Maputo, 25 jan (Xinhua) -- Apenas 8% dos moçambicanos se matriculam no ensino superior no país, revelou o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, ressaltando a necessidade urgente de melhorar a taxa geral de escolarização, que atualmente está abaixo da média dos países da África Austral.
"A população do ensino superior corresponde atualmente a uma taxa bruta de escolaridade de cerca de 8,19%, o que significa que a cada 100 moçambicanos com idade para estar no ensino superior apenas oito deles estão nesse subsistema", informou Nyusi na quarta-feira, durante a inauguração do edifício da faculdade de ciências e do departamento de geologia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição de ensino superior do país.
Nyusi disse que a taxa bruta de escolarização de Moçambique é menor do que a média da África Austral de 10%, bem como as taxas da América Latina (52%) e da Europa (70%). Ele acredita que esses números confirmam a adequação da política do país para expandir as oportunidades educacionais.
Manifestando mais preocupação, Nyusi abordou a distribuição desproporcional da população estudantil por regiões e províncias de Moçambique, juntamente com o desequilíbrio nos cursos de frequência. Atualmente, 73,4% dos estudantes estão matriculados em cursos de ciências sociais, literatura e humanidades, enquanto apenas 26,6% frequentam cursos de ciências tecnológicas, engenharia e matemática.
Diante dos desafios, o presidente também ressaltou a importância da inovação tecnológica e dos investimentos para atender às necessidades de desenvolvimento. Ele observou os custos significativos da pesquisa e a necessidade de investimento, mas enfatizou a necessidade de promover uma abordagem visionária e criar oportunidades nesse sentido.
Nyusi explicou que alcançar a independência técnico-científica gradual é crucial para fortalecer a soberania do país nos campos específicos do conhecimento e da atividade socioeconômica.
O edifício recém-inaugurado, construído e equipado por meio de uma parceria entre o governo moçambicano e o Banco Árabe para o Desenvolvimento Econômico na África, tem um investimento de mais de US$ 12 milhões.
