Rio de Janeiro, 28 set (Xinhua) -- Aplausos e aclamações continuaram a ressoar na noite de quinta-feira na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, Brasil. Um concerto especial, apresentado em conjunto por bandas militares da China e do Brasil, levou a Semana Cultural Militar da China ao seu clímax.
A Banda Militar do Exército de Libertação Popular da China tocou a famosa canção brasileira "Lambada", enquanto a Banda Militar da Infantaria da Marinha do Brasil interpretou a conhecida canção chinesa "Jasmim". Ambas as bandas militares também executaram juntas "Cantar pela Pátria" e "Aquarela do Brasil". A música maravilhosa fez com que palco e público se fundissem em um só, unindo os povos dos dois países.
O comandante da Infantaria da Marinha do Brasil, Almirante Carlos Chagas Vianna Braga, disse: "A música nos integra como um só. E a atuação conjunta tem uma performance incomparável."
Com este concerto, também se concluiu a visita de intercâmbio no Brasil da Delegação de Comunicação Internacional do Exército de Libertação Popular da China. Ao longo de uma semana, a delegação organizou uma variedade de atividades em Brasília e Rio de Janeiro. Sob o lema "Salvaguardar a paz para um futuro compartilhado", a ocasião permitiu que os militares e civis brasileiros sentissem a franqueza e a abertura do exército chinês para o mundo, assim como o amor e o compromisso dos soldados chineses com a paz.
A Semana Cultural Militar da China no Brasil inclui quatro seções: diálogo sobre política de defesa, atuação musical militar conjunta, exposição fotográfica temática e promoção de produtos culturais.
Em termos de diálogo sobre política de defesa, a delegação manteve trocas profundas com oficiais do Ministério da Defesa e da Força Aérea do Brasil, bem como com especialistas e acadêmicos da Escola Superior de Defesa (ESD), da Escola Superior de Guerra, da Escola de Guerra Naval, do Centro Brasileiro de Estudos em Relações Internacionais (CEBRI) e da Universidade de Brasília.
Os especialistas militares de ambos os países expressaram suas opiniões sobre as perspectivas futuras de cooperação entre os dois exércitos, as formas como os dois exércitos cooperam no âmbito multilateral e as iniciativas de segurança global propostas pela China.
A comandante da ESD, a major-brigadeira Carla Lyrio Martins, expressou que a ESD espera realizar mais trocas acadêmicas com instituições relevantes do exército chinês para promover melhor a cooperação entre ambas as partes em defesa e segurança.
Após participar do debate na Universidade de Brasília, Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, analista do Centro de Estudos Estratégicos do Exército Brasileiro, ouviu o discurso sobre a política de defesa da China proferido pelo porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Wu Qian.
Paulo Filho acredita que discussões profundas como essa melhoram a confiança mútua, e que a plena confiança mútua é a pedra angular de uma amizade profunda. Ele concorda plenamente com a visão chinesa de que "olhando para o mundo a partir da perspectiva de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, o mundo está cheio de oportunidades; olhando para o mundo a partir da mentalidade da Guerra Fria, o mundo está sempre cheio de desafios".
Durante a Semana Cultural Militar, a Banda Militar do Exército de Libertação Popular da China atuou junto com a Banda do Batalhão da Guarda Presidencial do Brasil em Brasília e com a Orquestra Sinfônica da Infantaria da Marinha no Rio de Janeiro. Também organizaram atividades musicais em comunidades, campi universitários e quartéis militares. As apresentações culturais "pop-up" da banda militar chinesa, realizadas na Feira de Produtos Importados em Brasília e na Fortaleza de Copacabana no Rio de Janeiro, foram especialmente bem recebidas pelo povo brasileiro.
"Os músicos chineses são cheios de energia. Ao adaptar as canções para a performance conjunta, os músicos dos dois países também encontraram dificuldades, mas no final foi a própria música que nos permitiu superar as dificuldades e concluir a missão", celebrou o diretor da Banda do Batalhão da Guarda Presidencial do Brasil, Claudio Luiz Sousa. "Espero que haja novas oportunidades de cooperação como esta no futuro!", exclamou.
Duas exposições fotográficas com o tema "O Exército Chinês Mantendo a Paz Mundial" foram exibidas na ESD em Brasília e no Museu Naval do Brasil no Rio de Janeiro. As exposições refletiram a responsabilidade e a contribuição do exército chinês para a manutenção da paz mundial, além de demonstrar a amizade entre os militares chineses e brasileiros.
Selma Gonzáles, instrutora da ESD, parou por algum tempo em frente a uma fotografia que mostrava o momento em que uma costa-riquenha de 103 anos beijava a mão de um médico militar chinês após se recuperar no navio-hospital "Arca da Paz". Gonzáles afirmou: "Estou muito comovida por esta imagem. É uma manifestação do poder brando da China e também da vontade da China de contribuir para salvaguardar a paz e participar ativamente em operações humanitárias."
Calígrafos chineses da delegação realizaram trocas culturais na Escola do Exército do Brasil, no Instituto Superior de Defesa e em universidades brasileiras. Criaram obras de caligrafia de acordo com os gostos do povo brasileiro, que foram muito bem recebidas.
Zhang Ji, artista de caligrafia e pintura do Museu Militar da China, muitas vezes escrevia continuamente por duas ou três horas durante os eventos, esgotando todos os produtos de papel que levava. Os brasileiros pediam para ele escrever em papel A4 e até mesmo em guardanapos.
"As palavras que o povo brasileiro mais deseja são paz, felicidade, harmonia e amor. Isso é muito semelhante ao desejo dos chineses, o que demonstra que os povos da China e do Brasil estão conectados", expressou Zhang, que acredita ser essa a maior recompensa de sua viagem ao Brasil.
Pan Qinghua, vice-diretor da Agência de Comunicação do Departamento de Trabalho Político da Comissão Militar Central (CMC) da China, acredita que a Semana Cultural Militar é o primeiro grande evento de comunicação militar realizado na América Latina e foi calorosamente acolhido pelo governo, militares e público em geral do Brasil.
"Este evento é, de uma perspectiva cultural, o que ajudará o Brasil a aprofundar sua compreensão do exército chinês e promover a confiança mútua e a cooperação pragmática entre os dois exércitos. Sem dúvida, esta é uma exploração inovadora muito significativa. Também devemos fortalecer ainda mais a comunicação internacional, contando a história das forças armadas da China e moldando uma boa imagem internacional".
O capitão de mar e guerra da Marinha brasileira, Jefferson Oliveira de Almeida, acredita que este evento oferece aos militares brasileiros uma oportunidade para interação cultural e militar com os militares chineses.
Almeida manifestou que "nossos dois grandes países têm suas próprias características. Os ambientes culturais e geográficos dos dois países são diferentes, o que resulta em diferentes experiências e formas de pensar. Uma comunicação cara a cara como esta pode ampliar efetivamente nosso conhecimento e pensar em novas soluções de desenvolvimento. Enquanto agirmos juntos, podemos fazer contribuições importantes para a paz mundial".
Mao Naiguo, chefe da delegação chinesa e diretor da Agência de Comunicação do Departamento de Trabalho Político da CMC, indicou que o poder militar deve ser o guardião da paz e da justiça, e não pode ser uma ferramenta de hegemonia e pilhagem.
"O desenvolvimento do poder militar da China é o crescimento das forças pacíficas e a melhoria dos fatores estabilizadores. A estratégia cultural da China é abraçar todas as partes e não usar a força para parar a guerra, o que é semelhante à herança cultural do Brasil de buscar a harmonia e amar a paz", expressou Mao.
"Salvaguardar a paz para um futuro compartilhado é a visão tanto da China quanto do Brasil. As forças armadas da China estão dispostas a trabalhar com as forças armadas brasileiras para construir um mundo mais harmonioso e belo", concluiu.