São Francisco, 17 nov (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, realizou na última quinta-feira uma série de reuniões bilaterais à margem da Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), sublinhando que os membros da APEC devem procurar o desenvolvimento independente e a cooperação regional.
Nesses compromissos bilaterais, Xi ressaltou as expectativas da China para que os países da Ásia-Pacífico busquem o desenvolvimento independente, gerenciem as diferenças e promovam a cooperação.
A independência é uma das palavras-chave nos encontros de Xi com líderes de países da Ásia-Pacífico.
Em conversas com seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, o presidente chinês disse que a China apoia o caminho de desenvolvimento independente do México de acordo com suas condições nacionais e está disposta a fortalecer os intercâmbios com o México na governança do país.
Mais tarde, em uma reunião com o primeiro-ministro de Fiji, Sitiveni Rabuka, Xi disse que a política da China em relação aos países insulares do Pacífico respeita totalmente sua soberania e independência e não impõe condições políticas nem faz promessas vazias.
O presidente chinês disse ao sultão de Brunei, Haji Hassanal Bolkiah, que a China apoia Brunei na busca de um caminho de desenvolvimento adequado às suas próprias condições nacionais.
Tendo reafirmado seu apoio aos países para que busquem um caminho de desenvolvimento independente, a China pede que os países da Ásia-Pacífico respeitem os sistemas políticos e os modelos de desenvolvimento uns dos outros, ao mesmo tempo que se opõem conjuntamente a intimidações, aos jogos de poder e à interferência em outros países.
Ecoando as observações de Xi, o acadêmico japonês Kazuteru Saionji, professor visitante da Universidade Internacional Higashi Nippon, disse que, após o fim da Guerra Fria, o desenvolvimento global entrou em um período de "diversidade".
Os países da região Ásia-Pacífico "devem reconhecer e respeitar a diversidade dos sistemas políticos e ideologias entre si, em vez de se envolver em intimidações e exercer pressão", disse ele.
Gerenciar as diferenças e buscar consensos também são uma parte importante das reuniões de Xi com os líderes da Ásia-Pacífico.
Ao se reunir com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, Xi disse que os dois lados devem ver o desenvolvimento um do outro com objetividade e racionalidade, promover a cognição mútua positiva e amigável, lidar com as diferenças de forma construtiva e traduzir o consenso político de que os dois países são parceiros cooperativos, não uma ameaça um ao outro em políticas específicas e ações concretas.
Xi também enfatizou que as principais questões de princípio relacionadas à história e a Taiwan têm influência na base política das relações China-Japão, e pediu que o Japão honre suas promessas e garanta que a base das relações bilaterais não seja danificada ou abalada.
Sobre a questão do Mar do Sul da China, o presidente chinês disse ao líder de Brunei que os dois países devem fazer esforços conjuntos para promover progressos positivos no desenvolvimento marítimo conjunto e salvaguardar conjuntamente a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China.
A China está pronta para trabalhar com Brunei e outros países da ASEAN para promover a integração econômica regional e manter a direção certa da cooperação do Leste Asiático, disse Xi.
Embora existam diferenças e até conflitos entre os países da Ásia-Pacífico em questões específicas, a China reconhece que as diferenças e os conflitos não são a característica definidora das relações entre as nações da Ásia-Pacífico, e a China sempre deseja promover o desenvolvimento e a prosperidade mútuos com outros países da Ásia-Pacífico, buscando pontos comuns e deixando de lado as diferenças.
Em um mundo repleto de turbulências e mudanças, a China, como uma grande economia, expressou uma posição e atitude claras, demonstrando uma mente altamente cooperativa e aberta, disse Wang Qi, presidente do Conselho de Energia Verde EUA-China. "Ela procura gerenciar as diferenças e reforçar a cooperação, o que tem importância na promoção do desenvolvimento comum da região Ásia-Pacífico."
Promover a cooperação também é um tema central nas múltiplas reuniões de Xi.
Ao se reunir com sua homóloga peruana, Dina Boluarte, o presidente chinês disse que os dois lados devem sinergizar suas estratégias de desenvolvimento e fortalecer a cooperação em áreas tradicionais, como economia, comércio, energia e recursos minerais. Os dois presidentes concordaram em reforçar a cooperação do Cinturão e Rota.
Em seu encontro com o primeiro-ministro de Fiji, Xi disse que, como países em desenvolvimento, a China e os países insulares do Pacífico devem fortalecer a assistência mútua no âmbito da cooperação Sul-Sul, e que a China desenvolveu relações com os países insulares do Pacífico de maneira sincera, sem motivos egoístas nem visando qualquer terceiro.
Elogiando a China como "um ator ativo na cooperação econômica da Ásia-Pacífico", Ahmed Kandil, especialista egípcio em assuntos asiáticos e chefe da Unidade de Estudos Internacionais do Centro Al-Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos, disse: "A China desempenhou um papel muito importante na promoção do desenvolvimento comum e na construção de um futuro compartilhado para a humanidade na região Ásia-Pacífico".
A contribuição da China para a Ásia-Pacífico "se refletiu positivamente no desenvolvimento da região", disse o estudioso.