Foto aérea de drone mostra trem carregado e conduzido de forma independente por maquinista do Laos, saindo da estação de Vientiane em Vientiane, Laos, indo para Kunming, província de Yunnan, sudoeste da China, no dia 5 de agosto de 2024. (Foto por Yang Yongquan/Xinhua)
Por Ki Manghout
Relações mais estreitas entre a China e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) são essenciais para garantir paz duradoura, estabilidade, desenvolvimento comum e prosperidade compartilhada na região.
De uma perspectiva realista da governança global, a ASEAN deve reconhecer que a ordem mundial contemporânea não é mais dominada pela unipolaridade dos Estados Unidos.
Neste cenário multipolar, a ASEAN deve priorizar encontrar maneiras de coexistir com a China, sua vizinha imediata e maior parceira comercial da região. Isso fornecerá aos estados-membros da ASEAN maior segurança econômica e flexibilidade estratégica para navegar em disputas regionais.
A ASEAN não pode se dar ao luxo de entrar em políticas de grandes potências. Precedentes históricos, como intervenções dos EUA no Oriente Médio, demonstram que a dependência de potências externas pode levar à instabilidade e à crise.
Nesse contexto, é essencial que a ASEAN rejuvenesça seu relacionamento com a China, particularmente para estados-membros com disputas em andamento.
Uma estratégia coesa e prática em relação à China permitirá que a ASEAN proteja seus interesses regionais e evite virar um peão em rivalidades geopolíticas maiores.
A Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) proposta pela China promoveu de forma importante o desenvolvimento de infraestrutura de conectividade, comércio e crescimento econômico na ASEAN, incluindo o Camboja.
Sob a estrutura da ICR, a China e a ASEAN cooperaram em várias áreas, como agricultura moderna, indústria de tecnologia da informação, infraestrutura, energia, finanças, logística, direito, contabilidade, cultura e turismo, desenvolvimento de recursos humanos, proteção ambiental e saúde pública, entre outras.
Os principais projetos de infraestrutura da ICR, como a Zona Econômica Especial de Sihanoukville, a Phnom Penh-Sihanoukville Expressway e o Aeroporto Internacional Siem Reap Angkor no Camboja, a Ferrovia China-Laos no Laos e a Ferrovia de Alta Velocidade Jacarta-Bandung na Indonésia contribuíram significativamente para impulsionar a interconectividade, as economias e o comércio na região e além dela.
A ICR virou um motor de crescimento econômico regional e global, injetando vigor na construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade.
A 27ª edição da Cúpula China-ASEAN no Laos esta semana traz uma oportunidade importante para recalibrar esta parceria essencial para benefício mútuo.
Para o Camboja, a decisão do reino de fazer parceria com a China não é coincidência, mas sim uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo em meio ao desenvolvimento pacífico da China e ao declínio do poder ocidental liderado pelos EUA.
O Camboja alavancou sua crescente parceria com a China para afirmar maior independência política.
A China tem apoiado consistentemente as iniciativas e posições diplomáticas do Camboja em questões regionais e globais. Esse apoio eleva o perfil do Camboja e reforça sua influência em assuntos internacionais.
Ao trabalhar com a China, o Camboja garante um parceiro regional poderoso, permitindo contrabalançar a influência de outras grandes potências como os Estados Unidos e seus aliados.
Essa parceria estratégica ajuda o Camboja a proteger sua independência e soberania em meio a interesses regionais concorrentes.
Os laços estreitos do Camboja com a China também fornecem a ele alavancagem diplomática em fóruns regionais e internacionais, permitindo promover interesses e manter forte presença em assuntos regionais.
Nota da edição: Ki Manghout é pesquisador do Asian Vision Institute, um think tank independente de políticas com sede em Phnom Penh, Camboja.
As opiniões expressas neste artigo são da autoria e não refletem necessariamente as da Agência de Notícias Xinhua.