
Especialista em agricultura chinês, Chen Taihua (esquerda), conversa com Godfrey Kityo, técnico em criação de peixes, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Aquicultura em Kajjansi, distrito de Wakiso, Uganda, no dia 21 de dezembro de 2022. (Foto por Hajarah Nalwadda/Xinhua)
Depois de dois anos, a IDG proposta pela China ganhou cada vez mais reconhecimento e apoio, e os analistas acreditam que, com a iniciativa, a China está abrindo caminho para o desenvolvimento global, com um papel pioneiro na construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade.
Beijing, 21 set (Xinhua) -- No debate geral da 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 21 de setembro de 2021, o presidente chinês, Xi Jinping, revelou a Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG), oferecendo à comunidade internacional outra iniciativa significativa para benefício público.
Depois de dois anos, a iniciativa, que visa orientar o desenvolvimento global para uma nova fase de crescimento equilibrado, coordenado e inclusivo, ganha cada vez mais reconhecimento e apoio.
Os analistas opinaram que, com a IDG, a China está abrindo caminho para o desenvolvimento global, que diverge dos modelos de desenvolvimento dominados pelo Ocidente, com papel pioneiro na construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade.
NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO
A China introduziu a IDG em um momento em que o desenvolvimento do mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, passava por uma fase difícil.
O unilateralismo, o protecionismo e a antiglobalização correm desenfreadas. Os desafios transnacionais estão aumentando, com surtos frequentes de conflitos regionais. Apegados à mentalidade da Guerra Fria, alguns países ocidentais tem como foco provocar confrontos entre blocos, gerando muito risco para a segurança global.
Para superar esses obstáculos e abrir caminho, o desenvolvimento equilibrado, coordenado e inclusivo é muito importante. Isso significa que nenhum país deve ser ignorado e as nações em desenvolvimento – cujos interesses de desenvolvimento foram ignorados por muito tempo – merecem mais atenção e apoio.
Com sua influência e experiências, a China tenta estimular a economia mundial e criar bases mais justas para todas as nações prosperarem, disse Waleed Gaballah, professor de jurisdições financeiras e econômicas da Universidade do Cairo.
A IDG é uma iniciativa que "tem como base a manutenção da cooperação e a concretização dos interesses de todos sem ignorar nenhum país", destacou Gaballah.
Referindo-se à IDG como "uma proposta inclusiva e coerente para uma nova ordem internacional que seja justa e igualitária", o presidente cubano Miguel Diaz-Canel disse na recém-concluída Cúpula do Grupo dos 77 e da China em Havana que a iniciativa está ajudando a colocar o "desenvolvimento baseado no conhecimento no centro das prioridades do sistema internacional".
Ao lançar um conjunto de iniciativas, incluindo a IDG, a China está impulsionando o mundo "para um novo paradigma, onde pensamos primeiro na humanidade e depois nos interesses nacionais", disse Helga Zepp-LaRouche, fundadora e presidente do Instituto Schiller, um think tank alemão.
PAPEL ESSENCIAL
Para implementar a IDG de forma eficaz, a China, um país em desenvolvimento, prioriza as necessidades urgentes dos países em desenvolvimento, propondo várias medidas práticas para capacitar os países em desenvolvimento em áreas essenciais, incluindo a redução da pobreza, a segurança alimentar, a industrialização e a conectividade.

Foto tirada no dia 11 de setembro de 2023 mostra canteiro de obras do projeto Distrito Financeiro Central (DFC) construído pela China State Construction Engineering Corporation (CSCEC) na nova capital administrativa, a leste do Cairo, Egito. (Xinhua/Ahmed Gomaa)
Os esforços da China trazem benefícios tangíveis. De acordo com um relatório divulgado pelo governo chinês em junho, apenas no ano passado, a China estabeleceu mais de 100 projetos para promover a IDG, beneficiando quase 40 países em desenvolvimento. Além disso, a China criou 1.000 projetos de capacitação e proporcionou 20.000 oportunidades de formação em países relevantes.
"Todos os dias vemos que as iniciativas chinesas são incorporadas em projetos chineses na prática", disse Gaballah, economista egípcio, acrescentando que "espera impulso nos projetos e ações chinesas para promover o processo de desenvolvimento em geral".
Aumentar a voz e a representação dos países em desenvolvimento no sistema de governança global também é um aspecto essencial da IDG. Em eventos como a maior expansão do mecanismo BRICS e a inclusão bem sucedida da União Africana no G20, a China teve um papel essencial.
"A IDG, em específico, é muito importante na prática", disse Robert Lawrence Kuhn, presidente da Fundação Kuhn, mencionando que a iniciativa trata de todos os tipos de projetos e necessidades que tanto os países em desenvolvimento como os menos desenvolvidos mais precisam.
Os objetivos da China através da IDG são certeiros, disse Akkan Suver, chefe da Fundação de Pesquisa Estratégica e Social do Grupo Marmara, com sede em Istambul. "Eles criaram outra atmosfera e permitiram que as pessoas vivessem melhor, se movimentassem melhor e tivessem melhores resultados".
MAIS AMIGOS NO GRUPO
Vendo os dividendos de longo alcance gerados pela IDG, mais membros da comunidade internacional estão se juntando à sinfonia do desenvolvimento, apoiando e participando de forma ativa nesta iniciativa.

Especialista chinês mostra plantas do deserto para pessoas de países da Ásia Central em estação de pesquisa de deserto na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, no dia 13 de junho de 2023. (Xinhua/Zhou Shengbin)
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a IDG está alinhada com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e que os esforços da China para ajudar os países em desenvolvimento nos seus objetivos de desenvolvimento comuns são incomparáveis.
Até o momento, mais de 100 países e organizações internacionais manifestaram apoio à IDG e mais de 70 países aderiram ao Grupo de Amigos da IDG. A China também assinou memorandos de entendimento de cooperação com mais de 20 países e organizações internacionais.
Inspirado pela IDG, o mundo se une para criar algo imparável na busca por desenvolvimento igualitário e por um sistema de governança global justo.
No entanto, não se deve ignorar que, neste momento em que a unidade global é urgentemente necessária, alguns países ocidentais, em uma tentativa de manter sua hegemonia, estão deliberadamente sabotando a colaboração internacional.
Defendem o desacoplamento e formam grupos fechados com a intenção de impedir o desenvolvimento de outras nações através de monopólios tecnológicos e barreiras comerciais. Para o mundo como um todo, estes países representam a mais terrível ameaça ao desenvolvimento.
Enquanto o Ocidente "se esforça incansavelmente" para manter todos os ganhos econômicos da sua hegemonia, a ordem econômica onde o Ocidente ocupa uma posição dominante "enfraqueceu", argumentou Gaballah.
Estes países devem mudar seus caminhos e atender ao apelo da maioria das nações em todo o mundo, que desejam desenvolvimento e união, e abominam o hegemonismo e o confronto, segundo o acadêmico.
Os esforços de desenvolvimento global devem ser coletivos e envolver todas as pessoas. A China sempre esteve disposta a trabalhar conjuntamente com outros países para atingir esse objetivo.
Com o foco na abordagem dos obstáculos fundamentais ao desenvolvimento humano, a IDG proposta pela China certamente avançará ainda mais, disse Suver. "Acredito que a iniciativa será mais produtiva nos próximos anos".






