Opinião de Convidado: América Latina e China, uma comunidade com futuro compartilhado de forte amizade orientada para o futuro-Xinhua

Opinião de Convidado: América Latina e China, uma comunidade com futuro compartilhado de forte amizade orientada para o futuro

2024-07-17 18:23:30丨portuguese.xinhuanet.com

por Renzo Burotto

Santiago, 17 jul (Xinhua) -- As relações entre a América Latina e a China celebram uma amizade de longo prazo e interdependência econômica, com base na cooperação, no impulso do crescimento e no bem-estar dos povos.

Ao longo dos anos, a China vem consolidando sua integração com o mundo, tornando-se um país mais internacionalizado, que se evidencia pela importância de sua influência e papel na sociedade contemporânea.

Este mês de julho marca o 10º aniversário do conceito de uma comunidade China-América Latina com futuro compartilhado, um período em que a cooperação econômica e comercial entre os dois hemisférios cresceu em grande escala e se tornou mais ampla em escopo e mais alto em nível.

A ideia de criar uma comunidade com futuro compartilhado foi proposta pelo presidente chinês, Xi Jinping, durante sua visita ao Brasil em 2014, por ocasião da cúpula China-América Latina e Caribe, realizada em Brasília para deliberar sobre o presente e o futuro das nações.

Na ocasião, foi decidido por unanimidade estabelecer uma parceria cooperativa abrangente entre a região e a China, baseada na igualdade, no benefício mútuo e no desenvolvimento comum, ao mesmo tempo em que foi anunciada a criação do Fórum China-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), ou Fórum China-CELAC, abrindo a porta para um amplo processo de cooperação.

Atualmente, a relação entre a China e a América Latina está posicionada sobre bases sólidas que oferecem uma plataforma para uma variedade criativa de possibilidades, ainda mais quando a China se mostra disposta a cooperar com as nações do mundo, proporcionando uma série de oportunidades de desenvolvimento, crescimento e bem-estar que os líderes da região não deveriam deixar passar.

Durante muitos anos, a maioria dos países latino-americanos viu a China se tornar seu primeiro parceiro comercial e, para muitos, uma importante fonte de investimento. Mas isso não significa que seja uma relação interesseira, porque quando a China se tornou o primeiro parceiro comercial, muitos países latino-americanos já tinham décadas de amizade e relações diplomáticas permanentes com a China.

A integração da China com o mundo e sua inserção em um planeta globalizado, inicialmente por meio do comércio, atingiu níveis sem precedentes há mais de uma década, o que motivou a necessidade de recalibrar as economias mundiais para passar a considerar o gigante asiático como um dos maiores players e mercados de nossa era.

Nesse contexto, a região latino-americana e a China somaram à sua longa amizade, marcada por laços diplomáticos, uma interdependência econômica cujo potencial promete trazer benefícios mútuos.

A China obtém os produtos que a América Latina pode fornecer, enquanto a América Latina obtém, de um velho e grande amigo, um parceiro constante e significativo para suas exportações, que representam uma parte vital das economias da região.

Ao mesmo tempo, como resultado, as nações latino-americanas podem se beneficiar do acesso a tecnologias de qualidade produzidas pela China, especialmente aquelas necessárias para a desejada transição energética, que evoluiu drasticamente.

Anteriormente, a tecnologia chinesa era vista como de baixa qualidade e barata. No entanto, atualmente, a China tem continuamente priorizado a necessidade de impulsionar e promover fortemente a inovação e a pesquisa e o desenvolvimento, especialmente em tecnologias para o desenvolvimento sustentável.

Desta forma, a tecnologia da China mostrou e continua a demonstrar uma melhoria de qualidade, liderando setores como baterias, turbinas eólicas ou painéis solares, mas sem implicar um aumento exponencial em seus preços, mas sim mantendo-os convenientes e acessíveis à América Latina, e compatível com as estratégias de desenvolvimento da região.

Atualmente, a China é um dos principais parceiros comerciais da América Latina como fornecedora de bens e capitais, além de aliada estratégica para a transferência de tecnologias e o desenvolvimento de indústrias como veículos elétricos e energias renováveis.

Como exemplo, países como o Chile, que considera o país asiático um parceiro econômico insubstituível, devido à magnitude das exportações para a China, se beneficiou de uma das maiores frotas de ônibus elétricos do mundo, com mais de 2.400 unidades, representando aproximadamente um terço do transporte público na capital Santiago, uma propoção superada apenas pelas cidades chinesas.

Da mesma forma, o forte influxo de capital chinês nos setores de mineração e energia demonstrou a atratividade para a China de investimento na América Latina, bem como a capacidade e a confiança necessárias para fazê-lo, criando novas fontes de financiamento para os países da região.

Com certeza, o investimento em infraestrutura é uma das marcas da cooperação com a China, mas isso não deve ser surpresa quando a infraestrutura na América Latina tem sido cronicamente deficiente, mesmo nos dias de hoje.

Por sua parte, pelo menos no Chile, a crescente presença de shoppings e supermercados chineses mostra o interesse em importar produtos da China para o país do sul. E, também, a identificação de uma demanda chilena significativa pelos mesmos.

Desta forma, também foi possível aproximar os produtos chineses da população e, com ela, a cultura da China, com grande interesse pela culinária e costumes do país distante, o que mostra uma aproximação não só a nível econômico, mas também entre os povos.

Como reflexo, ambos os parceiros, América Latina e China, representantes do Sul Global, forneceram por meio de seu relacionamento um exemplo notável de cooperação Sul-Sul que ainda promete muito mais, dependendo das capacidades de liderança implantadas por todas as partes. Fim

(O autor é historiador da Universidade do Chile, dedicado aos Estudos Chineses e da Ásia-Pacífico. Ele é candidato a mestrado no Instituto de Estudos Internacionais, especializado em Relações Internacionais da China contemporânea.)

(As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a posição da Agência de Notícias Xinhua)

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