Falácia do "excesso de capacidade chinesa" de Yellen desafia os fundamentos econômicos-Xinhua

Falácia do "excesso de capacidade chinesa" de Yellen desafia os fundamentos econômicos

2024-04-19 10:34:37丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada em 1º de fevereiro de 2024 mostra uma linha de produção de NEV na Segunda Base de Manufatura Avançada da NIO em Hefei, Província de Anhui, no leste da China. (Xinhua/Zhang Duan)

As vantagens competitivas da China em energia verde não dependem de subsídios, mas da integridade da cadeia de suprimentos e da concentração industrial, da concorrência total no mercado e das rápidas atualizações tecnológicas promovidas por seu enorme mercado.

Beijing, 17 abr (Xinhua) -- O equívoco da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os riscos apresentados pelo "excesso de capacidade chinesa" para os mercados globais é contrário aos princípios econômicos e ao senso comum.

 

INTEGRIDADE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Yellen disse na terça-feira que o FMI não está suficientemente focado no problema do "excesso de capacidade chinesa", argumentando que os subsídios da China aos seus setores de energia verde estavam criando um campo de jogo desigual.

Yellen não entende que as vantagens competitivas da China no setor de energia verde não dependem de subsídios, mas sim da integridade da cadeia de suprimentos e da concentração industrial, da concorrência total no mercado e das rápidas atualizações tecnológicas promovidas por seu enorme mercado.

Com o sistema industrial mais completo, o setor manufatureiro da China está em primeiro lugar no mundo há mais de uma década.

O setor de nova energia da China tem uma cadeia industrial completa que abrange pesquisa e desenvolvimento de materiais, projeto de engenharia, fabricação e montagem final. Essa cadeia forma vários clusters do setor automotivo que estão em conformidade com o modelo de desenvolvimento de "dupla circulação" do país, que considera o mercado doméstico como o principal pilar e permite que os mercados doméstico e internacional se reforcem mutuamente.

Os pontos fortes das cadeias industriais e de suprimentos dos veículos de nova energia (NEVs, em inglês) e a construção de infraestrutura de apoio, como instalações de recarga, reforçam fortemente o crescimento dos NEVs chineses.

O enorme mercado consumidor da China oferece um ambiente favorável para a pesquisa, o desenvolvimento e a atualização da tecnologia dos NEVs. Enquanto isso, devido à maior taxa de aceitação entre os consumidores chineses para inteligência veicular e novas tecnologias, muitas empresas automotivas estão priorizando o lançamento de novos produtos e tecnologias no mercado chinês.

Em comparação com os carros tradicionais, os NEVs são mais eletrificados, inteligentes, conectados à internet e digitalizados. O setor de NEVs da China, com pensamento e capacidade inovadores, deu um salto no desenvolvimento de tecnologias essenciais ao longo de quase duas décadas.

 

EXCEDENDO A DEMANDA GLOBAL?

Yellen disse que a capacidade de nova energia da China excede a demanda global, e o excesso de produção no setor de nova energia poderia levar empresas dos Estados Unidos e de países aliados à falência.

O conceito de excesso de capacidade está profundamente enraizado na teoria econômica. A economia básica dita que os produtos excedentes naturalmente buscam mercados em outros lugares quando a demanda doméstica é atendida, uma prática adotada pelas nações ocidentais há séculos.

Ao contrário de um "problema de excesso de capacidade", o setor de energia limpa está lutando para atender à demanda global, apesar das preocupações urgentes com a mudança climática e dos esforços generalizados para fazer a transição para uma energia mais limpa.

Foto tirada em 6 de junho de 2023 mostra o primeiro trem leve sobre trilhos de nova energia fabricado pela CRRC Tangshan Co., Ltd. para a Argentina em Tangshan, Província de Hebei, no norte da China. (Xinhua/Gao Bo)

No final de 2023, a Agência Internacional de Energia Renovável projetou que a capacidade global de energia renovável deve crescer em cerca de 1.000 gigawatts (GW) por ano até 2030 para manter as metas de Paris.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, o mundo adicionou um recorde de cerca de 507 GW à capacidade de energia renovável em 2023. Isso é metade do que é necessário para manter a meta de 1,5 grau dentro do alcance.

À medida que a China faz a transição para um desenvolvimento de alta qualidade, seus "três novos" setores - veículos elétricos, baterias de lítio e produtos fotovoltaicos - são muito procurados em todo o mundo. Eles apoiam os países na obtenção de uma transformação verde e de baixo carbono e promovem o crescimento econômico global.

 

CHINA NÃO É O PROBLEMA

De acordo com um relatório do banco de investimentos UBS, 75% dos componentes de um sedã BYD Seal 2022 foram fabricados internamente. O Xiaomi Group lançou recentemente seu primeiro NEV, o SU7, apenas três anos depois de anunciar sua entrada no setor. Ambos mostram o vibrante ecossistema de veículos elétricos da China.

Pessoas visitam o estande da BYD na 12ª Conferência e Exposição Internacional de Armazenamento de Energia (ESIE, em inglês) no Centro de Convenções e Exposições Shougang em Beijing, capital da China, em 11 de abril de 2024. (Xinhua/Yin Dongxun)

Uma reportagem recente da Bloomberg descobriu que a maioria dos principais exportadores da China nesse setor apresenta taxas de utilização da capacidade bem dentro das normas reconhecidas internacionalmente.

Ao contrário da narrativa de "excesso de capacidade" frequentemente atribuída à China, o verdadeiro desafio que os Estados Unidos e a Europa enfrentam está em suas ineficiências comparativas.

Ironicamente, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França estão implementando políticas robustas de subsídios no domínio dos veículos elétricos. Por meio da Lei de Redução da Inflação, o governo dos EUA está fornecendo aproximadamente US$ 369 bilhões em incentivos fiscais e subsídios para setores de energia limpa, incluindo veículos elétricos.

Vários países europeus também estão implementando medidas de subsídio para seus setores de veículos elétricos.

O duplo padrão aqui é evidente, assim como os cálculos do Ocidente que o sustentam.

Essa nova variante da teoria da "ameaça da China" é apenas um pretexto para certos países ocidentais envenenarem o ambiente para o desenvolvimento doméstico e a cooperação internacional da China. Em última análise, acusar a China do chamado "excesso de capacidade" é apenas uma maneira de criar mais medidas protecionistas para seus próprios setores.

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