Beijing, 4 set (Xinhua) -- A economia digital é muito importante para os países africanos subirem na cadeia de valor e realizarem um desenvolvimento substancial, disse um especialista chinês à Xinhua, antes da Cúpula 2024 do Fórum de Cooperação China-África, que ocorre de 4 a 6 de setembro, em Beijing.
Zhang Chunyu, pesquisador do Instituto de Estudos Africanos, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, explicou que "com o desenvolvimento dos tempos, o modo tradicional de aproveitar o chamado 'dividendo demográfico' é cada vez mais insustentável."
"A fim de transpor a parte inferior da cadeia de valor, os países africanos devem agarrar a oportunidade da 'economia digital', que não é apenas uma oportunidade para realizar um desenvolvimento substancial, mas também uma forma de evitar ficar para trás novamente", disse o pesquisador.
Como o principal parceiro comercial da África, a China tem muito a ajudar o continente não apenas na construção da infraestrutura digital, mas também no processo de digitalização da indústria e do setor de serviços, disse ele.
Nos últimos anos, as empresas chinesas têm participado ativamente da construção de infraestrutura digital na África, promovendo o rápido desenvolvimento dos setores de comércio eletrônico, pagamento móvel, mídia e entretenimento na África.
Ma Shaoyong, chefe de comunicação da StarTimes, disse à Xinhua que a empresa, há mais de dez anos, consegue levar a televisão digital à África, reduzindo o preço para níveis acessíveis, diminuindo o custo médio em mais de 90%.
A empresa também empregou esforços ajudando a transição do sinal analógico para o digital em vários países africanos, incluindo Moçambique, Tanzânia, Zâmbia, etc. No total, a empresa cooperou com mais de 500 estações televisivas africanas para reduzir o custo de infraestrutura digital e de operação e concretizar uma cobertura abrangente de sinais, acrescentou ele.
Além disso, a StarTimes vem organizando concursos de dublagem em línguas locais africanas, incluindo Swahili, Hausa, Zulu, português, entre outras, com objetivo de aplicá-las nas dublagens dos programas televisivos de esportes africanos, entretenimento e séries de TV.
Para realizar a transformação digital, a África precisa fomentar o impulso endógeno doméstico e atrair investimento externo, além de focar em apoiar o elo mais fraco de lucros da cadeia de valor, disse Zhang.
"As duas partes também podem cooperar na construção de centros de dados e na proteção da independência dos dados dos países africanos", disse ele.
No futuro, a cooperação em economia digital será uma parte importante da cooperação China-África, destacou ele, explicando que isso deverá ser realizado combinando a força do governo com a das empresas, em conformidade com as condições locais.
A China continuará sua colaboração no campo digital com os países africanos e os ajudará a construir uma "África digital". Segundo um Plano de Ação para o Desenvolvimento da Cooperação Digital entre a China e a África, divulgado em conjunto pela China e por 26 países africano durante o Fórum de Cooperação Digital China-África, realizado em julho na cidade de Beijing, as duas partes promoverão a popularização da tecnologia digital, acelerarão a transformação digital nas áreas de agricultura, manufatura, mineração, energia, serviços públicos, saúde, educação e varejo, criarão 10 projetos de demonstração de transformação digital nos próximos três anos e cultivarão em conjunto mil talentos digitais.
Perante a Cúpula 2024 do FOCAC, a cooperação digital China-África ganhará mais apoio e impulso no desenvolvimento, além de garantir maiores contribuições para a transformação digital da África, acreditou Zhang.