O diretor e artista teatral Junior Esseba orienta uma atriz no palco durante o ensaio de uma peça teatral em Iaundê, Camarões, em 20 de março de 2024. (Foto por Kepseu/Xinhua)
Tendo crescido em um vilarejo camaronês, Junior Esseba assistiu a muitos filmes chineses, incluindo "Templo Shaolin", estrelado por Jet Li, que o deixou maravilhado e admirado. O amor de Esseba pelo teatro cresceu a partir daí, e hoje ele é um nome conhecido no setor de artes cênicas do país africano.
Iaundê, 27 mar (Xinhua) -- Era um dia ensolarado em Iaundê, capital de Camarões, e Junior Esseba reuniu sua trupe para ensaiar uma apresentação que visava mudar a discriminação social e a violência por meio do teatro.
Quando as luzes se apagaram e a escuridão envolveu o salão do teatro Karefour, uma atriz subiu ao palco sob duas lâmpadas fumê, porém brilhantes, para fazer um apelo apaixonado ao público pelo fim do terrorismo e da injustiça.
Um homem alegre e cheio de piadas, Esseba é apaixonado por teatro. Suas apresentações geralmente abordam o tema do amor e da humanidade.
"As pessoas choram quando assistem ao meu show porque ele fala ao coração delas", disse o diretor teatral e artista de 48 anos. "Eu não queria fazer teatro apenas por diversão. Queria abordar assuntos sérios, encenando-os de forma fictícia."
O pai de quatro filhos disse que se inspirou em séries de TV e filmes chineses para se tornar um artista. No vilarejo onde Esseba cresceu, ele assistiu a muitos filmes chineses, inclusive "Templo Shaolin", estrelado por Jet Li, que lhe causou admiração.
"Quando terminamos de assistir ao filme, pensamos que poderíamos lutar como os atores do filme", disse ele com um largo sorriso.
O amor de Esseba pelo teatro cresceu a partir daí, e hoje ele se tornou um nome conhecido no setor de artes cênicas em Camarões, dirigindo sua própria trupe, a Crazy Theater.
"Vamos a escolas, bairros e estádios para fazer teatro ao ar livre. Hoje, vemos jovens se envolvendo com o teatro porque têm um sonho. Isso significa que fizemos um bom trabalho", disse Esseba, que também dirige a seção camaronesa do Instituto Internacional de Teatro.
Foto de arquivo tirada em 14 de setembro de 2023 mostra uma rua em Iaundê, Camarões. (Xinhua/Dong Jianghui)
Ele viajará para a China para participar da celebração do Dia Mundial do Teatro 2024, programada para 27 a 29 de março em Langfang, na Província de Hebei.
"Nunca estive na China. Será minha primeira vez", disse Esseba. "Tenho muitas expectativas."
"Chegou a hora de nos abrirmos para outras potências mundiais, e a China pode ser um parceiro muito seguro", disse ele. "Somos um país em desenvolvimento e também gostaríamos de nos beneficiar da experiência chinesa em relação à cultura. Queremos que o teatro seja tão popular quanto o futebol."
"Se a China puder abrir suas portas para nós, será benéfico para nós", disse Esseba, acrescentando que espera iniciar intercâmbios culturais com parceiros chineses durante a comemoração do Dia Mundial do Teatro em Langfang.
Aicha Abdoulaye Diallo, 35 anos, estava ensaiando com Esseba.
"Pessoalmente, eu gostaria de saber mais sobre a cultura chinesa. É bom que a tenhamos visto nos filmes, mas não foi detalhada. Então, se houver uma maneira, traremos artistas chineses para Camarões e levaremos artistas camaroneses para a China", disse Diallo.
Andre Takou, que estava codirigindo com Esseba, concordou: "Quando há um intercâmbio entre duas culturas, entre dois povos, há inevitavelmente uma evolução em algum lugar, porque descobrimos algo, aprendemos com nosso conhecimento, com nossa atitude e podemos nos inspirar nos outros para desenvolver o que temos em nós mesmos."
"Nesse sentido, a China é um bom destino para o desenvolvimento da estrutura artística em Camarões", disse Takou.