Foto tirada em 19 de dezembro de 2023 mostra casas danificadas pelo terremoto na aldeia de Chenjia em distrito autônomo das etnias Bao'an, Dongxiang e Salar de Jishishan, na sub-região autônoma da etnia Hui de Linxia, Província de Gansu, noroeste da China. (Xinhua/Ma Xiping)

   Jishishan, Província de Gansu, 19 dez (Xinhua) -- Um terremoto de magnitude 6,2 atingiu um distrito étnico na Província de Gansu, no noroeste da China, na meia-noite desta segunda-feira. O terremoto deixou 116 mortos em Gansu e na vizinha Província de Qinghai, de acordo com a sede local de socorro a terremotos.

   Conforme informações do Centro de Redes de Terremotos da China, o terremoto ocorreu às 23h59 de segunda-feira e teve uma profundidade focal de 10 km. O epicentro, na vila de Liugou, está situado a cerca de 8 km da sede do distrito autônomo das etnias Bao'an, Dongxiang e Salar de Jishishan, na sub-região autônoma da etnia Hui de Linxia.

   O terremoto também foi sentido com força nas cidades de Xining e Haidong, em Qinghai, onde algumas casas desabaram ou racharam.

   Jornalistas da Xinhua que estavam no local viram veículos de resgate e ambulâncias correndo para as áreas atingidas pelo terremoto em Gansu.

   Ding Xiaolong, morador da aldeia de Chenjia, estava dormindo em casa quando ocorreu o terremoto. O forte tremor o acordou e ele rapidamente correu para fora de sua casa.

   Ma Shijun, um estudante da Escola Secundária de Dahejia, saiu correndo de seu dormitório, descalço e sem sequer vestir um casaco. Os fortes tremores deixaram suas mãos dormentes. Ele contou que, após o terremoto, os professores prontamente organizaram os alunos para buscar refúgio no pátio da escola.

   "Observando mais e mais equipes de resgate, não estou tão assustado quanto estava quando o terremoto ocorreu pela primeira vez", disse Ma.

   O departamento provincial de bombeiros e resgate enviou 580 socorristas, auxiliados por 88 carros de bombeiros, 12 cães de busca e resgate e mais de 10.000 conjuntos de equipamentos para a área do desastre.

   A autoridade ferroviária suspendeu os trens de passageiros e de carga que passam pela zona do terremoto e ordenou uma verificação de segurança das vias férreas.

   Hu Changsheng, chefe do Partido de Gansu, e Ren Zhenhe, governador de Gansu, se apressaram para a área do desastre para comandar o resgate e o socorro.

   Na aldeia de Dahejia, onde a temperatura caiu para 16 graus Celsius negativos ao amanhecer, mais de 140 equipes médicas de um hospital local estavam ocupadas cuidando das pessoas feridas, algumas das quais também tinham entes queridos que ficaram sem contato após o terremoto.

   "Todas as nossas sete casas desabaram", disse Shi Lizhen, do hospital de medicina tradicional chinesa e ocidental integrada em Jishishan. Enquanto enxugava as lágrimas, ela colocou vários frascos de solução salina em uma colcha para descongelá-la.

   Ma Yuanjun, diretor do hospital, disse à Xinhua que foram encontradas rachaduras nas paredes do prédio do hospital. Eles não perderam tempo para retirar os suprimentos médicos do depósito e montaram camas improvisadas na estrada para tratar os feridos.

   "A vida é fundamental", disse ele. "Há esperança enquanto as pessoas estiverem vivas".