Rio de Janeiro, 25 out (Xinhua) -- O G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, definiu nesta quinta-feira compromissos no combate à corrupção, com consenso sobre o fortalecimento da integridade global e a preparação conjunta de uma declaração que será entregue à Cúpula dos líderes do bloco na reunião do próximo mês no Rio de Janeiro.
O Grupo de Trabalho Anticorrupção (GTAC) do G20 concluiu nesta quinta-feira uma reunião de 4 dias na cidade brasileira de Natal (nordeste do país) na qual analisou as prioridades das nações participantes do bloco para fortalecer os mecanismos de transparência, integridade e responsabilização nos setores público e privado.
A reunião enfatizou que a corrupção é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento sustentável e à igualdade, uma vez que agrava as desigualdades sociais e econômicas e mina a confiança nas instituições públicas.
O resultado do encontro foi a elaboração de uma declaração ministerial que será apresentada aos líderes do G20 durante a cúpula de chefes de Estado e de Governo que terá lugar no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro.
A declaração ministerial aprovada pelo grupo enfatiza que fortalecer a integridade em todas as esferas da sociedade, tanto no setor público quanto no privado, é essencial para construir "um mundo justo e um planeta sustentável", lema da presidência brasileira do G20.
Durante o encontro, foram estabelecidos três compromissos principais no combate à corrupção. O primeiro compromisso é garantir a participação ativa da sociedade civil na construção de agendas anticorrupção.
O segundo ponto abordado foi o papel da iniciativa privada no combate à corrupção, enquanto o terceiro compromisso, diretamente relacionado ao desenvolvimento sustentável, refere-se ao combate à corrupção em situações de catástrofes climáticas.
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) do Brasil, Vinícius Marques, garantiu que os países do grupo também se comprometeram a buscar uma gestão eficaz dos recursos públicos disponibilizados para catástrofes climáticas.
"Infelizmente são situações que ocorrem cada vez com mais frequência e têm acontecido em todos os estados brasileiros. Este ano aconteceu no Rio Grande do Sul (sul). Temos chuvas muito intensas, secas muito fortes e tudo isso deve ser enfrentado com recursos públicos da forma mais eficaz possível", afirmou.
Por sua vez, Rogério Vieira dos Reis, superintendente da CGU no estado do Rio Grande do Norte, destacou que no evento foram discutidas questões relevantes local e globalmente, em busca de soluções conjuntas.
"A corrupção desvia grande parte dos recursos que deveriam ser destinados à educação e à saúde. Portanto, quando às vezes vemos que as políticas públicas não são bem executadas, que não chegam ao cidadão, às vezes o motivo é justamente a corrupção", afirmou.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, que também participou do encontro, destacou o avanço do governo federal no combate aos crimes de corrupção.
"O Brasil avançou no combate à corrupção, criando um ambiente de negócios mais honesto, que favorece o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades. Este esforço é um passo decisivo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o combate à fome e à pobreza", comentou.