Rio de Janeiro, 4 mai (Xinhua) -- O número de mortes em razão dos temporais que atingem o estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, subiu para 56 neste sábado, com 74 pessoas desaparecidas e 107 feridas, de acordo com o boletim atualizado divulgado pela Defesa Civil local.

Além disso, 82.500 pessoas tiveram que deixar suas casas, sendo que 13.300 estão em abrigos e outras 69.200 desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 317 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 510.585 pessoas.

Na manhã deste sábado, a Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do estado divulgou que 296 mil clientes estão sem luz e a companhia que atende a região metropolitana do estado anunciou que mais de 123.000 pessoas estavam sem energia.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 188 trechos de estradas enfrentam algum tipo de bloqueio e até bloqueios totais.

Em entrevista coletiva no início da noite deste sábado, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, admitiu que os número de mortes e desaparecidos ainda podem "crescer exponencialmente". Segundo ele, os dados podem ser alterados em razão das situações que continuam sendo levantadas pelos órgãos competentes.

As chuvas torrenciais que castigam o Rio Grande do Sul desde segunda-feira provocaram subidas históricas nos rios que atravessam várias cidades do estado, entre elas a capital Porto Alegre e os municípios da região metropolitana, como Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba, que tem o nome do rio que banha as cidades, cujo nível atingiu na noite deste sábado 5,22 metros, inundando o centro histórico da capital, levando ao fechamento da rodoviária e do aeroporto Salgado Filho.

Durante todo o dia, imagens das principais redes de televisão mostravam resgates de pessoas ilhadas através de barcos, jet-skis e até helicópteros. Segundo o governo do estado, mais de 10.000 pessoas já foram resgatadas.

O governador decretou estado de calamidade púnica na quarta-feira e o governo federal reconheceu o estado na quinta-feira, dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou à região.

O Presidente brasileiro ordenou a abertura de um gabinete de emergência em Porto Alegre para facilitar a ajuda técnica e financeira, depois de ter enviado 100 membros da força nacional, uma força policial de elite, na sexta-feira para ajudar na missão de resgate.

O Rio Grande do Sul faz fronteira com Argentina e Uruguai e é um ponto chave no transporte terrestre do comércio do Mercosul, além de ser um dos principais produtores de arroz, soja e carnes do Brasil.