Combinando qualidade e inovação, China ajuda a impulsionar industrialização da África-Xinhua

Combinando qualidade e inovação, China ajuda a impulsionar industrialização da África

2024-09-01 10:51:14丨portuguese.xinhuanet.com

* Na última década, a China construiu mais de 6.000 km de ferrovias, 6.000 km de estradas, quase 20 portos e mais de 80 grandes instalações de energia na África, de acordo com dados oficiais.

* De projetos de infraestrutura, parques industriais a programas de preparação de talentos, a cooperação China-África está avançando cada vez mais, com qualidade e inovação.

* “A China fez vários projetos de educação vocacional e estabeleceu as Oficinas Luban na África, ajudando muitos países africanos a treinar talentos técnicos para a industrialização e transformar seu dividendo populacional em uma vantagem de desenvolvimento”, disse Gerishon Ikiara, economista e ex-secretário permanente do Ministério dos Transportes do Quênia.

Dar es Salã, 30 ago (Xinhua) -- A história do desenvolvimento econômico moderno revela que a industrialização é essencial para alcançar a modernização. Como parceiros nisso, China e África possuem vantagens complementares e potencial substancial para cooperação industrial.

De projetos de infraestrutura, parques industriais a programas de formação de talentos, a cooperação China-África está avançando cada vez mais, com qualidade e inovação.

Esses projetos financiados ou realizados pela China na África reforçam a capacidade industrial, criam empregos e alimentam economias locais, marcando uma mudança significativa em todo o continente.

DESENVOLVIMENTO DE INFRAESTRUTURA IMPULSIONA A INDUSTRIALIZAÇÃO

Na Região Sul de Camarões, a segunda fase do Porto Marítimo Profundo de Kribi, construído pela China Harbor Engineering Company (CHEC), está a todo vapor com quase mil trabalhadores no local.

Enquanto isso, um navio de carga de 30.000 toneladas de Cingapura atracou no cais da primeira fase do porto marítimo, que já está operacional.

“Em Douala, a maior cidade de Camarões, o porto só pode receber navios com menos de 10.000 toneladas devido às águas rasas. Mas aqui, atracar navios de 100.000 toneladas não é um problema”, disse o engenheiro local, Eric Hermann Defo Fotso.

Foto de arquivo tirada no dia 15 de março de 2022 mostra contêineres de carga armazenados no Porto Marítimo Profundo de Kribi, Camarões. (Foto por Kepseu/Xinhua)

A segunda fase, com conclusão prevista para o final do ano, adicionará dois ancoradouros aos dois existentes da primeira fase. Além disso, o governo alocou 15.000 hectares perto do porto para parques industriais e logísticos, atraindo várias fábricas e empresas de logística.

A Rodovia Kribi-Lolabe, construída pela CHEC, está em operação há quase dois anos. Abrangendo 38,5 km, inclui seis faixas de mão dupla, com as duas centrais reservadas para expansão futura, disse Xu Huajiang, gerente-geral da Divisão da África Central da CHEC.

“Esta rodovia conecta o Porto Marítimo Profundo de Kribi com as principais cidades do país, facilitando as viagens de pessoal e o transporte de mercadorias, promovendo assim a industrialização de Camarões”, disse Emmanuel Nganou Djoumessi, ministro de obras públicas de Camarões.

Na última década, a China construiu mais de 6.000 km de ferrovias, 6.000 km de estradas, quase 20 portos e mais de 80 grandes instalações de energia na África, de acordo com dados oficiais.

Sob a Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, a cooperação China-África em infraestrutura produziu resultados frutíferos, com projetos de alta qualidade desempenhando um papel fundamental no avanço do desenvolvimento industrial e da transformação econômica da África.

“A industrialização da África começou tarde e tem uma base fraca. Somente melhorando a infraestrutura, promovendo a conectividade e alcançando a integração econômica o continente pode conduzir uma produção industrial em larga escala e integrar efetivamente o mercado de vendas de produtos industriais”, disse Costantinos Berhutesfa Costantinos, professor de políticas públicas na Universidade de Adis Abeba, na Etiópia.

CULTIVANDO MARCAS “FEITAS NA ÁFRICA”

Todos os dias pela manhã, Hellen Mugala, 27 anos, se junta a centenas de colegas a caminho do trabalho no Parque Industrial Sino-Uganda Mbale, localizado no distrito oriental de Mbale, em Uganda.

“Este parque industrial ajudou muitas pessoas locais. Aprendi habilidades e ganhei a vida com a empresa chinesa”, disse Mugala.

Foto tirada no dia 4 de abril de 2024 mostra entrada do Parque Industrial Sino-Uganda Mbale em Mbale, Uganda. (Xinhua/Li Yahui)

Localizado a cerca de 200 km da capital de Uganda, Kampala, o parque industrial nacional se beneficia de sua proximidade com três rodovias. Desde seu lançamento em março de 2018, com investimento e operado pela empresa chinesa Tian Tang Group, o parque atraiu mais de 40 empresas e gerou mais de 5.000 empregos para os moradores locais, disseram as autoridades do parque.

Abrangendo milhares de hectares, o parque tem vários setores, incluindo eletrodomésticos, cosméticos, tecidos para casa, materiais de construção, medicamentos, smartphones, televisores e automóveis.

A Pearlight Technology Ltd, que fabrica produtos de iluminação, foi uma das primeiras empresas a se estabelecer no parque. Ao produzir lâmpadas LED acessíveis e oferecer serviços de conserto, a empresa reduz significativamente a dependência de Uganda de soluções de iluminação importadas.

“Antes, a maioria das lâmpadas LED de Uganda eram importadas, o que as tornava caras e difíceis de consertar. As empresas chinesas mudaram isso. Agora, nossa empresa produz cerca de 3 milhões de lâmpadas LED e tubos de luz anualmente, vendidos em Uganda”, disse Joseph Otim, técnico local da empresa.

Trabalhadores na Pearlight Technology Ltd no Parque Industrial Sino-Uganda Mbale em Mbale, Uganda, no dia 5 de abril de 2024. (Xinhua/Li Yahui)

Nos últimos anos, os países africanos têm aproveitado a experiência de desenvolvimento de parques industriais de países como a China.

Parques como a Plataforma Industrial Internacional Diamniadio no Senegal, a Zona de Livre Comércio de Lekki na Nigéria, o Parque Industrial Sino-Tan na Tanzânia e a Zona de Cooperação Econômica e Comercial China-Egito TEDA Suez desempenharam um papel fundamental na atração de investimentos.

Eles rapidamente reuniram empresas em núcleos industriais, aumentaram as vantagens do desenvolvimento industrial e estimularam o crescimento da manufatura, acelerando assim o processo de industrialização em toda a África.

A China, um parceiro de cooperação essencial para Uganda, tem fornecido capital e compartilhado habilidades e tecnologia para desenvolver infraestrutura de energia e transporte, que são motores essenciais da industrialização, disse à Xinhua em entrevista recente, David Bahati, ministro de estado de Uganda para comércio, indústria e cooperativas.

“Espera-se que esses parques industriais sejam o berço de mais marcas africanas locais para que o ‘Feito na África’ se torne global”, disse Bahati.

TREINANDO TALENTOS PARA NOVO DESENVOLVIMENTO

Na Jazida Sudeste da Mina de Cobre Chambishi na Zâmbia, uma tela de controle digital dá atualizações em tempo real sobre o status operacional de vários processos, incluindo mineração, escavação, maquinário e transporte.

A mina, que ficou fechada por mais de uma década, está sendo reconstruída pela NFC Africa Mining Plc (NFCA), uma joint venture entre a China Nonferrous Metal Mining (Group) Co., Ltd., uma empresa estatal administrada centralmente, e uma empresa local da Zâmbia.

Funcionários locais participam de treinamento por meio de dispositivos de RV na NFC Africa Mining Plc (NFCA) em Kitwe, Zâmbia, no dia 3 de junho de 2024. (NFCA/Divulgação via Xinhua)

“Mesmo sem ir para o subsolo, entendemos claramente a dinâmica lá embaixo”, disse Mwelwa Dean, assistente do diretor-executivo da NFCA.

Em vez de depender fortemente de trabalho manual para mineração subterrânea, agora a mina tem um sistema computadorizado para controlar processos de produção, aprimorar a gestão empresarial e ajudar os trabalhadores da linha de frente a lidar com questões de segurança.

Dean disse que a NFCA estabeleceu um centro para treinar funcionários locais. Ele tem equipamentos de tecnologia virtual e emprega um modelo de treinamento padrão que combina treinamento em sala de aula, prática no local e avaliação pós-treinamento. Somente em 2023, o centro treinou mais de 14.000 funcionários.

Enquanto o centro na mina de cobre ajudou a Zâmbia a treinar profissionais, no centro da cidade de Musanze, no norte de Ruanda, uma parceria transformadora está moldando o futuro dos jovens ruandeses.

O Colégio Regional Politécnico Integrado-Musanze (IPRC Musanze), uma instituição pública de ensino superior em Ruanda, assinou um acordo de cinco anos com o Politécnico Jinhua da província de Zhejiang, leste da China, para um programa de intercâmbio, no qual os estudantes do IPRC Musanze estudarão por dois anos em Ruanda e um ano na China para receber um diploma avançado.

Ishimwe Yasil, estudante novato em tecnologia de automação elétrica no IPRC Musanze, estava empolgado em estudar digitalização e comércio global na China, o que aumentaria suas “habilidades práticas e conhecimento teórico’.

“Como um país em desenvolvimento, Ruanda está introduzindo ativamente tecnologias de ponta. A tecnologia de automação elétrica é encontrada em todas as áreas da indústria moderna, e estudar isso contribuirá para a industrialização do país”, disse Yasil.

“A importância do talento no desenvolvimento inovador não pode ser exagerada”, disse Gerishon Ikiara, economista e ex-secretário permanente do Ministério dos Transportes do Quênia.

“Nos últimos anos, a China fez vários projetos de educação vocacional e estabeleceu Oficinas Luban na África, ajudando muitos países africanos a treinar talentos técnicos para a industrialização e transformar seu dividendo populacional em uma vantagem de desenvolvimento”, disse Ikiara.

Estudantes locais operam dispositivos em laboratório da Oficina Luban no Colégio Regional Politécnico Integrado-Musanze (IPRC Musanze) na província do Norte, Ruanda, no dia 18 de novembro de 2023. (Foto por Huang Wanqing/Xinhua) 

(Repórteres de vídeo: Hua Hongli, Jin Zheng, Xu Ruiqing, Zeng Tao, Li Yahui, Xu Zheng, Wang Ze, Liu Fangqiang, Nie Zuguo, Peng Lijun, Ji Li, Lin Jing, Wang Zizheng, Yang Zhe, Hou Ming, Claude Bernard WONGOUE, Shi Yu, Guy-Gervais Kitina, Wang Huan e Zhou Haojin; edição de vídeo: Zhang Yucheng, Zhao Xiaoqing e Zhang Yichi.)

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