Wuhan, 25 abr (Xinhua) -- Representantes da China e dos países da América Latina e do Caribe que participaram de um fórum em Wuhan, Província de Hubei, no centro da China, concordaram nesta quarta-feira em promover ainda mais a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para o progresso comum por meio da cooperação espacial.
Uma declaração foi divulgada durante o primeiro Fórum de Cooperação Espacial China-Estados Latino-Americanos e Caribenhos, realizado em Wuhan.
A China e os países latino-americanos já se envolveram em uma cooperação espacial de longo prazo, abrangente e pragmática, cobrindo várias áreas, como construção de infraestrutura, exploração do espaço profundo e ciência espacial, cadeia da indústria espacial e governança global do espaço exterior.
Zhang Kejian, chefe da Administração Espacial Nacional da China, disse na cerimônia de abertura do fórum que colaborações espaciais de longo prazo entre a China e os países da América Latina e do Caribe foram realizadas em muitos projetos-chave, com inúmeros resultados e grande potencial para a cooperação futura.
Yue Yunxia, diretora do escritório de pesquisa econômica do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que a cooperação espacial entre a China e os países latino-americanos não é um slogan vazio, mas abrange uma ampla gama de campos.
"A cooperação espacial China-América Latina ajudou os países latino-americanos a construir seus sistemas aeroespaciais, treinar pessoal de tecnologia espacial de alta qualidade e alcançar novos avanços no campo aeroespacial. A cooperação China-América Latina em satélites de sensoriamento remoto, satélites de comunicação e espaço comercial tem promovido conexões entre os países latino-americanos e melhorado o bem-estar das pessoas", disse Yue.
COOPERAÇÃO GANHA-GANHA
A cooperação espacial entre a China e a Argentina tornou-se cada vez mais estreita nos últimos anos. Os dois lados têm cooperado em aplicações de navegação por satélite, e a Argentina vem fornecendo apoio para a exploração do espaço profundo da China.
Em 1999, o primeiro satélite de recursos terrestres China-Brasil foi lançado com sucesso. Foi o primeiro satélite desenvolvido em conjunto pela China e outro país.
Em 2008, a China lançou o primeiro satélite da Venezuela - o Venesat-1, ou "Simón Bolívar" - que transportava instalações de comunicação. Em 2012, o primeiro satélite de sensoriamento remoto da Venezuela, o VRSS-1, também foi lançado ao espaço a partir da China. O satélite tem facilitado o censo de terras e recursos, o planejamento urbano e a deteção e gestão de desastres na Venezuela.
Em uma carta de felicitações ao fórum, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que a China e a Venezuela têm estreita cooperação e profunda amizade no campo do setor aeroespacial, o que é de grande importância para promover a cooperação espacial entre a China e a América Latina.
BENEFICIANDO O MUNDO
Nos últimos 30 anos, China e Brasil vêm desenvolvendo em conjunto seis satélites de recursos terrestres. Os dados de satélite não só foram amplamente aplicados nos campos da agricultura, conservação da água, monitoramento ambiental, mas também forneceram abundantes serviços de satélite de sensoriamento remoto para países em desenvolvimento na América Latina, África, Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e outras regiões.
Marco Antônio Chamon, presidente da Agência Espacial Brasileira, disse que a Terra tem enfrentado vários desafios, como as mudanças climáticas e a poluição por plástico nos oceanos, que têm exercido um grande impacto na sociedade, com o qual nenhum país pode lidar sozinho. Portanto, é necessário que a América Latina coopere com a China para desenvolver tecnologia espacial e serviços de dados para resolver os problemas atuais.
A cooperação espacial China-América Latina tornou-se uma força motriz indispensável para a cooperação Sul-Sul, enquanto a América Latina se tornou uma das regiões com as quais a China mais cooperou no espaço.
A presidente da República de Honduras, Iris Xiomara Castro Sarmiento, disse em uma carta de felicitações ao fórum que a China está comprometida em realizar cooperação espacial com países em desenvolvimento, o que pode ajudar ambos os lados a superar desafios comuns, alcançar o desenvolvimento sustentável e mitigar as mudanças climáticas e desastres naturais.
FUTURO COMPARTILHADO
Marcelo Suárez Salvia, embaixador da Argentina na China, expressou suas expectativas para a cooperação entre a China e a América Latina durante o fórum.
"Estamos ansiosos para aprender mais sobre o desenvolvimento espacial da China", disse o embaixador, acrescentando que a Argentina espera aprofundar continuamente a cooperação com a China em vários campos, especialmente a cooperação espacial.
É uma visão comum para a China e a América Latina fazer uso adequado dos recursos espaciais, conduzir uma governança global justa e razoável do espaço exterior e construir uma comunidade com um futuro compartilhado por meio da cooperação espacial.
A cooperação espacial China-América Latina herdará plenamente a amizade tradicional entre a China e a América Latina, promoverá o benefício mútuo e o progresso das tecnologias espaciais e das capacidades industriais de ambos os lados e dará contribuições positivas à causa comum da exploração espacial da humanidade, disse Zhang.
"Estabeleceremos um mecanismo de longo prazo para cooperação e diálogo, fortaleceremos os intercâmbios de alto nível no campo aeroespacial, planejaremos conjuntamente futuras oportunidades de cooperação e continuaremos a implementar projetos de cooperação de alta qualidade que sirvam à China e à América Latina e beneficiem o mundo", acrescentou Zhang.
