Rio de Janeiro, 1 mai (Xinhua) -- O Brasil ultrapassou nesta terça-feira a cifra de 2 mil mortes por dengue desde o início do ano, recorde absoluto no país, enquanto os casos confirmados da doença se aproximam da marca de 4,2 milhões, informou o Ministério da Saúde.
Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados nesta terça-feira, o país registrou 2.073 mortes por dengue nas primeiras dezessete semanas deste ano e existem outros 2.291 óbitos sob investigação. Em 2.023, o total de brasileiros que morreram por dengue chegou a 1.179.
O governo alertou que embora o pico da dengue já tenha passado, não se pode baixar a guarda ante a doença.
"Eu tenho usado a metáfora que subimos a montanha e agora estamos descendo. Mas nessa descida temos ainda muitos casos que podem acontecer e óbitos que podem ser evitados. Então, precisamos sempre lembrar que ainda é importante que estejamos em alerta", disse a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
Em mais um passo na luta contra a dengue, o governo brasileiro anunciou nesta terça-feira que seis municípios devem receber as primeiras levas de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia.
São eles: Uberlândia, no estado de Minas Gerais; Londrina e Foz do Iguaçu (Paraná), Presidente Prudente (São Paulo), Joinville (Santa Catarina) Natal, a capital do Rio Grande do Norte.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o primeiro país a incorporar a tecnologia como política pública para reduzir os casos de dengue a médio e longo prazo.
O chamado método Wolbachia consiste em inserir a bactéria em ovos de mosquito, no laboratório, para criar Aedes aegypti portadores do microrganismo. Infectados, são incapazes de portar os vírus que causam dengue, zika, chikungunya ou a febre amarela e, quando se reproduzem, transferem a bactéria a outros, de modo a reduzir o número de insetos que podem transmitir a doença aos humanos.

