Consenso dos EAU sobre balanço global orientará futuros esforços climáticos-Xinhua

Consenso dos EAU sobre balanço global orientará futuros esforços climáticos

2023-12-16 10:44:30丨portuguese.xinhuanet.com

* O consenso mostrou várias medidas para preencher as lacunas até 2030, em matéria de mitigação, adaptação, financiamento e combustíveis fósseis, entre outros, e preparou o terreno para uma transição rápida, justa e igualitária, apoiada por grandes cortes de emissões e aumento de financiamento.

* Ao aumentar os esforços para acelerar sua própria transição verde e de baixo carbono, a China reduziu o custo da geração de energia eólica em 80% e a geração de energia fotovoltaica em 90%, estabelecendo uma base sólida para a implantação em larga escala de energias renováveis em todo o mundo.

* A presidência da COP28 tem promovido o multilateralismo ambiental e apelado à união de todas as partes neste período difícil.

Dubai, 14 dez (Xinhua) -- A COP28, a 28ª sessão da reunião da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, com duração de duas semanas, foi concluída na quarta-feira e gerou um consenso histórico para acelerar ação global sobre o clima.

A COP28 foi um marco significativo. Teve recorde de maior número de participantes, com mais de 110.000, uma resposta inédita ao balanço global do Acordo de Paris e a inclusão histórica dos combustíveis fósseis em um acordo climático.

A China deu muita importância a esta conferência e realizou mais de 100 eventos paralelos para apresentar as propostas do país e compartilhar seus conceitos, práticas e tecnologias de ponta na transição verde e de baixo carbono.

Zhao Yingmin, chefe da delegação da China à COP28, disse que o balanço global resumiu as conquistas e as lacunas na ação climática, consolidou ainda mais a tendência global irreversível da transição verde e de baixo carbono, e apontou a direção dos próximos esforços para preencher essas lacunas.

Participantes aplaudem anúncio do Consenso dos Emirados Árabes Unidos durante sessão plenária de encerramento da 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos (EAU), no dia 13 de dezembro de 2023. (Xinhua/Wang Dongzhen)

 

AVANÇADOS GENUÍNOS

Na tarde de quarta-feira, o presidente da COP28, Sultão Ahmed Al Jaber, anunciou a adoção de um consenso final sobre um acordo climático “histórico” para a cúpula.

“É um pacote histórico reforçado, equilibrado e sem problemas para acelerar a ação climática. É o Consenso dos EAU”, disse Al Jaber na sessão plenária de encerramento.

O consenso mostrou várias medidas para preencher as lacunas até 2030, em matéria de mitigação, adaptação, financiamento e combustíveis fósseis, entre outros, e preparou o terreno para uma transição rápida, justa e igualitária, sustentada por grandes cortes nas emissões e aumento de financiamento.

A conferência da ONU sobre o clima deste ano começou no dia da abertura, ao operacionalizar o fundo para perdas e danos, que foi criado na COP27 a fim de apoiar as nações que são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas.

Após consultas intensivas de duas semanas entre quase 200 partes, a cúpula mobilizou mais de 85 bilhões de dólares americanos em financiamento, além de lançar e apoiar 11 compromissos e declarações.

Essas incluem declarações sobre a transformação dos sistemas alimentares, saúde, energias renováveis e eficiência energética, além de iniciativas para descarbonizar indústrias com grandes emissões.

As Partes também acordaram metas para o Objetivo Global de Adaptação (GGA, na sigla em inglês) e seu quadro, que identificam onde o mundo precisa estar para aumentar a resiliência às mudanças climáticas. O quadro do GGA reflete um consenso global sobre os objetivos de adaptação e a necessidade de financiamento, tecnologia e apoio ao reforço de capacidades para alcançar essas metas.

A COP28 também viu as partes concordarem com o Azerbaijão como anfitrião da COP29 e o Brasil como anfitrião da COP30.

Apesar do resultado alcançado, “é preciso continuar avançando”, disse o secretário-executivo da ONU para as Mudanças Climáticas, Simon Stiell, no seu discurso de encerramento.

Os compromissos financeiros, um facilitador essencial da ação climática, estão muito aquém do fundo necessário para apoiar os países em desenvolvimento na implementação dos seus planos climáticos nacionais e dos esforços de adaptação.

Na sessão plenária de encerramento, os países em desenvolvimento e as nações vulneráveis às mudanças climáticas reclamaram que suas preocupações não foram totalmente abordadas, apelando aos países desenvolvidos para que assumam parte da responsabilidade pela resposta climática e cumpram suas promessas para liderar a ação global.

Secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, fala durante uma plenária de encerramento da 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, no dia 13 de dezembro de 2023. (Xinhua /Wang Dongzhen)

 

PAPEL PROATIVO DA CHINA

Durante a cúpula sobre o clima, a China esteve empenhada no seu papel proativo na governança climática global e fez contribuições contínuas para enfrentar o premente desafio climático.

Em uma conferência de imprensa, o enviado especial da China para as mudanças climáticas, Xie Zhenhua, disse que a China realizou consultas intensivas com todas as principais partes da COP28 para o sucesso da cúpula, encontrando um acordo que esteja alinhado com o espírito do Acordo de Paris, que reflita a tendência geral de transformação energética e possa mapear a direção dos próximos esforços, além de como incorporar a inclusão.

Ao intensificar os esforços para acelerar sua própria transição verde e de baixo carbono, a China reduziu o custo da geração de energia eólica em 80% e a geração de energia fotovoltaica em 90%, estabelecendo uma base sólida para a implantação em larga escala de energia renovável em todo o mundo.

As ações concretas da China ganharam amplo reconhecimento dos delegados da COP28. O diretor-executivo da IEA, Fatih Birol, chamou a China de “campeã mundial em energia limpa”.

Erik Solheim, ex-subsecretário-geral da ONU e ex-diretor-executivo do Programa Ambiental da ONU, disse que “para a transformação verde do mundo, a China é a nação indispensável. 60% dos painéis solares (globalmente) e baterias verdes, carros verdes e ônibus verdes etc., todos estão na China. O poder da China para ajudar o mundo a se tornar verde é enorme”.

“A conquista da China tem sido fenomenal. Muitas pessoas fora do país talvez não percebam a escala da mudança que está ocorrendo”, disse Dominic Waughray, vice-presidente-executivo do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, que também mostrou confiança que os avanços impressionantes da China nas energias renováveis e a revolução dos veículos eléctricos podem ajudar o mundo a “preencher a lacuna”.

Participantes em evento paralelo no Pavilhão da China durante a 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, no dia 6 de dezembro de 2023. (Xinhua/Wang Dongzhen)

Na verdade, no âmbito da cooperação Sul-Sul e da cooperação do Cinturão e Rota, a China está ajudando os países em desenvolvimento que enfrentam a árdua tarefa da transformação energética.

De acordo com a delegação da China à COP28, até novembro, a China assinou 48 documentos de cooperação Sul-Sul sobre resposta climática com 40 países em desenvolvimento, ajudou no lançamento de projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e ajudou a formar funcionários e profissionais especializados em resposta climática.

Bounkham Vorachit, ministro dos recursos naturais e meio ambiente do Laos, disse: “A China virou líder global no uso de energias verdes e de baixo carbono, além de um praticante ativo e apoiador da cooperação Sul-Sul”.

Phildah Kereng, ministro do ambiente e do turismo do Botswana, disse: “Ao compartilhar conhecimentos, fornecer apoio financeiro e facilitar a troca de conhecimentos, a China contribui para os esforços globais na mitigação das emissões de gases com efeito de estufa, na promoção da resiliência climática e na promoção do desenvolvimento sustentável no contexto das mudanças climáticas”.

 

COOPERAÇÃO É A CHAVE

A presidência da COP28 enfrentou “a agenda da COP mais exigente de todos os tempos” e houve uma divisão profunda entre as partes, disse Al Jaber ao informar a imprensa sobre as negociações climáticas que se prolongam para além do prazo oficial.

Para facilitar o sucesso da cúpula, a China e os Estados Unidos trabalharam juntos em negociações 24 horas por dia e apresentaram algumas propostas conjuntas para quebrar o impasse nas negociações, disse o enviado especial da China para as mudanças climáticas, Xie, aos jornalistas em uma conferência de imprensa conjunta com seu homólogo americano, John Kerry.

Por sua vez, Kerry disse concordar com a China em manter o diálogo sobre planos climáticos de longo prazo e que os dois países querem “gerar mais esforços em outros países” para encontrar uma solução global.

A presidência da COP28 tem promovido o multilateralismo ambiental e apelado à unidade de todas as partes neste período difícil.

Al Jaber apelou repetidamente a “todos que venham preparados com soluções, que estejam prontos para serem flexíveis, para aceitarem compromissos, para se colocarem acima de seus próprios interesses e para começarem a pensar sobre o bem comum”.

“Estamos em um momento crítico na nossa jornada compartilhada rumo a uma transição energética justa e inclusiva”, disse Rola Dashti, secretária-executiva da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental, destacando que “esta tarefa formidável não pode ser alcançada por qualquer organização ou nação sozinha”.

A China defende o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respetivas capacidades no tratamento da transição energética e defende consistentemente a procura do maior denominador comum, estabelecendo a segurança energética, alimentar e econômica de cada país como uma pré-condição.

Foto tirada no dia 6 de dezembro de 2023 mostra maquete com geradores de turbinas eólicas no Pavilhão da China durante a 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos. (Xinhua/Wang Dongzhen)

“Em todas as fases, a ação climática deve avançar junto com o desenvolvimento humano, a dignidade e as oportunidades”, disse o responsável climático da ONU, Stiell, no seu discurso de encerramento da COP28.

Além disso, dentro das suas possibilidades, a China procura encontrar uma solução para ultrapassar os impasses comuns sobre as questões em jogo, uma solução que seja pragmática e exemplar e que possa ser compartilhada e replicada. (Repórteres de vídeo: Yu Fuqing, Chen Mengyang, Tai Beiping, Guo Shuang, Wang Yan, Luo Chen, Wang Dongzhen, Su Xiaopo, Lv Yanhao, Tian Ye, Zheng Mingda, Mneg Dingbo; editores de vídeo: Zheng Xin, Zhao Xiaoqing, Jia Xiaotong)

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