O enviado especial da China para as mudanças climáticas, Xie Zhenhua, fala em um evento paralelo realizado no Pavilhão da China da conferência climática COP28 em Dubai, Emirados Árabes Unidos, em 8 de dezembro de 2023. (Xinhua/Wang Dongzhen)
Dubai, 10 dez (Xinhua) -- A China está conversando com todas as partes relevantes para encontrar uma solução aceitável para todos e promover o sucesso da COP28, que é considerada a conferência climática "mais difícil" nos últimos anos, disse o enviado especial do país para as mudanças climáticas.
"Participei de negociações climáticas há 16 anos, a mais difícil é esta conferência", disse Xie Zhenhua, enviado especial na noite de sábado, em uma coletiva de imprensa realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos,.
Ele estava falando da COP28, ou da 28ª reunião da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que vai de 30 de novembro a 12 de dezembro.
Ele disse à mídia que todos os tópicos foram totalmente desdobrados na primeira semana da COP28, com a formação da primeira versão de um rascunho de documento. A versão, com 27 páginas no total, inclui mais de 200 questões que precisam ser resolvidas.
Atualmente, a China está em consultas intensivas com todas as principais partes para encontrar um acordo que esteja em linha com o espírito do Acordo de Paris, reflita a tendência geral de transformação energética e possa apontar a direção correta dos esforços futuros, bem como incorpore a maior inclusão, disse Xie.
"Fizemos progressos positivos e estamos muito confiantes nisso", observou.
Visitantes posam para fotos em frente ao pavilhão da China na Zona Verde da 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, Emirados Árabes Unidos, em 3 de dezembro de 2023. (Xinhua/Wang Dongzhen)
Xie observou que a maior contribuição do Acordo de Paris é apontar a direção geral da transição global verde e de baixo carbono, bem como esclarecer o caminho para a transformação.
No entanto, acrescentou, a transição energética pode ser um processo doloroso, uma vez que cada país tem suas respectivas condições nacionais, estruturas energéticas e dotações de recursos, e as pessoas precisam ter em mente que a energia, alimentação e segurança econômica são uma condição prévia para uma transição suave.
Xie ressaltou que, no processo de transição energética, os países "devem entender e apoiar uns aos outros, aprender com os pontos fortes uns dos outros, encontrar a melhor solução para os problemas através do fortalecimento da cooperação internacional".
Em relação às ações da China sobre a implementação das metas do Acordo de Paris, Xie disse que o país alcançará um pico de carbono antes de 2030 e fez contribuições para a transição energética global e o desenvolvimento de fontes de energia renováveis.
Até agora, o custo da geração de energia eólica foi reduzido em 80%, e a geração de energia fotovoltaica em 90%, estabelecendo uma base muito boa para a implantação em larga escala de energia renovável em todo o mundo, disse ele.
Xie acrescentou que, para ajudar os países em desenvolvimento a melhorar sua capacidade de lidar com as mudanças climáticas, a China realizou várias formas de cooperação, principalmente na forma de cooperação Sul-Sul e no quadro da cooperação do Cinturão e Rota verde.
No futuro, a China continuará a fortalecer a cooperação Sul-Sul e a melhorar a cooperação financeira e tecnológica com os países em desenvolvimento, disse ele.
A China está disposta a trabalhar com todos os países para se esforçar para um resultado bem sucedido da conferência climática deste ano, disse Xie, expressando a esperança de que através de negociações difíceis, os delegados possam encontrar terreno comum, buscar o maior denominador comum e alcançar o sucesso eventualmente.