Nizhny Novgorod, Rússia, 10 jun (Xinhua) -- O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, reuniu-se nesta segunda-feira com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, na cidade russa de Nizhny Novgorod.
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, observou que este ano marca o 50º aniversário dos laços diplomáticos China-Brasil, um ano significativo para o desenvolvimento das relações bilaterais.
De acordo com Wang, ambos os lados devem aproveitar a importância estratégica do relacionamento China-Brasil, aumentar sua natureza mutuamente benéfica e destacar sua abrangência.
Ele indicou que ambos os lados devem trabalhar juntos para construir uma comunidade China-Brasil com um futuro compartilhado, promover um maior alinhamento das estratégias de desenvolvimento dos dois países e enviar uma expectativa positiva para o desenvolvimento saudável e estável das relações China-Brasil.
A China sempre priorizou o Brasil em sua diplomacia e está disposta a trabalhar com o Brasil para resumir sistematicamente as experiências bem-sucedidas do último meio século e elevar a parceria estratégica abrangente a um novo patamar, declarou Wang, acrescentando que isso está em conformidade com os desejos dos dois povos e com as expectativas da comunidade internacional, além de contribuir para a paz e o desenvolvimento globais.
A China valoriza a influência significante do Brasil na região da América Latina e está disposta a promover conjuntamente a cooperação entre a China, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e o Mercado Comum do Sul, enfatizou Wang.
Segundo ele, à medida que o Fórum China-América Latina se aproxima de seu 10º aniversário, mostrando uma tendência de avanço abrangente, ambos os lados podem trabalhar juntos para iniciar uma década ainda mais frutífera para o fórum.
Wang afirmou que a China e o Brasil, como grandes países em desenvolvimento, precisam ter vozes justas, equilibradas e construtivas sobre questões de foco internacionais. Recentemente, os dois países emitiram, em conjunto, seis entendimentos comuns sobre a solução política da questão da Ucrânia, o que ganhou compreensão e reconhecimento de um número cada vez maior de países.
Ressaltando que este ano marca o ano inaugural da "maior cooperação do BRICS", Wang disse que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para promover ativamente a cooperação do BRICS, permitindo que o mecanismo do BRICS desempenhe um maior papel na governança global e na proteção dos interesses dos países em desenvolvimento.
Vieira observou a recente visita bem-sucedida do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, à China e a sétima reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, destacando que o Brasil valoriza muito seu relacionamento com a China, está pronto para se envolver estreitamente em intercâmbios de alto nível com a China, fortalecer a cooperação em vários campos, incluindo o comércio e a economia, e definir um novo posicionamento para as relações bilaterais para abrir novas perspectivas para os próximos 50 anos.
O Brasil aprecia o papel ativo da China na promoção da cooperação do BRICS, valoriza a influência da China nos assuntos internacionais e apoia as importantes iniciativas propostas pela China, assinalou Vieira.
Ele sublinhou que o Brasil e a China compartilham posições semelhantes em muitas questões e que a declaração conjunta sobre os seis entendimentos comuns sobre a solução política da questão da Ucrânia é de importância significativa.
Conforme Vieira, o Brasil está disposto a continuar fortalecendo a cooperação com a China em plataformas multilaterais, como as Nações Unidas, o G20 e o BRICS.
Observando que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acredita firmemente que o diálogo e a cooperação entre a China e a CELAC são de grande significado, Vieira enfatizou que o Fórum China-América Latina é uma plataforma benéfica e que o Brasil está disposto a trabalhar com a China para organizar as atividades do fórum e promover seu novo desenvolvimento.
Os dois lados também trocaram opiniões sobre a situação em Gaza e outras questões de interesse comum.