
Membros de equipe médica chinesa posam para foto em grupo com crianças da Aldeia Infantil SOS em Windhoek, Namíbia, no dia 11 de dezembro de 2023. (Foto por Ndalimpinga Iita/Xinhua)
A China fez parceria com 46 hospitais em 41 países e regiões da África, estabelecendo 25 centros médicos especializados e preenchendo diversas lacunas técnicas.
Dar es Salã, 29 dez (Xinhua) -- Zhang Youming, ginecologista chinesa, já fez várias cirurgias na Argélia. Ela passou dois anos e meio no país, ajudando a fazer partos.
Ao refletir sobre sua estadia na Argélia, ela nunca se esquece da pastora da região que passou por um parto difícil que causou hemorragias e choque.
Mas Zhang resolveu rapidamente a crise. “Confio muito em você”, disse a pastora depois que Zhang a salvou.
O incidente resultou em uma forte confiança entre a China e a Argélia por causa de pessoas como Zhang.
DESTINOS DA CHINA E DA ÁFRICA UNIDOS
Zhang estava entre os 13 membros do primeiro grupo da equipe médica chinesa enviada à África. Na madrugada de 1963, a equipe viajou durante 10 dias por Moscou, Belgrado e Rabat para finalmente chegar até Saida, na Argélia.
Tendo como foco a missão de retomar o sistema médico e de saúde da Argélia, então devastada pela guerra, a equipe era composta por médicos de primeira linha de Beijing e de Shanghai.
Xue Jin, médico da província de Hubei, no centro da China, assumiu o comando de Zhang e trabalhou lá de 1965 a 1968. Durante esse período, Xue lembrou que apenas um médico e uma enfermeira retornaram dos estudos na França, deixando a equipe com poucos funcionários.

Profissional de equipe médica chinesa examina boca de criança na Aldeia Infantil SOS em Windhoek, Namíbia, no dia 11 de dezembro de 2023. (Foto por Ndalimpinga Iita/Xinhua)
O ambiente em Saida também era hostil, com frequentes tempestades de areia, secas e muito calor, dificultando a sobrevivência das plantações.
Apesar dos vários desafios, os médicos chineses lutaram para salvar vidas, tratar doenças, fazer amizades e promover a boa vontade em toda a África.
Desde a década de 1960, a China enviou cerca de 30 mil profissionais médicos para 76 países e regiões nos cinco continentes, principalmente na África, e forneceu 290 milhões de diagnósticos e tratamentos, segundo a Comissão Nacional de Saúde da China.
MISSÃO GLORIOSA
Na madrugada de 11 de outubro, Gao Lingling, médico do 33º grupo da equipe médica chinesa em Zanzibar, na Tanzânia, correu para o Hospital Mnazi Mmoja em Unguja para atender uma paciente com infecção abdominal, resultando em uma infecção purulenta e útero dividido com intestino delgado exposto e inchado.
Na preparação para a cirurgia de emergência, o médico local de plantão disse a Gao que a paciente também estava infectada pelo vírus HIV. Juntamente com Jiang Guoqing, líder da equipe médica chinesa e especialista em cirurgia geral, concluíram a operação.
Jiang continuou ajudando a concluir a operação da paciente infectada pelo HIV, apesar de estar com um machucado no dedo da mão direita. Foi a primeira vez que Gao e Jiang operaram uma paciente infectada pelo vírus HIV.
“O foco no olhar de um médico pode significar a vida ou a morte do paciente. O que pode parecer arriscado, é capaz de salvar vidas”, disse Yang Lingling, membro da 16ª equipe médica chinesa em Francistown, Botsuana.
Além dos riscos durante a cirurgia, as equipes médicas chinesas na África também enfrentam ambientes naturais desafiantes e condições médicas complexas.
“Em comparação com nosso país, aqui é difícil. Mas os membros da nossa equipe superaram os obstáculos e se adaptaram rapidamente, ganhando o respeito dos habitantes locais”, disse Su Yong, membro da equipe de Comores.
Diariamente, eles faziam uma caminhada de 45 minutos pelas montanhas até o hospital, às vezes sob fortes chuvas, desabamentos e deslizamentos de terra. A equipe perseverou apesar da incerteza no começo, alimentada pela determinação de representar a China e ajudar os outros.
GRANDE CAUSA
A China fez parceria com 46 hospitais em 41 países e regiões, estabelecendo 25 centros médicos especializados e preenchendo diversas lacunas técnicas.

Membros do 33º grupo da equipe médica chinesa posam para foto com crianças locais após fornecerem serviços médicos gratuitos em Zanzibar, Tanzânia, no dia 21 de outubro de 2023. (Equipe Médica da China/Divulgação via Xinhua)
No maior hospital público do Djibuti, os médicos chineses Zhou Naizhong e Lian Xinguang criaram o departamento de acupuntura. Eles tratam de 20 a 40 pacientes diariamente com medicina tradicional chinesa envolvendo acupuntura e massagem.
Como sucessivas equipes médicas popularizaram a acupuntura e a massagem, a conscientização sobre a medicina tradicional chinesa no Djibuti está aumentando.
Para beneficiar mais pessoas no Djibuti, a equipe médica chinesa realizou em novembro de 2022 os primeiros cursos de treinamento em acupuntura e massagem do país e selecionou 13 profissionais médicos para participar do programa.
Durante 60 anos, as equipes médicas chinesas tiveram uma influência duradoura nestes países. Um médico chinês fez cirurgia em uma paciente chamada Keddaoui Anurni para remover seus cistos ovarianos usando incisões pouco invasivas. O procedimento inspirou a jovem de 14 anos a seguir carreira na medicina.
As equipes médicas chinesas mudaram seu foco da oferta de ajuda a curto prazo para a promoção do desenvolvimento médico sustentável. Seus esforços salvaram várias vidas, melhoraram os conhecimentos médicos nestas nações e formaram mais de 100.000 profissionais de saúde, produzindo resultados duradouros.
À medida que a China e a África trabalham para construir uma comunidade com futuro compartilhado na nova era, incluindo uma comunidade global de saúde para todos, os médicos chineses que servem em missões de ajuda na África se tornaram exemplos brilhantes nesta causa nobre.









