Beijing, 24 mar (Xinhua) -- A China divulgou na sexta-feira uma lista das 10 principais descobertas arqueológicas de 2023.

   As descobertas abrangem várias regiões em nível provincial, incluindo Shandong, Fujian, Anhui, Hubei, Henan e Shaanxi. Os vestígios mais antigos remontam ao período paleolítico.

   Guan Qiang, vice-diretor da Administração Nacional do Patrimônio Cultural, disse que os projetos listados representam o auge das realizações arqueológicas do ano passado.

   Essas revelações arqueológicas servem como testemunhos vívidos do legado duradouro e da profunda civilização da nação chinesa, disse Guan, destacando seu papel no fortalecimento da confiança nacional.

   Entre as principais novas descobertas arqueológicas feitas em 2023, várias demonstraram claramente o processo de desenvolvimento e as trocas intercivilizacionais ao longo da história da China.

   Os naufrágios Nº 1 e Nº 2 perto da encosta continental noroeste do Mar do Sul da China estão ambos relativamente bem preservados, e um grande número de relíquias identificadas como artefatos da Dinastia Ming (1368-1644) foram desenterrados nos dois locais.

   As descobertas não foram apenas grandes avanços para a arqueologia do mar profundo da China, mas também significativas descobertas arqueológicas internacionais.

   Eles demonstram o fato de que o povo chinês desenvolveu, utilizou e viajou de e para o Mar do Sul da China na época e servem como evidência do comércio e intercâmbio cultural da China na Rota da Seda Marítima.

   Chen Xingcan, diretor do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que as descobertas desses locais forneceram uma base importante sobre a qual podemos entender a formação e o desenvolvimento de um país unificado e multiétnico, e deram uma contribuição importante para nossa compreensão da comunicação entre a China e o Ocidente.

   O local das relíquias de Mopanshan na Província de Anhui, no leste da China, está localizado em um local através do qual a cultura foi difundida e trocada entre o Oriente e o Ocidente nos tempos antigos, bem como entre o Sul e o Norte.

   Especialistas disseram que o local das relíquias é típico no estudo da evolução cultural no médio e baixo curso do rio Yangtze.

   Em particular, é útil para estudiosos que estudam como a sociedade pré-histórica se tornou cada vez mais complexa e civilizada na região, e como a civilização chinesa evoluiu para se tornar pluralista e integrada no sul de Anhui.

   Algumas das descobertas arqueológicas que foram reveladas são importantes para os estudos do sistema de conservação de água na China, porcelana e ritos cerimoniais relacionados à arquitetura, de acordo com especialistas.

   Tomemos como exemplo a descoberta de ruínas estruturais de irrigação de terras agrícolas e conservação de água no local de relíquias de Qujialing, na Província de Hubei, no centro da China em 2023. Acredita-se que as estruturas foram usadas para combater a seca, armazenar água, dispensar água para uso diário e irrigar terras agrícolas.

   Isso significaria que os humanos pré-históricos mudaram sua relação com os recursos hídricos de defesa passiva para controle e utilização proativos.

   O sítio das relíquias de Qujialing data do período entre 5.900 e 4.200 anos atrás e é um importante sítio de relíquias neolíticas.