Foto tirada em 7 de março de 2024 mostra o primeiro armazém inteligente 5G da Indonésia em Bekasi, Java Ocidental, Indonésia. (Foto por Agung Kuncahya B./Xinhua)

O investimento chinês proporcionou à Indonésia oportunidades de crescimento rápido, disse Barra Kukuh Mamia, macroeconomista sênior do Bank Central Asia, acrescentando que a China se tornou um catalisador para o desenvolvimento econômico da Indonésia na última década.

Jacarta, 2 abr (Xinhua) -- A Indonésia pretende alcançar sua "Visão Indonésia Dourada 2045", que envolve tornar-se uma nação avançada e sustentável até 2045. Os especialistas elogiaram o papel da China em ajudar a Indonésia a realizar sua visão, com a cooperação florescente entre os dois países.

Na última década, a Indonésia e a China realizaram uma cooperação produtiva em uma ampla gama de campos. A China tem sido o principal parceiro comercial da Indonésia há 10 anos e uma importante fonte de investimentos no país.

A relação bilateral China-Indonésia nunca foi tão forte. A China não é apenas o maior parceiro comercial da Indonésia, mas também um dos maiores contribuintes de investimento estrangeiro direto, disse Destry Damayanti, vice-governador sênior do Banco da Indonésia.

Barra Kukuh Mamia, macroeconomista sênior do Bank Central Asia, disse que o investimento chinês proporcionou à Indonésia oportunidades de crescimento rápido. A China tornou-se um catalisador para o desenvolvimento econômico da Indonésia na última década.

"Por exemplo, o crescimento econômico da Indonésia desacelerou ligeiramente em 2023 em comparação com o ano anterior devido ao declínio nos preços das commodities, mas em termos de volume de comércio de importação e exportação, a economia estava realmente crescendo, tudo graças à China", disse ele.

A cooperação entre a Indonésia e a China é evidente em outros campos, como o da infraestrutura.

A ferrovia de alta velocidade Jacarta-Bandung, o principal projeto co-construído pela China e pela Indonésia no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), tornou-se o novo meio de transporte favorito de muitos habitantes locais.

Com uma velocidade projetada de 350 km por hora, o trem de alta velocidade reduz o tempo de viagem de Jacarta a Bandung, na Província de Java Ocidental, de mais de três horas para cerca de 40 minutos, mudando profundamente a vida das pessoas que vivem ao longo da linha.

Septian Hario Seto, vice-ministro do Ministério Coordenador para Assuntos Marítimos e Investimentos da Indonésia, disse que a ferrovia revolucionou a viagem entre Jacarta e Bandung, mudando-a de rodoviária para ferroviária.

"Estou confiante de que, no futuro, nosso padrão de mobilidade evoluirá do transporte individual para uma abordagem mais voltada para o transporte de massa. É por isso que estamos ansiosos para ampliar nossa cooperação com a China", disse Seto.

Veronika Saraswati, especialista em China e pesquisadora do principal think-tank da Indonésia, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que a Indonésia é um dos maiores beneficiários da ICR.

Ela disse que os projetos de infraestrutura realizados por empresas indonésias e chinesas no âmbito da ICR transformarão os setores tradicionais da Indonésia e aumentarão as receitas fiscais nacionais e locais.

Saraswati disse que, ao contrário dos países ocidentais, que tratam os outros como concorrentes, a China desenvolve ativamente parcerias de colaboração e confiança mútua com os países ao longo da Rota da Seda por meio da ICR.

Olhando para o futuro, a sociedade indonésia tem mais expectativas de cooperação mutuamente benéfica com a China.

"No futuro, precisamos tornar nossa cooperação mais benéfica para ambos. Precisamos de um relacionamento de nível mais avançado, em que não nos concentremos apenas na produção, nos negócios e no comércio, mas também na colaboração entre pessoas, em P&D e, talvez, na transferência de tecnologia e conhecimento", disse Teguh Dartanto, reitor da Escola de Economia da Universidade da Indonésia.

"A China está se desenvolvendo rapidamente nos setores verdes representados pelos veículos elétricos", disse Christine Susanna Tjhin, diretora de Comunicação Estratégica e Pesquisa do Instituto Gentala. "A Indonésia está pressionando pelo desenvolvimento de instalações de produção de veículos elétricos e baterias para criar um setor de downstream para os ricos suprimentos de níquel do país. Espero que nossos dois países possam aprofundar ainda mais a cooperação nesse sentido."