Incêndios no Pantanal brasileiro degradaram 9% da vegetação em cinco anos, diz relatório-Xinhua

Incêndios no Pantanal brasileiro degradaram 9% da vegetação em cinco anos, diz relatório

2024-07-07 17:59:45丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 6 jul (Xinhua) -- Nos últimos cinco anos, os incêndios causaram uma degradação de 9% da vegetação do Pantanal, a região das maiores áreas úmidas do mundo localizada no oeste do Brasil, que todos os anos sofre com a queimada intencional de pastagens e fortes secas sazonais, segundo relatório da rede científica e acadêmica Mapbiomas divulgado nesta sexta-feira.

Mais de 700 mil hectares foram afetados desde junho no Pantanal, bioma que atravessa os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de regiões do leste da Bolívia e norte do Paraguai, motivo pelo qual a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, denunciou proprietários de fazendas como responsáveis por terem causado os incêndios com queimadas de pastagens destinadas à agricultura.

Regiões que não foram totalmente desmatadas, mas que sofreram alterações significativas em sua composição biológica, são consideradas áreas degradadas.

Eduardo Rosa, da equipe do MapBiomas, destacou em comunicado que alguns dos vetores de degradação do Pantanal, cuja biodiversidade é uma das maiores do mundo, vão além das questões climáticas.

"A retirada da vegetação nativa para expansão agrícola e pecuária desprotege o solo e interfere na distribuição de água e sedimentos. A quantidade e a qualidade da água que chega à planície também dependem de barragens e hidrelétricas que alteram os fluxos naturais da água", afirmou.

A Polícia Federal está investigando a origem dos incêndios, dos quais, segundo a ministra Marina Silva, 85% ocorreram em terras privadas.

O relatório Mapbiomas também abordou a questão do Brasil a nível nacional e indicou que 25% da vegetação nativa do país sul-americano, que possui 60% do território da floresta amazônica, pode estar sujeita à degradação.

O levantamento da rede entidade revelou que entre 11% e 25% das florestas do país estiveram expostas a processos destrutivos entre 1986 e 2021.

Os percentuais correspondem a uma área de 60,3 milhões a 135 milhões de hectares, de acordo com o comunicado do Mapbiomas.

A Mata Atlântica, primeira faixa de território da costa atlântica, é a mais degradada ao longo da história brasileira desde a conquista e colonização portuguesa, sendo que entre 36% e 73% da vegetação está exposta a processos de destruição.

A segunda maior área degradada está na Amazônia, com um total que pode variar entre 19 milhões e 34 milhões de hectares, correspondendo entre 5,4% e 9,8% do bioma.

O coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, disse que é a primeira vez que um estudo aborda a questão da degradação da vegetação nativa de forma ampla e referente a todos os biomas brasileiros.

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