Rio de Janeiro, 26 out (Xinhua) -- A degradação florestal na Amazônia atingiu 20.238 quilômetros quadrados em setembro, representando a maior área afetada por danos ambientais nos últimos 15 anos e 15 vezes maior que os 1.347 km² degradados em setembro de 2023, informou nesta sexta-feira o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
A área degradada equivale a mais de 13 vezes o tamanho da cidade de São Paulo, a maior da América do Sul. Segundo Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, setembro costuma ser o mês com mais registros de danos ambientais. No entanto, os números deste ano são muito superiores aos anteriores.
"A maior parte dos alertas deveu-se à intensificação dos incêndios florestais", afirmou Larissa Amorim, citada em comunicado.
Setembro também foi o quarto mês consecutivo com aumento de áreas degradadas, o que contribuiu para que o acumulado fosse o maior dos últimos 15 anos: 26.246 km². O número é quase quatro vezes superior ao de 2022, que bateu o recorde de 6.869 km².
Este ano, o Pará atingiu o topo do ranking e concentrou 57% das áreas degradadas na Amazônia Legal, seguido por Mato Grosso (25%), Rondônia (10%) e Amazonas (7%).
"Historicamente, no período de setembro, Mato Grosso liderava como o estado que mais degradou a Amazônia. Porém, em 2024, o Pará nos surpreendeu com números altíssimos. Ainda em setembro foi declarada situação de emergência e proibido o uso do fogo, mas precisamos que essa decisão seja acompanhada de fiscalização e responsabilização dos culpados para torná-la mais eficaz", disse o coordenador do programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Sousa Jr.
O Imazon é um instituto de pesquisa que acompanha o desmatamento e a degradação florestal na região por meio de imagens de satélite desde 2008 e 2009, respectivamente.