Destaque: Esforço de jovem etíope melhora ensino de língua sino-etíope e intercâmbios culturais-Xinhua

Destaque: Esforço de jovem etíope melhora ensino de língua sino-etíope e intercâmbios culturais

2024-06-23 10:57:51丨portuguese.xinhuanet.com

Kaleab Zelalem (1º, à direita) conversa com estudantes durante aula de chinês na Escola de Treinamento de Idiomas Ni Hao Habesha em Adis Abeba, Etiópia, no dia 15 de junho de 2024. (Xinhua/Liu Fangqiang)

Por Habtamu Worku e Liu Fangqiang

Adis Abeba, 18 jun (Xinhua) -- Em uma manhã comum de sábado, um grupo de entusiastas da língua sino-etíope, de diversas esferas da vida, está imerso na prática de diálogos em mandarim em uma das pequenas, mas empolgantes, salas de aula decoradas de forma colorida com caracteres chineses e elementos culturais em Adis Abeba, capital da Etiópia.

A instituição única, chamada Escola de Treinamento de Idiomas Ni Hao Habesha, é a primeira do gênero na Etiópia, estabelecida com o objetivo global de liderar o intercâmbio cultural e linguístico sino-etíope.

No foco desse objetivo em rápido crescimento está Kaleab Zelalem, um etíope de 27 anos que tem “muita paixão e admiração” pela cultura e língua chinesas. Tudo começou quando Zelalem foi estudar na China em 2017, onde fez Direito Internacional por quatro anos na cidade de Huangshi, província de Hubei, no centro da China.

“A cultura, as normas e a forma como os chineses pensam são completamente diferentes do resto do mundo. Para me encaixar naquela comunidade, aprendi o idioma e as coisas ficaram interessantes”, lembrou Zelalem.

Após voltar para a Etiópia, Zelalem percebeu a procura cada vez maior entre seus compatriotas etíopes para aprender chinês. Ciente da lacuna na resposta a esta procura em rápido crescimento e alimentado por sua nova admiração pela cultura e língua chinesas, o jovem fundou a Escola de Treinamento de Idiomas Ni Hao Habesha em 2022, que virou a primeira instituição privada de ensino de línguas no país da África Oriental especializada exclusivamente no ensino da língua chinesa.

“Vi a lacuna e a demanda. Muitos funcionários do governo e empresários queriam aprender a língua chinesa porque a maioria dos chineses ficaria feliz se a comunicação fosse em chinês. Então resolvi que era a hora de abrir uma escola de língua chinesa”, disse ele.

Sua visão era simples, “não apenas ensinar a língua, mas também mostrar e transmitir as perspectivas e os costumes únicos que moldam a visão de mundo chinesa”.

Uma aula de chinês de cada vez, começando cerca de dois anos e meio e expandindo ainda mais o alcance ao longo do tempo, agora a escola transforma a maneira como os etíopes veem a China e seu povo, ao mesmo tempo que, no processo, descobrem uma apreciação pela riqueza da cultura chinesa.

A escola, como parte da sua ambição de promover intercâmbios linguísticos e culturais entre os dois povos, também oferece cursos de formação de curta duração em amárico, a língua de trabalho da Etiópia, a cidadãos chineses interessados ​​em conhecer a cultura e a língua da Etiópia.

“A regra que temos na Escola de Treinamento de Idiomas Ni Hao Habesha é que não ensinamos só o idioma, também ensinamos a cultura, as normas, a maneira como o povo chinês vê o mundo, que é algo único”, disse Zelalem. “Se não compreendermos a língua, não conseguiremos nos comunicar de forma eficaz. Precisamos entender a cultura, compreender a China, o povo chinês e tudo o que pudermos”.

Essa abordagem holística atraiu um grupo de etíopes e de participantes de outros países, desde funcionários do governo e empresários a guias turísticos, jovens estudantes universitários e pessoas de todas as esferas da vida.

Bethlehem Abera, formada em administração de empresas e que trabalha atualmente como diretora de relacionamento com clientes em uma empresa local de importação e exportação, é uma dessas estudantes que acredita que a decisão de aprender chinês já trouxe resultados, tanto profissionalmente quanto pessoalmente.

“No tempo em que trabalhei com o povo chinês, conversávamos em inglês no começo. Mas agora, depois que comecei as aulas, falamos palavras em chinês e eles ficam felizes. Vejo a felicidade em seus rostos, e também me orgulho disso. Por isso que preciso continuar aprendendo”, disse ela.

Para Abera, sua ambição crescente em aprender a língua chinesa e em saber mais sobre a China, seu povo e sua cultura está consagrada na abordagem de ensino-aprendizagem implementada na escola, como uma concretização do sonho do fundador de promover o intercâmbio cultural sino-etíope.

Senay Alemnew, estudante de 22 anos da Escola de Comércio da Universidade de Adis Abeba (AAU), é outro entusiasta que está aprendendo chinês na escola há dois anos.

Com o mesmo sentimento, Alemnew fala com admiração sobre a oportunidade de conhecer a China e sua cultura na escola.

“A aula é interessante. Também há aulas de história muito legais. Meu fascínio pela China está na história do país, que é linda. Há pessoas e cultura incríveis e também o nível de desenvolvimento que eles alcançaram é impressionante. Por isso, comecei a aula e estou ansioso para visitar a China”, disse ele.

Nos seus dois anos e meio de funcionamento, a escola já ensinou chinês a mais de 500 estudantes, não apenas etíopes, mas também entusiastas chineses de diferentes nações, como a Áustria e a Tanzânia. Ao fazer isso, Zelalem recebeu elogios e criou lembranças emocionantes de seus estudantes.

“Uma vez, eu estava ensinando chinês a um diplomata austríaco que queria trabalhar na China. Depois das aulas, ele disse que nunca pensou que um austríaco aprenderia chinês com um etíope. Essa foi uma das melhores impressões que tive dos meus estudantes”, lembrou Zelalem sorrindo.

Ele também relembrou um caso em que um chinês conseguiu escrever e ler a língua amárica em apenas alguns meses, para satisfação do fundador da escola.

Com sua paixão inabalável por minimizar a divisão cultural, Zelalem e sua escola de formação chinesa em rápido crescimento, que emprega agora três instrutores qualificados em língua chinesa, estão preparados para desempenhar um papel fundamental na definição do próximo capítulo das relações sino-etíopes.

A escola introduziu um currículo holístico projetado para que os etíopes aprendam a língua e a cultura chinesas. Em parceria com o Instituto Confúcio da AAU, a escola também facilita certificados internacionais de língua chinesa para seus estudantes.

Ao pensar no futuro, Zelalem está confiante de que a procura por ensino da língua chinesa na Etiópia continuará crescendo. “Tenho certeza de que nos próximos anos a demanda pela língua chinesa aumentará. Sem dúvidas”, afirmou ele.

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