Foto aérea tirada no dia 22 de junho de 2022 mostra a Usina Hidrelétrica Karot, na província oriental de Punjab, no Paquistão. (CTG/Divulgação via Xinhua)

O Paquistão pretende gerar 60% da energia do país a partir de recursos renováveis até 2030, e o papel da China continua sendo essencial para isso, dizem especialistas paquistaneses.

Por Raheela Nazir

Islamabad, 15 mar (Xinhua) -- Com o Paquistão enfrentando dificuldades ambientais e de mudanças climáticas urgentes, especialistas e autoridades paquistanesas acreditam que a notável transição da China para políticas mais verdes está ajudando o Paquistão a atingir as metas de energia renovável no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR).

O Paquistão pretende gerar 60% da energia do país a partir de recursos renováveis até 2030, e o papel da China continua sendo essencial para isso, afirmaram os especialistas na quarta-feira durante um seminário intitulado "Energia Renovável e CECP 2.0: O Caminho a Seguir".

Falando na ocasião, Mustafa Hyder Sayed, diretor-executivo do think tank Instituto Paquistão-China, com sede em Islamabad, disse que a ICR proposta pela China oferece uma oportunidade gigantesca para esforços conjuntos a fim de enfrentar os desafios ambientais globais e promover objetivos de desenvolvimento sustentável, especialmente no Sul Global.

Nas últimas três décadas, o país viu um aumento de mais de 170% nas emissões de carbono e nas perdas do produto interno bruto devido à degradação ambiental e às mudanças climáticas, disse Sayed, destacando que há uma necessidade urgente de elaborar planos de ação e políticas mais verdes, aprendendo com a experiência e a tecnologia chinesas.

Moin ul Haque, diplomata e ex-embaixador do Paquistão na China, disse que, além de construir uma vasta rede de rodovias do sul, leste e norte do país, a China ajudou o Paquistão a gerar 8.000 megawatts de eletricidade, incluindo energia limpa e verde, através de construção de usinas hidrelétricas, solares e eólicas.

"Os dois países concordaram em promover a sustentabilidade econômica, social e fiscal, além da ambiental, dos projetos do Corredor Econômico China-Paquistão (CECP). Estamos felizes por ter a China do nosso lado quando o Paquistão embarca em uma jornada de transição verde", disse ele.

No âmbito do CECP, o Paquistão e a China também destacaram a participação de terceiros no projeto, o que é benéfico em termos de receitas, conhecimentos especializados, financiamento adicional e tecnologia avançada de outros países, acrescentou ele.

Trabalhadores instalam painel solar doado pela China em casa em Gwadar, Paquistão, no dia 14 de março de 2022. (Str/Xinhua)

Apelando por uma cooperação reforçada entre o Paquistão e a China e outros parceiros internacionais relevantes, Hassan Daud Butt, conselheiro-sênior do Centro de Estudos da China do Instituto de Política de Desenvolvimento Sustentável, um grupo de reflexão com sede em Islamabad, destacou a necessidade de acelerar a transição para a adoção de energias renováveis.

"O foco deve estar em novas iniciativas, investimentos e avanços tecnológicos no setor de energia renovável do Paquistão", disse Butt.

"Precisamos promover o compartilhamento de conhecimento entre as partes interessadas, incluindo o governo, a academia, a indústria e a sociedade civil, para encontrar gargalos, perspectivas e melhores práticas a fim de promover a gestão ambiental e acelerar nossa jornada em direção ao desenvolvimento sustentável no âmbito do CECP”, disse ele.

O especialista também destacou o incentivo a parcerias e mecanismos de construção de consenso para promover a participação inclusiva e equitativa em projetos de energias renováveis relacionados com o CECP.