Rio de Janeiro, 6 set (Xinhua) -- A balança comercial do Brasil em agosto caiu 49,9% em comparação com o mesmo mês de 2023 e totalizou US$ 4,828 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2017, informou o governo nesta quinta-feira.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a desvalorização do preço de diversas matérias-primas fez cair o saldo da balança comercial brasileira (resultado das exportações menos as importações).
O resultado de agosto coloca o superávit comercial dos primeiros oito meses do ano em US$ 54,079 bilhões, 13,4% menor que no mesmo período de 2023, embora seja o segundo melhor para o período da série histórica, que mede as estatísticas do comércio exterior, desde 1989.
Em relação ao resultado mensal de agosto, as exportações caíram, enquanto as importações dispararam, impulsionadas pelo gás natural e pelos bens de capital (bens utilizados na produção).
Em agosto, o Brasil vendeu ao exterior o valor de US$ 29,078 bilhões, 6,5% menos que no mesmo mês de 2023, enquanto as compras no exterior totalizaram US$ 24,25 bilhões, 13% a mais na mesma comparação.
Do lado das exportações, a queda no preço internacional da soja, do milho, do ferro, do aço e do açúcar foram os principais fatores que provocaram a queda no valor vendido. As vendas de alguns produtos, como café e celulose, aumentaram no mês passado, compensando a queda no preço de outros produtos.
Em relação às importações, aumentaram as compras de medicamentos, motores, máquinas, fertilizantes e produtos químicos. A maior subida, porém, correspondeu ao gás natural, cujo valor subiu 339,4% em agosto comparado ao mesmo mês de 2023. O Brasil importou 144,9% mais combustível em volume, com preço 79,4% superior na mesma comparação.
Segundo o diretor de Estatística e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Herlon Brandão, a contração da balança reflete principalmente os menores volumes de exportação de soja e minério de ferro, bem como o aumento das importações.
Para este ano, o governo espera um excedente comercial de US$ 79,2 bilhões, menor 19,9% quando comparado à 2023.