani, disse na cúpula que a China pretende criar um cenário equilibrado e inclusivo baseado na cooperação com todos.

Ecoando as palavras destes líderes, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lembrou que durante a pandemia de COVID-19, a China ajudou a Venezuela a adquirir medicamentos e vacinas contra a COVID-19 para enfrentar a emergência.

"Sinto-me impressionado com as conquistas científicas, sociais e tecnológicas alcançadas pela China", disse Maduro, acrescentando que a China pode ajudar as nações do G77 a aumentar o acesso à tecnologia moderna.

"A China desenvolveu diferentes iniciativas que estão relacionadas de uma forma ou de outra com os objetivos do grupo”, disse José Ramón Cabañas, diretor do Centro de Pesquisa de Política Internacional de Cuba, em entrevista à Xinhua.

Cabañas acrescentou que o impressionante desempenho da economia chinesa impulsiona as relações econômicas e sociais entre a China e o G77.

A China se aproxima dos países asiáticos, africanos e latino-americanos "não para impor sanções, mas para contribuir para o progresso e o bem-estar de todos", disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, chamando a China de um parceiro "com vontade de ajudar e expressar sua solidariedade".

Ao contrário de outras potências globais, a relação entre a China e o G77 se baseia no respeito pela autodeterminação, solidariedade e cooperação, disse Eduardo Regalado, pesquisador sênior do Centro de Pesquisa de Políticas Internacionais de Cuba.

"A China tem sido muito ativa na promoção de uma ordem econômica e política mais justa, de acordo com os interesses dos países em desenvolvimento. Tem mantido uma política sistemática e consistente de apoio ao bloco multilateral", acrescentou.

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