Nanning, 28 jun (Xinhua) -- O ar está impregnado com o doce aroma fresco da cana-de-açúcar na fazenda em Cajuru, em São Paulo, no Brasil. Uma grande colhedora de cana ruge enquanto avança. Entre os movimentos, fileiras de cana caem, e, ao mesmo tempo, os pedaços cortados são lançados dentro do caminhão de transporte receptivo.

   Esta é a cena da operação de teste de uma colhedora de cana. "Ela tem uma eficiência muito alta, limpeza do material muito boa, facilitando bastante a produção", disse Fernando, um cliente da empresa chinesa Guangxi Liugong Agricultural Machinery Co., Ltd, que acompanha o processo, muito satisfeito com o resultado da colhedora.

   Após testes, serão feitas adaptações com base nos dados locais de práticas agrícolas, hábitos de uso dos clientes e eficácia dos equipamentos agrícolas complementares, antes de ela ser amplamente lançada no mercado latino-americano, segundo Li Huamin, gerente de produtos no mercado latino-americano da empresa.

   Na feira agropecuária Agrishow 2024, realizada na cidade brasileira de Ribeirão Preto, em maio, a colhedora já tinha chamado a atenção. Donos de usinas de açúcar ou etanol, agricultores e representantes comerciais demonstraram muito interesse e vieram conhecer mais sobre a máquina.

   A colhedora de cana fez sua estreia no evento, marcando um novo investimento da LiuGong, fabricante chinesa de máquinas pesadas, no mercado brasileiro, em que já atua com máquinas para construção desde 2004.

   De acordo com Li, a colhedora S935TA é usada principalmente para operações eficientes de colheita conjunta de cana em grandes fazendas, com menor consumo de combustível e maior eficiência, adaptando-se a várias condições de trabalho. A cana-de-açúcar pode ser transferida diretamente para a usina de açúcar e outros locais de produção após a coleta.

   Além disso, a máquina é equipada com o iLink, uma ferramenta de gerenciamento, que transmite informações detalhadas sobre as operações do equipamento, permitindo monitoramento e gerenciamento remoto em tempo real para melhorar a produtividade das operações.

   Como o principal produtor mundial de cana-de-açúcar e um importante exportador de açúcar, o Brasil exportou mais de 3,25 milhões de toneladas de açúcar bruto de cana para a China em 2023, segundo dados alfandegários chineses. Por trás desses números impressionantes está a produção intensiva, onde o uso de maquinaria agrícola desempenha um papel crucial.

   Na China, a cana é principalmente usada para a produção de açúcar, enquanto no Brasil também é usada para etanol combustível e cachaça, explicou Li. "A forte demanda de produção e o longo período de colheita da cana no Brasil nos levam a dar grande importância ao desenvolvimento do mercado brasileiro."

   A Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China, é a maior base de cultivo de culturas açucareiras e a principal região produtora de açúcar do país. Por vários anos consecutivos, a área de cultivo e a produção de açúcar representaram cerca de 60% do total nacional, sendo conhecida como o "pote de açúcar" do país.

   A cada safra, milhares de colhedoras de cana operam nas plantações de Guangxi, contribuindo para o "doce negócio" das usinas de açúcar e dos agricultores locais.

   Nos últimos anos, a China tem continuamente promovido a mecanização agrícola, aumentando a eficiência de produção e ajudando os agricultores a aumentar suas rendas.

   A China e o Brasil são ambos países em desenvolvimento e precisam cooperar para desenvolver sua produção agrícola, afirmou Qu Yinggang, professor da Universidade Agrícola do Sul da China e especialista na área de engenharia agrícola.

   O Brasil possui uma escala ampla de plantações de cana, ideal para produção mecanizada em larga escala, enquanto a China necessita principalmente de máquinas de pequeno e médio porte. Portanto, há uma complementaridade significativa entre os dois países no que diz respeito ao desenvolvimento de equipamentos para a produção de cana, segundo ele.

   Em fevereiro deste ano, foi lançado um projeto-piloto de cooperação em desenvolvimento agrícola entre China e Brasil em Apodi, no Rio Grande do Norte, no Brasil. Ao todo, 31 máquinas chinesas foram oficialmente entregues e colocadas em uso, apoiando a produção agrícola no Brasil e promovendo a redução da pobreza e o desenvolvimento rural para pequenos agricultores.

   "Estamos otimistas em relação ao mercado brasileiro, e no futuro continuaremos a nos concentrar nas pequenas e médias propriedades familiares, enquanto expandimos nossa linha de produtos para ajudar os agricultores a aumentar sua renda", disse Wu Di, gerente de vendas internacionais da empresa.