Soldador camaronês trabalha no canteiro de obras da fase II do projeto do Porto Profundo de Kribi em Kribi, Camarões, em 22 de abril de 2024. Milhares de camaroneses são empregados por empresas chinesas, que os treinam no local de trabalho ou por meio de programas formais. Além de criar empregos para os habitantes locais, as empresas chinesas estão ajudando os jovens camaroneses a aprimorar suas habilidades e contribuir melhor para a industrialização do país. (Foto por Kepseu/Xinhua)

Por Arison Tamfu e Wang Ze

Iaundê, 3 jun (Xinhua) -- O sol brilhava intensamente na cidade de Kribi, no sul de Camarões.

Chineses e camaroneses trabalhavam lado a lado em completa harmonia em um vasto canteiro de obras no Porto Profundo de Kribi, onde a China Harbor Engineering Company Ltd (CHEC) está construindo a fase II do porto.

A CHEC rotineiramente faz parcerias entre a tripulação camaronesa e colegas chineses experientes, que os auxiliam na execução de suas tarefas até que sejam capazes de continuar sem ajuda.

Eric Defo Fotso e Larissa Ekale Koule, trabalhadores camaroneses da CHEC, disseram à Xinhua que o ambiente de trabalho contribuiu significativamente para a transferência de conhecimento e o desenvolvimento de habilidades dos funcionários locais.

"Aprendi muito quando se trata de deveres gerenciais e de como supervisionar as atividades no local. Para mim, é uma verdadeira honra trabalhar em um projeto como esse para o meu país e também para a CHEC", disse Koule, de 28 anos, cuja principal tarefa é garantir que todos os trabalhadores do local estejam em boas condições de saúde e que ninguém sofra lesões relacionadas ao trabalho.

Fotso, de 34 anos, coordena projetos no local.

"A primeira coisa que aprendi foi como trabalhar em um ambiente multicultural. Como o projeto segue os padrões chineses, primeiro é preciso entender e aplicar os padrões chineses", disse ele.

Jonas Hadomaha, 31 anos, agora trabalha em um sofisticado pedágio da rodovia Kribi-Lolabe, que também faz parte do projeto. Ele entrou para o CHEC como tradutor, mas adquiriu conhecimento e habilidades graças à colaboração com colegas chineses.

"Esta é a primeira vez que trabalho com uma empresa que administra uma rodovia e aprendi muito sobre o funcionamento de uma rodovia", disse ele.

Assim como Hadomaha, Fotso e Koule, milhares de camaroneses são empregados por empresas chinesas, que os treinam no local de trabalho ou por meio de programas formais.

Além de criar empregos para os habitantes locais, as empresas chinesas estão ajudando os jovens camaroneses a aprimorar suas habilidades e a contribuir melhor para a industrialização do país.

Jules Elanga foi um dos primeiros a se juntar aos engenheiros da empresa de construção chinesa CGCOC Group quando eles chegaram à região oeste de Camarões em 2014 para construir uma estação de tratamento de água e instalações relacionadas que forneceriam 10.000 metros cúbicos de água por dia para Bafoussam, a capital da região. Isso fazia parte de um projeto para fornecer água a nove cidades de Camarões.

Elanga passou mais de um ano trabalhando lado a lado com engenheiros chineses.

"A transferência de tecnologia foi muito bem feita, especialmente em termos de gerenciamento de equipamentos eletromecânicos, gerenciamento de oficinas e outros dispositivos", disse Elanga, que agora dirige o departamento de manutenção da Cameroon Water Utilities Corporation (CAMWATER), uma empresa estatal da região.

"Desde a transferência (de tecnologia e habilidades) há três ou quatro anos, a empresa agora funciona sem a ajuda dos chineses", disse ele. "A conservação e a manutenção dos equipamentos são feitas por nós. Isso é graças aos chineses."

Martin Donkeng, que chefia o departamento de produção da CAMWATER na região, disse: "Hoje, nossa capacidade de produção aumentou em 30%."

Em Kouekong, cerca de 15 quilômetros ao norte de Bafoussam, há um estádio multiuso construído pela China Machinery Engineering Corporation.

Eric Sama Ndoh e Ndjinjou Abdelkadher, que trabalham no estádio desde 2014, disseram que os sistemas da empresa foram criados de forma a dar aos trabalhadores a oportunidade de experimentar várias áreas do projeto.

"Houve muita transferência de habilidades. Muitas pessoas eram trabalhadores não qualificados quando entraram, mas agora são trabalhadores qualificados", disse Ndoh. "Isso é bom para eles e bom para o país."

Abdelkadher disse que ficou na empresa e aprendeu muito lá. "É uma boa colaboração. Todos saem ganhando." 

Técnicos camaroneses e chineses conversam em uma sala de máquinas em uma estação de tratamento de água potável em Bafoussam, Camarões, em 20 de fevereiro de 2024. Milhares de camaroneses são empregados por empresas chinesas, que os treinam no local de trabalho ou por meio de programas formais. Além de criar empregos para os habitantes locais, as empresas chinesas estão ajudando os jovens camaroneses a aprimorar suas habilidades e contribuir melhor para a industrialização do país. (Foto por Kepseu/Xinhua)

Camaroneses e chineses conversam em uma sala de sistema operacional em uma estação de tratamento de água potável em Bafoussam, Camarões, 20 de fevereiro de 2024. Milhares de camaroneses são empregados por empresas chinesas, que os treinam no local de trabalho ou por meio de programas formais. Além de criar empregos para os habitantes locais, as empresas chinesas estão ajudando os jovens camaroneses a aprimorar suas habilidades e contribuir melhor para a industrialização do país. (Foto por Kepseu/Xinhua)