Dilma Rousseff e Bachelet defendem medidas para países em desenvolvimento no âmbito do G20-Xinhua

Dilma Rousseff e Bachelet defendem medidas para países em desenvolvimento no âmbito do G20

2024-07-23 14:06:31丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 23 jul (Xinhua) -- A presidente do Banco de Desenvolvimento do BRICS (NBD) e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e a ex-diretora executiva da ONU Mulher e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, reuniram-se nesta segunda-feira para analisar temas como os impactos das alterações climáticas, a governança com participação do Estado e a melhoria das condições de vida das populações menos assistidas.

Dilma Rousseff e Bachelet, que foram as primeiras mulheres presidentes na história dos seus respectivos países, participaram nesta segunda-feira da abertura do encontro Estados do Futuro, no Rio de Janeiro, evento paralelo ao G20, fórum internacional que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

No evento, Dilma Rousseff identificou o financiamento como uma barreira para que os países em desenvolvimento enfrentem crises em todas as áreas e, ao mesmo tempo, alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas.

"As condições de financiamento globais não são apenas restritivas, mas também proibitivas, devido aos riscos cambiais e às elevadas taxas de juro nas economias centrais, que põem em perigo a estabilidade financeira. O espaço fiscal é crucial para garantir os recursos necessários para que os governos possam investir simultaneamente em ações de desenvolvimento e de combate às mudanças climáticas, bem como no cumprimento dos ODS", afirmou Dilma Rousseff.

Na opinião da presidente do NBD, o peso da dívida pública nos países em desenvolvimento representa um obstáculo ao investimento, "já que as dívidas crescem excessiva e rapidamente".

Segundo Dilma Rousseff, embora como grupo os países do Sul Global tenham ganho uma parcela maior do PIB mundial desde 2008, o protecionismo tecnológico, a falta de cooperação e a inovação global insuficiente representam dificuldades nos esforços destas nações para desenvolver a industrialização, a reindustrialização ou modernização industrial.

"O financiamento ao desenvolvimento, a transferência de tecnologia, a política industrial, que são extremamente relevantes para os nossos países alcançarem o desenvolvimento sustentável, estão cada vez mais marginalizados na agenda internacional do pensamento dominante", afirmou.

Rousseff enfatizou que, apesar dos frequentes apelos e promessas de apoio ao desenvolvimento sustentável, faltam ações concretas para garantir efetivamente que os desafios urgentes sejam enfrentados, como as mudanças climáticas, os mecanismos de resposta, adaptação e mitigação, as pandemias, a pobreza e, acima de tudo, a imensa desigualdade. "Isso assola os nossos países e atinge mais duramente os países mais pobres."

Michelle Bachelet, por sua vez, destacou que os momentos de crise humanitária que atravessam alguns lugares do mundo, como Gaza, Ucrânia ou Haiti, são desafios que devem ser enfrentados, assim como a transferência de populações dos seus países devido aos efeitos das mudanças climáticas ou fome. 

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