
Trabalhador em linha de produção de refrigeradores no Parque Industrial Hisense África do Sul na Cidade do Cabo, África do Sul, 1º de junho de 2022. (Xinhua/Lyv Tianran)
Em 2022, os primeiros refrigeradores da fábrica sul-africana da gigante empresa chinesa de eletrodomésticos Hisense foram exportados para a Europa, aumentando a reputação global do termo “Feito na África do Sul”.
Por Wang Lei
Cidade do Cabo, 20 ago (Xinhua) -- Por volta das sete horas da manhã, todos os dias em Atlantis, uma cidade a cerca de 50 quilômetros ao norte da Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul, Marlon Jacobs começa o dia dirigindo mais de 20 minutos até seu trabalho no Parque Industrial Hisense África do Sul.
Ao falar com a Xinhua sobre o trabalho, Jacobs, 37 anos, sorri feliz. Esse trabalho forneceu os meios para ter uma casa, um carro e sustentar a família, conquistas que ele dificilmente imaginaria há mais de uma década.
Batizada em homenagem à lendária civilização perdida, a cidade de Atlantis, onde Jacobs nasceu e foi criado, já foi um próspero centro industrial na década de 1970 e depois virou uma meca industrial esquecida. Em 2013, quando a maioria das fábricas na área fechou e a taxa de desemprego atingiu quase 50%, a gigante empresa chinesa de eletrodomésticos Hisense estabeleceu um parque industrial no local, abriu fábricas de TV e geladeiras e também forneceu oportunidades de emprego essenciais para a comunidade local.
Jacobs foi um dos primeiros funcionários da Hisense. “Quando comecei na Hisense em 2013, estava desempregado e não era casado”, disse ele à Xinhua.
Jacobs se casou no mesmo ano em que começou a trabalhar na Hisense. Agora pai de dois filhos, ele trabalha como técnico de qualidade na fábrica de geladeiras. Em 2018, ele teve a oportunidade de voar pela primeira vez, indo para a China e passando duas semanas em Qingdao, sede da Hisense.
“Isso mudou totalmente minha vida, de desempregado para empregado, proprietário de uma casa, com carro e conseguindo sustentar a família, estou muito feliz”, disse ele.
A Hisense também fez muita diferença na comunidade local ao empregar mais de 700 pessoas. “Ela não só mudou 700 vidas, transformou 700 famílias”, mencionou Jacobs. “Quando você considera as famílias, o impacto chega a 2.400, talvez até 2.800 pessoas. A Hisense fez muita diferença em nossa comunidade e mudou minha vida”.
Até o momento, o Parque Industrial Hisense África do Sul gerou mais de 1.000 empregos diretos e mais de 5.000 indiretos. A Hisense prioriza o desenvolvimento de talentos locais, algo que viu Jacobs presencialmente. “Estou na Hisense há mais de 11 anos, desde quando a fábrica foi inaugurada. Cresci e aprendi muito, fico feliz por estar aqui”, compartilhou ele.
Ayrton Minnies, outro funcionário de longa data que começou a trabalhar na Hisense África do Sul quando a fábrica de Atlantis foi inaugurada, teve uma experiência positiva semelhante na Hisense. Nos últimos 11 anos, Minnies trabalhou em quase todos os departamentos.
“Como líder da equipe de técnicos de processos na fábrica de TVs, minha função envolve treinar novos funcionários e apresentar os novos modelos à linha de produção, garantindo que todos entendam o funcionamento dos processos”, explicou Minnies.
Minnies disse que seu mentor atual é Mou Xing, engenheiro chinês de processos em seu departamento. “Nos últimos anos, trabalhei com dois engenheiros antes dele, cada um com habilidades diferentes, que eles nos ensinaram. Ganhei muita experiência aprendendo os três”.
Conforme suas habilidades melhoravam, sua posição e salário também subiam. “Desde que comecei a trabalhar aqui, comprei três carros”, disse Minnies orgulhosamente à Xinhua.

Trabalhadores na Hisense África do Sul no distrito de Atlantis, Cabo Ocidental, África do Sul, no dia 11 de agosto de 2020. (Xinhua/Fred Barker)
Mou, engenheiro chinês de processos, expressou satisfação com seu aprendiz. Mou disse que sua função principal é orientar e treinar técnicos locais como Minnies, que também treinam operadores locais para dominar a tecnologia de produção de TVs.
“Com anos de treinamento, colaboração e experiência prática, muitos funcionários locais em nossa fábrica, como Minnies, conseguiram trabalhar de forma independente”, disse Mou. “Mesmo quando os engenheiros chineses não estão no local, eles conseguem resolver problemas técnicos e garantir o fluxo de produção tranquilo. A Hisense África do Sul dá muita importância ao desenvolvimento de talentos e, por meio de um sistema de treinamento completo e robusto, aumentou significativamente o nível de habilidade da força de trabalho local. Isso, por sua vez, acelera a industrialização da África do Sul”.
Talvez o foco no desenvolvimento de talentos seja o motivo pelo qual a Hisense África do Sul não apenas retém funcionários leais de longo prazo como Jacobs e Minnies, como atrai talentos de gestão como Tom Tshitshi, que “pulou do barco” para se juntar à empresa.
Tshitshi, que trabalhou com quatro empresas antes de entrar na Hisense África do Sul em 2021, agora é gerente de produção na fábrica de TVs em que ele trabalha. Ele acredita que “a diferença entre a Hisense e outras empresas está no investimento significativo em fabricação. Eles são mais avançados em comparação a empresas internacionais, produzem TVs que têm alta qualidade e são acessíveis”.
Tshitshi também se juntou à Hisense África do Sul com foco no crescimento profissional. “Em termos de minha carreira, a Hisense não apenas dá responsabilidades, ela garante o investimento em sua educação e desenvolvimento profissional”, disse ele.
“No ano passado, a Hisense me enviou à China para treinamento avançado em liderança, controle de qualidade, tecnologia de fabricação e processos”, disse Tshitshi. “Também aprendi sobre os sistemas em vigor na China que esperamos implementar na África do Sul”.
Tshitshi enfatizou que, por meio do treinamento de funcionários locais, a Hisense garante que as habilidades na unidade sul-africana se alinhem com as da sede, permitindo que produzam os mesmos produtos de alta qualidade.
“Implementamos os mais altos padrões de qualidade na produção para garantir que cada produto atenda às especificações, garantindo a compatibilidade com as necessidades de nossos clientes”, disse ele.
O compromisso da Hisense com produtos de alta qualidade rendeu uma participação de mercado líder na África do Sul e popularidade entre os consumidores. Por mais de 11 anos, o Parque Industrial Hisense África do Sul cresceu para produzir 10 milhões de TVs e 500.000 refrigeradores anualmente, atendendo não apenas a África do Sul, mas também mais de dez países africanos. Em 2022, os primeiros refrigeradores dessa unidade foram exportados para a Europa, aumentando a reputação global do termo “Feito na África do Sul”.
O sucesso do parque também estimulou o crescimento da indústria local. Jacobs disse que todas as embalagens de espuma e papelão para TVs e refrigeradores são obtidas localmente, reduzindo custos de transporte e apoiando empresas locais. Isso exemplifica a cooperação mutuamente benéfica entre a China e a África.
A Hisense África do Sul cumpre ativamente suas responsabilidades sociais se integrando e retribuindo à comunidade local.
Shi Lang, gerente financeiro da Hisense África do Sul, explicou que além de oferecer aconselhamento de carreira para funcionários, a empresa colabora com escolas vocacionais e técnicas locais para fornecer estágios e oportunidades de treinamento.
“Estamos muito envolvidos em atividades de bem-estar social local, como doar produtos e materiais para instituições de acolhimento, hospitais e escolas”, disse Shi. “Durante as severas enchentes do ano passado na África do Sul, fornecemos ajuda à área do desastre, cumprindo ativamente as responsabilidades sociais e apoiando as comunidades locais”.
Olhando para o futuro, Tshitshi mencionou: “Começamos a produzir TVs e geladeiras na África do Sul, o que contribui para nosso crescimento no país. Se necessário, poderíamos expandir para a fabricação de máquinas de lavar e micro-ondas, gerando mais empregos para os sul-africanos”.
“Se isso mudou minha vida, também pode mudar a vida de centenas de pessoas”, disse Jacobs.





