O que saber sobre a Conferência de Segurança de Munique?-Xinhua

O que saber sobre a Conferência de Segurança de Munique?

2025-02-16 10:53:03丨portuguese.xinhuanet.com

Christoph Heusgen, presidente da Conferência de Segurança de Munique (CSM), discursa na cerimônia de abertura da 61ª CSM em Munique, Alemanha, no dia 14 de fevereiro de 2025. (Xinhua/Gao Jing)

A Conferência de Segurança de Munique chama muita atenção global, pois ocorre em meio à crescente preocupação com as perspectivas de relações transatlânticas e à crescente fragmentação do ambiente global.

Munique, Alemanha, 14 fev (Xinhua) -- A 61ª edição da Conferência de Segurança de Munique (CSM) deu início ao seu encontro de três dias na sexta-feira.

A conferência anual, que promete oferecer "uma plataforma incomparável para debates de alto nível sobre os principais desafios da política externa e de segurança", está reunindo mais de 60 chefes de estado e governo, além de mais de 150 ministros ao redor do mundo.

A conferência deste ano está chamando muita atenção global, pois ocorre em meio à crescente preocupação com as perspectivas das relações transatlânticas e à crescente fragmentação do ambiente global.

Policiais do lado de fora do principal local da conferência da 61ª Conferência de Segurança de Munique (CSM) em Munique, Alemanha, no dia 14 de fevereiro de 2025. (Xinhua/Gao Jing)

TÓPICOS PARA DISCUSSÃO

A CSM nasceu como um local para o diálogo entre países aliados no Ocidente em 1963 e, portanto, foi apelidada de "reunião familiar transatlântica". Embora o círculo de participantes tenha crescido ao longo dos anos, o "Davos da Defesa" ainda adota uma mentalidade centrada no Ocidente.

O programa principal, que começa na sexta-feira, é focar em desafios urgentes de segurança global, como governança global, resiliência democrática e segurança climática.

No sábado, as discussões se voltarão para o estado da ordem internacional, conflitos regionais e o futuro da parceria transatlântica. A conferência será encerrada no domingo com debates sobre o papel da Europa nos assuntos globais.

A conferência oferece uma plataforma para debates significativos, apresentando cerca de 200 eventos paralelos e dezenas de atividades de divulgação pública.

O Relatório de Segurança de Munique deste ano, intitulado "Multipolarização", também moldará as discussões, particularmente a crescente multipolaridade da ordem internacional.

"Já vivemos em um mundo moldado pela ‘multipolarização’", diz o relatório, à medida que o poder está mudando para um número maior de atores que têm a capacidade de influenciar questões globais importantes.

Esse processo trouxe expectativas em todo o mundo de que a multipolarização criaria oportunidades para uma governança global mais inclusiva e maiores restrições a Washington, há muito vista como uma potência muito dominante por muitos, disse o relatório.

As discussões sobre a crise na Ucrânia certamente ganharão mais destaque no encontro deste ano, dadas as recentes tentativas dos EUA de preparar o cenário para negociações para encerrar o conflito de quase três anos.

O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmaram sua presença na conferência.

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também deve se encontrar com Vance em Munique.

Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, discursa na cerimônia de abertura da 61ª Conferência de Segurança de Munique (CSM) em Munique, Alemanha, no dia 14 de fevereiro de 2025. (Xinhua/Gao Jing)

RECEIOS TRANSATLÂNTICOS

O encontro deste ano também acontece quando os receios estão aumentando em toda a Europa. Os Estados Unidos, sob Donald Trump, estão buscando transferir a maior parte do fardo da defesa do continente para os aliados europeus da OTAN.

Trump tem criticado consistentemente o que ele percebe como gastos inadequados com defesa em certos países da OTAN, pedindo aos aliados que aumentem suas contribuições para 5% do PIB, mais que o dobro da meta atual.

Atingir a meta será desafiador para muitos dos 32 países membros da OTAN. A Polônia lidera a aliança, alocando pouco mais de 4% do PIB para defesa, enquanto outras oito nações ainda não atingiram nem 2%.

O Relatório de Segurança de Munique disse que os EUA "podem estar abdicando de seu papel histórico como garantidor da segurança da Europa, com consequências significativas para a Ucrânia".

As crescentes preocupações da Europa são agravadas por ações já tomadas pela nova administração dos EUA, incluindo a imposição de tarifas sobre importações de aço e alumínio, medidas que a UE "não vê justificativa" e "não ficarão sem resposta", observou uma autoridade europeia.

"A Europa deve usar o potencial das tensões transatlânticas para se recompor e começar a trabalhar nas reformas necessárias do mercado interno e impulsionar a inovação e a competitividade europeias", comentou o Instituto Peterson de Economia Internacional em um artigo de opinião.

Uma economia mais forte é a melhor maneira de promover a resiliência em um momento de instabilidade global, acrescentou.

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